➳ Chapter Three: Getting to Know Carina

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Chapter Three.
Getting to Know Carina.

Dedicado a todas as pessoas que precisam seguir em frente.

Lares adotivos são difíceis.

Talvez existam crianças com mais sorte, que encontram famílias legais e amorosas, e recebem amor e conforto por toda a vida. Essas crianças de sorte provavelmente terão sempre um pai ou uma mãe para ajudar no que for preciso, para cuidar sempre e receber carinho quando quiser.

Carina não se sente uma criança de sorte. Desde a morte de seus pais — que ela sequer lembra os nomes ou rostos —, ela está vivendo em lares adotivos e temporários. É como se ela fosse jogada de um lugar a outro sempre. Precisou aprender cedo a se virar e tomou consciência de que o mundo não era um conto de fadas onde tudo daria certo no final.

Em seus primeiros lares adotivos, ela era bem cuidada. Ainda pequena, as pessoas que cuidavam dela lhe davam uma atenção especial, preocupados em fazê-la crescer saudável. Porém, as coisas mudaram conforme ela crescia.

As pessoas de seus últimos lares não se importavam muito com ela, então, se ela não se levantasse e fizesse sua própria comida, ela ficaria com fome. É irresponsável esperar que uma criança de oito anos saiba fazer as próprias refeições, mas ela precisou aprender, mesmo que tenha conseguido alguns machucados ao longo do caminho.

A família que a adotou — temporariamente — era dessa forma. Ela precisava fazer o próprio café da manhã, o próprio almoço e o próprio jantar, para então não ficar com fome. Algumas vezes, precisava fazer todas as refeições para seus pais adotivos — que não agiam como pais realmente —, o que lhe rendeu alguns novos machucados.

Por isso, é realmente estranho, diferente, ver a mesa do café da manhã posta, e um lugar especial para ela ao lado daquela família, uma xícara com chocolate quente e alguns biscoitos num pratinho, esperando-a.

Foi estranho na noite anterior, quando ela não precisou roubar sua comida ou se arriscar na frente de um fogão para comer. Mas é ainda mais estranho ser tratada com tanta gentileza pela manhã, mesmo após ter admitido para os donos da casa que havia roubado os biscoitos que a eles pertenciam.

A ômega mais nova, Lyra, está sentada ao seu lado, comendo biscoitos e fazendo uma bagunça de migalhas pelo pratinho de plástico em sua frente. Harry, o ômega da casa, que a havia acolhido tão bem, estava colocando café em uma xícara, enquanto Draco, o alfa, mexia uma panqueca numa frigideira, a última que faltava para completar uma pilha.

Carina ainda não havia tido coragem de começar a comer.

— Não está com fome, querida? — Harry perguntou, colocando uma xícara para o alfa na mesa, abrindo o armário para pegar uma xícara para ele. — Vamos sair daqui a pouco, precisa comer.

— Passaremos toda a manhã fora, essas coisas são demoradas. — Draco disse, desligando o fogo após colocar a última panqueca no prato, o levando até a mesa.

Carina respirou fundo e assentiu, concordando. Cuidadosamente, ela pegou um biscoito e mordeu, reprimindo um suspiro alto de deleite.

— Obrigado, alfa. — Harry disse, sorrindo graciosamente quando Draco serviu algumas panquecas para o ômega.

O alfa beijou sua bochecha e sentou-se. Quando todos já estavam sentados, Carina se sentiu mais à vontade para comer, fazendo isso com calma, e soltando alguns suspiros com o sabor do chocolate quente junto dos biscoitos — que ela podia comer sem peso na consciência, porque aqueles foram dados a ela.

Surprises Of Life | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora