Lilith, a história não contada... (reescrita)

08. Angeline...

Nadar contra a correnteza, para acabar morrendo na praia, ainda é melhor, do que nada, do que, não lutar, por algo que ss deseja muito. Melhor do que esperar, por um milagre, que nunca vai acontecer. E ainda assim, não consegue, ser pior, so que as incertezas de um amor, que começou, da pior maneira possível...

Continuando, as coisas estavam diferentes, e isso já fazia semanas, sem que, eu soubesse, ou entendesse, o porquê, de tudo aquilo. Lúcifer continuava distante, até parecia que, não me amava mais, ou me desejava perto de si, e para piorar havia trazido, para a nossa casa, uma anja muito da abusada, e tão linda quanto ele, pois, segundo, o próprio Lucy, ela me ajudaria, a me tornar, a guerreira, que ele precisava ter, ao seu lado.

   Essa anja, ela se chamava, Angeline, seus cabelos eram louros como fios de ouro, os de Lúcifer eram quase brancos, diferentes dos dela, que eram dourados, seus olhos, tinham a cor, de âmbar, sua pele dourada, diferente da de Lucy, que era clara, e branca, como o mais fino mármore. Estamos sozinhas, e ela está, há meia hora, tentando me ensinar a manusear uma espada, sem muito sucesso, em seu intento, e, cada vez mais impaciente, comigo, de uma maneira, que, me deixava em estado de alerta.

- Pelo amor de Deus, como o Lúcifer foi se apaixonar por uma criatura tão frágil e patética, como você? Francamente, as vezes, não acredito nesse romance patético, de vocês dois, chega a ser ridiculo; diz isso após me derrubar pela terceira vez, me olhando com escárnio e indiferença, quase como se, me odiasse, sendo que eu nunca lhe fiz nada de mal, aparentemente - Segure esta espada com vontade, mas não com tanta força, será que não consegue fazer nada direito?

- Me desculpe eu não sou treinada, desde que nasci na arte da guerra, como você; ela me olha com o mesmo olhar de deboche, que tantas vezes vi, estampada no belo rosto do meu amado anjo - Por que me odeia? E não tente desconversar comigo, quando sei perfeitamente que você não gosta nem um pouco de mim. Eu posso sentir isso, em seus olhos, no tom de sua voz, na maneira com que me observa, quase como se eu não fosse, absolutamente nada.

- Até que, para uma simples humana você é bem esperta. Esperta até demais, na verdade; me ajuda a me levantar, e eu lhe dou uma rasteira, que a pega de surpresa e a faz perder o equilibrio - E forte...  Muito forte , sendo quem é... Bem; diz enquanto se levanta - Eu te odeio, porque você está ao lado, do grande amor, de minha vida, Lúcifer e eu nos amamos, e não pense que ele é fiel a você, pois não é, nem um pouco, Lilith - Me ajuda a levantar e dessa vez eu não faço nada, para impedi - lá - Ele me traia com você, e agora, te trai comigo, e também, com a Eva.

- A nova esposa de Adão? Mas isso não pode ser verdade - Eu digo isso, com o coração aos pulos - Eu não quero acreditar nisso tudo... Eu simplesmente não posso...

- Sim minha cara justamente com ela, a nova esposa de Adão, e se não acredita em minha palavra vá até a macieira do fruto proibido, lá você saberá se estou dizendo a verdade, aposto que ele está com ela agora.

- Não acredito em você - Digo isso com firmesa - Você está apenas inventando mentiras para me machucar, mais ainda, que eu sei

- Azar o seu - Dá de ombros, meio indiferente - Mas o pior cego, é aquele, que não quer ver...

- Eu não sou cega, apenas não acredito em suas mentiras, o que, de muitas maneiras, é bem diferente, e você sabe muito bem disso, até mais, do que eu, sendo, quem é - Eu a desafio com o meu olhar, o que a deixa, muito impressionada comigo, quase como se, começasse a me respeitar, pela minha recém - descoberta coragem, diante dela, sem medo nenhum em sua voz, ou olhar, se sentindo bem mais confiante, do que jamais foi - O Lucifer me ama, e eu acredito no amor dele, pena para você, que não possa dizer o mesmo, dessas suas mentiras, que me parecem muito mais falsas, do que essa sua aparente amabilidade, para comigo, que não engana ninguém, muito menos a mim, que não sou tão burra, quanto você imahina, que eu seja.

- Admiro a sua coragem e petulância, diante de mim, ainda mais sabendo, que basta que eu estale os meus dedos, para te destruir - Me observa com atenção - Você é bem interessante, além de muito atraente, não vou negar, mas mesmo assim, está sendo muito ingênua, acreditando nas mentiras de Lucifer, como um dia, eu também, acreditei...

Dito isso, ela vai embora com um sorriso diafano no rosto, eu disse que não acreditava nela, mas a semente da dúvida havia sido plantada em meu coração, e não havia maneira nenhuma, de arranca - lá de lá, mesmo que eu tentasse. Pois, isso, enfim explicava a frieza de Lucy, mas e se ele fosse inocente? E se fosse culpado, eu conseguiria o perdoar? E ele, será que, conseguiria, me perdoar, caso fosse inocente, nessa história toda? Eu não sabia no, que pensar, melhor seria, esquecer isso, mas a minha, curiosidade, essa sim, era muito maior do que, todo o meu bom senso, e eu fui averiguar essa história, pois não poderia viver, na dúvida, eternamente.

  Mesmo que uma parte de mim, acreditasse cegamente na fidelidade de Lucifer, outra parte de mim, começava a duvidar dele, como se começasse a acreditar nas mentiras de Angeline, que ainda o amava, e faria de tudo, e mais um pouco, para me separar dele. Entretanto, o que Angeline me disse, fazia muito sentido, mesmo que eu não quisesse acreditar nela.

Era melhor, que eu descobrisse, e logo a verdade, por mais dolorosa, que ela pudesse ser, do que, continuar vivendo na dúvida, como eu estava, naquele momento. Nervosa, suando frio, e me sentindo muito mal, já que, o amor, era, de fato, uma doença, que poderia, até mesmo, matar, alguém de angústia, e desespero.

- "Eu tenho certeza de que, tudo isso, não passa de uma grande mentira, da parte de Angeline, que me odeia, e quer me ver mal, com o Lucy, e nada mais, por certo" - Penso comigo mesma, andando de um lado para o outro, muito nervosa - "Mas e se, for mesmo verdade? Eu não ia aguentar mais uma decepção em minha vida, ia ser demais para mim"...