Capítulo 5

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VICTORIA SANDLER

Havia sido uma péssima ideia adentrar o quarto dos funcionários na noite anterior, isso graças a um pouco de vinho que bebi sobre minha própria companhia, não que estivesse bêbada, mas o álcool havia me dado a coragem que faltava para que falasse com Diego. 

Mesmo que não tivesse motivo algum para isto, eu me sentia tão atraída magneticamente por ele achei que faria bem sua companhia, além de pelo fato de estar sempre solitária, queria conhecer mais um pouco sobre ele, mas já havia percebido que isso séria complicado.

Eu ainda podia escutar sua última frase ecoando em minha mente "eu não acredito no amor". Questionava-me o quão fragilizado ele era para tal e minha curiosidade aguçada havia visto mais um motivo para me aproximar dele, descobrir seus mistérios.

Tentava evitar pensar que perguntei se acreditava em amor a primeira vista, não disfarcei ao falar o que parecia sentir. Aquela deve ser a única explicação para que me visse tão obcecada por ele em um curto espaço de tempo, não se tratava apenas de atração física ou caso contrário não sentiria cada nervo de meu corpo se atiçar quando percebo seu olhar sobre mim.

Jogando água no rosto, saio de meus devaneios. Nada como um bom banho de manhã para começar o dia, ainda mais quando papai já havia pedido para ter uma conversa comigo, o que certamente não era bom.

Esperava que não tivesse descoberto minha pequena invasão, não teria problemas algum de um sermão de meu pai, mas Diego estaria em maus lençóis e seria prejudicado.

Saindo do banho, vesti uma blusa com alça princesa azul e uma saia branca. Imediatamente, encaminhei-me até o escritório de meu pai.

- Pode entrar - Ele respondeu quando bati na porta e seguindo suas instruções adentrei o local.

O escritório quase obscuro pelas paredes escuras de madeira me abraçou e me aproximei de Adam, dando um beijo em sua testa.

- Bom dia, papai - Ele sorriu.

Puxando a cadeira a sua frente, sentei-me e aguardei até que enfim começasse a falar.

- Seu aniversário acontecera em breve, chegará aos 24 anos - Assenti, mesmo não sendo uma pergunta, confusa a onde ele queria chegar com isso - uma idade ideal para se casar, como seu pai tomei a liberdade de escolher seu pretendente.

- O que está falando? - Cerrei os olhos, sentindo pura frustração junto a raiva em minhas veias.

- Que arrumei um pretendente pra você, está na hora de começar sua própria vida.

Levantei-me exaltada e andei de um lado para o outro, segurando uma risada irônica até explodir de vez.

- Eu não posso trabalhar mesmo depois de ter me formado, não posso sair, não posso ter amigos e agora não posso nem ao menos a pessoa que vou passar o resto da minha vida? - Gritei a plenos pulmões. 

O olhar julgador de Adam me estudando.

- É melhor para os negócios, querida. Tente entender.

- Cada vez me sinto mais sufocada. Você percebe isso? - Grito novamente, meu rosto contorcido em uma expressão de rancor.

- Victoria... - Ele saiu de trás da mesa e veio até mim - Sinto muito, posso ser flexível desde que aceite esse casamento.

Casamento. Preciso de alguns segundos para digerir essa palavra.

- Está me chantageando? - Minha voz saiu trêmula.

Papai não negou e ao invés disso retomou a falar, cravando mais uma faca em peito.

O vingador (parada) Onde histórias criam vida. Descubra agora