20 anos depois
Segurei minha medalhinha com força, buscando inutilmente sentir a presença de meus pais a ela como um ato de segurança, a abri vendo a foto já desgastada pelo tempo e mesmo os vendo eu não sorri, não tinha motivos para isso. Eu só queria voltar no tempo e aproveitar cada segundo que tive com eles novamente.
Assim que cheguei a casa de Alfred, após o assassinato de meu pai, ele me explicou tudo e passou a ser meu tutor, me ensinou a lutar e a atirar, além de me ajudar a pensar em novas estratégias me fazendo um bom estrategista. Ele era próximo de meu pai e tanto quanto eu queria uma vingança, por isso me fez perder a infância para ser um brutamonte no futuro.
Alfred era um homem bom e me explicou tudo sobre o homem que minha mãe julgou ser meu inimigo, já que também havia relação com aquele meio.
Quando ele disse o nome do homem que matou eu tinha 10 anos e desde então não o esqueci.
Adam Sandler.
O homem era o sócio do meu pai e juntos trabalhavam investigando organizações criminosas, como se fosse um tipo de FBI, mas ao contrário do FBI a maioria das investigações eram sobre máfias e eles não as entregavam, extorquindo dinheiro em troca do silêncio. Meu pai discordou de Adam sobre invadir uma unidade mafiosa em Chicago que não havia dado a quantia certa e abandonou o trabalho, porém de acordo com Adam ele sabia demais e não poderiam o deixar vivo. Adam fez questão de matar Gusmão com as próprias mãos, dispensando o serviço de contratar um assassino. E assim como o fez eu também farei.
Ainda irei vingar minha família destruída.
—Está pronto Diego ? — Alfred apareceu na porta com sua cabeleira branca.
Fechei minha medalha e me levantei. Passei a minha vida inteira me preparando para isso.
—Sem dúvidas nenhuma — Falei entre os dentes seguindo Alfred até o carro
A placa da Rielf emanava brilho, a velha organização que meu pai fazia parte agora estava mais desenvolvida com o passar dos anos. Situada em uma das regiões mais desérticas da cidade para não chamar atenção alguma, quando questionavam diziam ser apenas uma empresa qualquer do meio de engenharia.Respirei fundo.
À minha frente o portão de entrada estava aberto, exibindo cerca de três homens sentados em poltronas de algodão. Eu reconheceria o do meio facilmente, o chapéu negro na cabeça e o charuto entre a boca, Adam estava de pernas cruzadas com um sorriso no rosto.
Era a primeira vez que o encarava frente a frente e senti meu corpo entrar em um colapso interno, ódio puro inundando minhas veias e aquecendo meu sangue por puro efeito da raiva.
— Quem é você meu jovem ? — O homem a sua direita perguntou e adentrei o ambiente obscuro, a luz do sol não acessando aquele local
Me mantive rígido, as perguntas não me deixavam nervoso ou com medo. Eu estava treinado e não poderia perder a única chance que havia aparecido de acessar a Rielf. Extremamente cuidadosos, nunca chamavam novos capangas e o teste atual para conseguir seguranças era restrito a contatos de confiança para divulgarem a pessoas de confiança e capacitadas. Essa era a primeira vez em 10 anos que davam novas chances
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O vingador (parada)
Literatura FemininaQuando Diego era ainda uma criança viu seu pai ser assassinado a sangue frio na sua frente, fato que ficou gravado em sua mente desde então. Como proteção sua mãe o mandou embora sobre os cuidados de seu amigo, Alfred, que criou o garoto para ser um...