Quando Diego era ainda uma criança viu seu pai ser assassinado a sangue frio na sua frente, fato que ficou gravado em sua mente desde então. Como proteção sua mãe o mandou embora sobre os cuidados de seu amigo, Alfred, que criou o garoto para ser um...
O tiro de raspão não trouxe problemas, necessitando apenas de um curativo, e já retornava com Adam para a mansão pouco mais de uma hora depois.
Todo o percurso havia sido silencioso e os olhos do homem acomodado no banco ao meu lado era na tela de seu celular, deslizando o dedo e digitando vez ou outra, mas nada ao meu alcance para que pudesse ler, já que estava dirigindo e toda minha atenção era voltada para o trânsito intenso de carros.
Hoje o tempo estava nublado e Los Angeles parecia estar encoberta por uma névoa cinza, trazendo uma vista pouco agradável.
Olhando pelo retrovisor avistei um dos carros de segurança que nos escoltavam, era um dos três presentes, todos vindo a pedido de Adam que embora inerte com seus negócios no celular estava mais atento. Ele também já havia mandado que os funcionários investigassem de quem havia sido o ataque para revidar e, ao julgar pelo despreparo e modo rápido que foram abatidos deveria ser uma máfia sem expressão.
Foi somente quando estacionei o carro na garagem espaçosa, em que cabiam mais de uma dúzia de carros, que a voz de Adam rompeu pelo ambiente.
- Novamente, devo lhe agradecer Carter - Ele tirou o cinto e voltou o olhar para mim - Tem um futuro promissor pela frente e não tenho dúvidas de que acertei com sua admissão.
Minha única reação é balançar a cabeça.
- É gratificante ouvir isso senhor, sempre foi um dos meus sonhos entrar em sua organização.
Adam estreitou os olhos.
- Há algum motivo especial? Você teria capacidade para ir até organizações criminais maiores. Por que a Rielf?
Umedeci a boca com calma, não identificando desconfiança em minha voz.
- Foi a primeira que tomei conhecimento e acredito que isso deva ter me marcado. Como antigo policial combatendo o crime e vendo toda a corrupção atrás disso e o quanto o sistema era falho, me recordei da reportagem que havia visto e não hesitei em pensar na Rielf como minha casa.
Adam repuxou o canto dos lábios em uma tentativa falha de sorriso.
- É bom saber de sua admiração - Retribui a tentativa de um sorriso, soltando-me do sinto.
Contente em como havia me saído, pensei em como minhas palavras haviam sido interpretadas por Adam. Qualquer um veria um funcionário incrivelmente fiel e não parecia que ele era diferente, nunca desconfiaria de minhas verdadeiras intenções e na traição que teria.
Antes de sair do carro meu patrão voltou a atenção para mim mais uma vez, seu tronco já do lado de fora do carro.
- Mande a chave desse carro para seus pais. Um agradecimento especial a você e aos seus pais pela sua criação, certamente estão orgulhosos.
Não tive tempo de responder, ele rapidamente sumiu de minha vista.
Cada nervo de meu corpo se sensibilizou com a palavra pais e na frase que a carregou. Respirei fundo com certo pesar. Eles estariam orgulhosos?
Esvaindo meus pensamentos ao ver a chegada dos carros de escolta, encarei a chave do carro por um tempo e então sai com ela em minhas mãos.
Alfred iria gostar do presente.
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