Eu não posso dizer que estava adorando o que estava acontecendo esses dias. Eu e a Princesa Flora não olhavámos uma pra cara da outra em casa ou na escola. Ela ficava normalmente em seu quarto quando estava em casa e por algum motivo Willy Wonka tinha decidido que a Princesa Flora era a melhor pessoa do mundo.
Assim que chegávamos da escola ele miava e passava rapidamente por mim para receber afagos da loira, e eu obviamente não estava com ciúmes. Por que eu teria ciúmes do meu próprio gato que prefere uma pessoa completamente aleatória e não quem vem lhe dando todo amor, carinho e comida há três anos? Pfff, nunca.
Tá, a Princesa Flora era tudo menos aleatória.
Apesar de não nos falarmos muito bem e a maior parte da nossa comunicação ser em francês com Grandmère e na escola não passar de olhares e sorrisos sarcásticos por parte dela e uma revirada de olhos por minha parte quando eu notava.
A parte boa de tê-la ali era que eu agora não ficava pensando na maior parte do tempo onde Jude estava, já que ela parecia estar me evitando completamente desde a festa do começo do ano. Ela não respondia minhas mensagens, não atendia minhas ligações e fingia que eu não estava lá quando éramos forçadas a estar no mesmo ambiente.
Lee não perdeu a oportunidade de dizer como ele sabia que ela era uma cobra desde o início, mas eu não conseguia simplesmente aceitar que ela simplesmente decidiu deixar tudo que passamos pra trás sem ao menos conversar comigo antes.
E quando digo tudo que passamos é tudo mesmo, ela fingia que não via meu pai quando passava na rua sendo que semanas atrás ele tinha me dito que ela era sua "nora preferida".
Durante essa primeira semana com as duas infernizando minha vida minha avó inventou de chamar um cara italiano pra me "consertar" no Consulado e surpreendendo um total de zero pessoas, a primeira coisa que ele sugeriu foi alisar meu cabelo.
A Princesa Flora não estava lá, o que foi um alívio. Eu acho que não aguentaria ver seu sorriso debochado e cheio de si.
Depois de muito debate (muito debate mesmo), eu consegui convencer os dois que alisar meu cabelo seria uma péssima ideia e depois do que pareceu uma eternidade, Joe estava me levando para casa.
Meu cabelo estava mais curto e os cachos estavam definidos e hidratados, além de terem feito minhas unhas e minhas sobrancelhas. E, para completar, me deram um papel com uma rotina de skincare enorme que eu deveria seguir todos os dias a partir de hoje.
Nos meus pés estava a sacola com os tais produtos de skincare e sinceramente eu nem queria saber o preço de tudo aquilo.
A primeira coisa que minha avó fez quando o carro parou foi me dar um beliscão no ombro.
— Ai! Grandmère!
— A postura, Amélia. — Advertiu pelo que parecia a milésima vez e Joe abriu a porta antes que eu pudesse rebater, respirei fundo e contei até dez.
Entrei em casa, meu pai estava de folga e estava sentado na mesa da sala com uma pilha de papéis, ele usava seus óculos de leitura e parecia tão concentrado que não notou a minha chegada.
Deixei meus sapatos na porta junto de minha mochila e a sacola com os produtos e o papel. Fui o mais silenciosamente possível até a cozinha e fiz apenas uma xícara de café, eu conseguia ver as olheiras em seu rosto.
— Pai, fiz café pra você. — Tentei não assustá-lo com o barulho repentino, mas foi inevitável. Ele sempre se assustava fácil.
— Milipeia! Eu não sabia que você estava em casa. — Falou abrindo um sorriso. Eu e meu pai somos muito parecidos, o cabelo cacheado — apesar dele estar careca hoje em dia —, a pele marrom clara e covinhas eram os mais óbvios.
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Me, a Princess? - Rocksalt
FanfictionMillie Quint era só uma garota normal até que com a chegada de sua avó nos Estados Unidos ela descobre que é a herdeira de um pequeno país europeu. E como se não bastasse, outra princesa é transferida para o seu colégio bagunçando ainda mais seus p...