Capítulo 18

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Victoria recua. Seu rosto consegue escapar de minhas mãos e sinto sua respiração quente e ofegante contra meu pescoço, nosso lábios agora separados, mas não é o suficiente para romper toda a tensão que havia no ar.

Meus olhos procuram os seus e os encontram fechados, o que julgo se ruma tentativa de Vic acalmar seus nervos e seu coração que sinto bater contra meu peito. E quando elas os abre, o castanho de seus olhos expressa um sentimento confuso, como o misto de raiva e desejo.

Esquadrinho o rosto da mulher a minha frente, essa ação trazendo-me uma sensação nova, como se todo o ar de meus pulmões escapassem apenas por sua beleza.

Victoria rompe nosso olhar, dando-me um empurrão abrupto e deixando a raiva prevalecer em seus olhos.

- Mas que porra Diego! - Ela me empurra mais uma vez, criando uma distância considerável entre nós.

Busco palavras para falar, mas não encontro nada. Eu não deveria ter feito isso, mas não me contive, não consegui me conter.

Victoria passa a mão por seu cabelo os ajeitando, puramente nervosa.

- É o meu noivado - Ela praticamente sussurra sem me encarar e quando o faz sinto minha boca secar - Como você ousa?

Eu não sabia o que responder, confuso com tudo o que sentia.

- Victoria...

Ela me interrompeu, sua voz em bom tom.

- Você está me deixando louca! Pede que eu me afaste e me beija? Eu já entendi! Não me deixe mais confusa! Isso não é justo.

Ela se aproximou com alguns passos.

- Se decida Diego - Meu nome sai de modo amargo de sua boca - Ou me quer e aceita enfrentar as consequências ou me deixe em paz definitivamente.

Enrijeço meu maxilar, ciente de que ela está certa.

- Isso é um ultimato.

Então Victoria se vai, saindo pela porta e a fechando em uma batida forte, deixando-me sozinho como deveria.

Esfrego as mãos no meus rosto, tentando entender o que havia feito. Suspiro com pesar, ajeitando meu colarinho, minha mente pesada tentando fazer a razão ser mantida ao invés do sentimento que reprimo e me recuso a entender.

Eu nunca me apaixonei por ninguém. Não faço ideia de como é esse sentimento e essa sensação, mas era inegável não pensar nisso, que era isso o que sentia mesmo lutando contra o que quer que fosse. O fato é que Victoria mexia comigo, com meu coração, com meus nervos.

Respirei com pesar chutando o pé da estante a minha frente. Isso não devia estar acontecendo.

Alfred ficaria desapontado. Por Deus, ele me mataria...

Por que logo quando me apaixonasse tinha que ser pela filha do assassino de meu pai? Porque era irrefutável e estava enfim começando a aceitar minha situação e toda turbulência em meu peito, não tinha mais como continuar mentindo para mim mesmo. 

Eu estava apaixonado por Victoria Sandler.

Eu estava apaixonado por Victoria Sandler

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O vingador (parada) Onde histórias criam vida. Descubra agora