Epílogo

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QUATRO ANOS DEPOIS.

JungKook's view.

-Por que estamos aqui, Kim TaeHyung? - perguntei, talvez pela quarta vez naquele minuto.

O sorriso presunçoso e selvagem de Tae me dava calafrios, é óbvio, mas me encantava sempre. 

Estivemos escondidos por anos, claro, meus irmãos sabiam, mas nossos pais nem imaginavam. Lembro-me de que meu cunhado NamJoon descobrira quase três anos depois, nos pegando no flagra aos beijos após uma rodada veloz de sexo na casa dos Kim. Fora ele quem nos obrigou a revelar o caso para nossos pais. 

Obviamente emitimos grande parte. Contamos que éramos amigos, que nos aproximamos muito e que talvez aquela amizade fosse vista como algo diferente do que é. Então, tivemos que fingir sermos apenas amigos, mas fugíamos sempre. 

O campo de margaridas se tornou nosso lugar, e eu já havia perdido as contas de quantas vezes aquelas flores foram alvos de nossa selvageria e sede.

Apesar de não falarmos muito sobre nossa relação, depois de enfim contar para nossos pais e agirmos como amigos perante a sociedade, Tae e eu seguimos sem pressão alguma. 

Então, com aquele segredo ainda se firmando entre nós, um ano depois de revelarmos, me dirigi aos seus pais pessoalmente. E numa tarde de primavera, onde Tae chegara na sala no mesmo instante em que eu recebi uma resposta, nosso cortejo se iniciou. 

Eu o levava flores todo sábado, e ele me visitava no campo de polo toda quinta. Eram esses pequenos eventos que evidenciavam nosso relacionamento casto perante a sociedade. 

Uma grande mentira, pois entre quatro paredes, ou até mesmo ao ar livre, nós éramos de tudo, menos castos. 

E agora, quatro anos depois de uma grande bagunça e deliciosa aventura, Tae e eu estávamos nos cortejando ainda. Era mais fácil de explicar os encontros frequentes. 

Porém, hoje, um dia de neve perdido entre o inverno calmo, o meu adorável amante me conduzia até nosso ponto de encontro secreto. 

-Você precisa parar de perguntar isso toda hora. - riu, pisando na neve com força, para não escorregar. 

Estávamos dentro de casacos grossos, com chapéus de neve e cachecóis feitos a mão por minha mãe, estes que ganhamos no Natal. 

-Estou curioso e não gosto de não saber o que se passa na sua linda cabecinha. - segurei sua mão quando vi que ele iria cair se continuasse a andar daquela forma torna. 

-Senhor alfa curioso, você saberá em breve. - riu mais, me puxando para um abraço apertado.

 Balançamos para lá e pra cá, pois Tae adorava abraços animados, e eu adorava quando ele adorava algo. 

Acontece que me apaixonar por Tae me deixou tenso, pois isso traria pensamentos sobre o futuro, e na época só tínhamos dezesseis anos, apenas isso, éramos jovens. Pensar sobre o futuro não deveria ser parte de nós naquela época.

Então, juntos, passei a aproveitar o presente ao seu lado, e ele estava feliz, então eu também estava. 

Me redimir fora complicado, pois aquele ômega sabia ser vingativo, mas no fim estávamos ali, na neve, balançando num abraço forte. Seu cheiro de baunilha já predominava em meu quarto, apesar de ser impróprio que o aroma estivesse lá.

Assim como era indecente a forma em que ele gemia pra mim na minha cama, no chão do quarto, na escrivaninha... Éramos sujos se parar para pensar. Mas ninguém sabia, então... Não era um problema. 

-Já tentamos transar na neve, lembra? - sussurrei para ele, sentindo seu corpo vibrar numa risada cômica. -Não foi legal, ficamos resfriados por semanas. - nossos risos frouxos ecoavam. 

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