Lilith, a história não contada... (reescrita)

15. A esperança é a última que morre...

Hoje arranquei a coroa

Que me tornava rainha da soberba,

Retirei meus sapatos de ouro,

Meu vestido de setim...

Removi a maquiagem que me tornava uma deusa,

E percebi que era apenas uma mortal

Como outra qualquer!

Cheia de medos,

Inseguranças,

Desejos,

Insanidade!

Este quadro não me agradou em nada!

Sem minha pompa de princesa mimada

Eu era apenas mais uma na multidão...

Isso faz sentido?

Pela primeira vez senti medo!

Medo de morrer...

De não morrer...

De sofrer...

De não sofrer...

Enfim...

Eu experimentei sensações novas

Que mesmo sem querer

Eu digo,

Me fizeram sofrer!

Se ser humana é isso...

Então o que fui por tanto tempo?

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Faltavam apenas mais algumas horas para o meu casamento forçado, que se dependesse de mim, nem mesmo nos meus piores pesadelos, ele aconteceria, quem dirá, na vida real, o que me parecia mais do que, absurdo, sendo que não era, ao Adão, que eu amava, nem mesmo quando éramos casados, e agora eu sabia, e muito bem, disso.

As horas se passam muito rapidamente, e logo, estou vestida de noiva numa praia deserta e amarrada com correntes forjadas no inferno, onde um padre encapuzado que não nos mostra seu rosto está me casando com um louco. Então chega a parte que eu esperava impacientemente que alguém aparecesse, para acabar impedindo toda aquela loucura, que era aquele casamento, em si, sendo ele, a completa loucura, de um lunático.

Eu queria poder fugir sozinha, e sem a ajuda de ninguém, mas não conseguia, por mais, que eu tentasse muito, sem poder usar os meus poderes. E ainda por cima, com as minhas pernas, e os meus braço, completamente amarrados.

- Há aqui alguém que é contra este casamento? Que fale agora ou cale - se para sempre; ele, então, tira o capuz, era Miguel, então do seu lado surgem, Eva, Caim e Angeline; acho que nós todos somos contra este casamento, meu caro Adão, pode acreditar.

- Isso não pode ser... É improvável demais, para ser verdade, por mais acostumada, que eu esteja, com o sobrenatural - Penso um pouco, antes de continuar - Sendo quem eu sou, uma deles, há milênios...

Enquanto todos tiravam Adão de perto de mim, eu senti que não estava mais sozinha, pois, Angeline se aproximou de mim, cortando, as minhas correntes, com a sua espada, e me pegou pelos braços, abriu suas asas e me levou para longe daquilo tudo.

- Para onde você está me levando? Eu sinto que preciso saber - Digo, ainda em estado de choque - O que você pretende fazer comigo, afinal? me responde, por favor, eu preciso saber...

- Para perto de seu amor; sorri de minha confusão - Digamos que Rafael nos deu uma pequena mão... E Lúcifer, bem, acabou sobrevivendo.

- Lucifer - Digo o nome dele, muito feliz, e cheia de esperanças - Ele está bem, vivo, e vamos ser muito felizes juntos, eu posso sentir...

- Guarde essas palavras para o Lucifer, elas são enjoativas e doces demais para mim, francamente, Lili, achei que com o passar dos séculos, você ficaria menos grudenta, e romântica, mas pelo visto, eu me enganei, profundamente, não é mesmo, Lilith?

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- Bem é isso, adeus Lilith e seja feliz.

Diz isso depois de me deixar numa antiga caverna onde fui feliz ao lado de Lúcifer, assim que entrei ele me vendou, sabia que era ele pelo cheiro inconfundível de sandalo e pecado. Ele me guiou até uma cama, que eu logo vi que era de casal, tirou minha venda olhou bem no fundo de meus olhos alcançando minha alma, que já era parte da dele, de um modo que não dava mais para separar.

- Eu te amo minha rainha; diz beijando os nódulos de meus dedos - Quer ser minha para sempre? Quer ser minha rainha?

- Eu...

- Te prometo que só haverá você em minha vida; beija minhas lágrimas - Só você, e mais ninguém, minha princesa de cabelos de fogo, eu te juro, minha amada esposa.

- Não... Porque eu já sou sua desde sempre Lucy, meu único e verdadeiro amor.

- Para sempre, minha linda rainha?

- Para sempre... Meu rei, pois sou tua e, tu, és meu, eu te amo, Lucy...

- Eu te amo, Lili...

Então nós, nos beijamos mais uma vez, e, sinto que estou no paraíso... Mesmo estando no inferno, pois ao lado do meu amor, e vivendo a vida que eu queria para mim, eu me sentia bem, apesar de tudo. Até porque, é como o meu marido sempre me diz, "é melhor reinar no céu, do que servir no inferno", ou algo do tipo, tendo a liberdade que eu sempre quis ter, desde a minha criação, até o momento, de agora, me sentindo nas nuvens, em puro êxtase, como se eu fosse a mais feliz, das mulheres, e de fato, eu era, e de todas as maneiras possíveis.

Pode até parecer clichê, o que vou dizer agora, mas para o amor verdadeiro, nada nesse mundo, é impossível, ou pelo menos, não deveria ser, de modo nenhum. Mesmo que, no mais íntimo do seu ser, eu soubesse, que alguma coisa estava prestes a acontecer, com Lucifer, e também comigo, quase como um pressentimento muito ruim, sempre me alertando, para ter cuidado, com o que o futuro, poderia nos reservar.

- Você me parece muito pensativa agora, bem mais do que, o seu normal, no que você tanto pensa? - Ele me pergunta isso, depois de fazermos amor, alisando minhas costas nuas - Do que você tem tanto medo?

- Eu não estava pensando em nada importante, pode acreditar - Beijo os seus lábios, de leve - Apenas, no quanto eu te amo...

- Também te amo, e acho que você já está meio cansada, de tanto saber disso, minha princesa de cabelos de fogo, meu amor, aquela que sempre vou amar, minha rainha, na verdade - Ele me diz isso, me olhando intensamente, cheio de amor, em seus belos olhos - Você deixou de ser princesa, e se tornou rainha, quando se casou comigo, me fazendo, o anjo caido, mais feliz do mundo, minha linda rainha, quedida, adorada, e muito amada, por mim...

Vulcões de emoções...

Lavas de fogo a me consumir...

Dentro de mil vulcões...

Que cheios de emoções...

Minha pele começam a destruir...

Labaredas, quentes e indecentes a me invadir...

Num mar de ilusões...

Amores, desejos, sonhos e perdições

Sempre a me possuir...

Marcada estou, entregue em tuas mãos...

Cativa, sem poder me libertar...

Enredada em teu poder de sedução...

Assim estou, me amarrando a ti, sem querer me soltar...

Desta deliciosa, amarga e doce prisão...

Onde sem querer, comecei a te amar...