Nossas Promessas

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-Tudo bem? - ouvi a voz firme soprar em meu ouvido. 

Após a bela cerimônia, as palmas, a felicidade e alegria estampada na face de cada um dos convidados, principalmente em membros de nossas famílias, todos se deslocaram para a casa de minha família, onde o jardim vasto exibia uma decoração belíssima, envolvendo algumas flores aqui e ali. Os tons de verde e azul se misturavam, claros, quase em tons pastéis. O lugar estava deslumbrante, mas minha cabeça ainda estava bagunçada o suficiente para não conseguir apreciar o evento. Uma orquestra pequena tocava, e quando chegamos, depois de todos os convidados, uma valsa soou, e então... Bem, era a primeira dança da festa, a dança dos recém casados. E lá estávamos nós. As mãos do loiro seguravam em minha cintura, enquanto eu me pendurava em seus ombros. Estávamos tão próximos que eu podia ouvir seus batimentos cardíacos. Suspirei.

-É estranho... - murmurei em resposta, me aproximando um pouco mais, enquanto dançávamos de forma lenta. Não demorou para que outros casais estivessem ao nosso redor.

-Um pouco... - concordou. -Sabe, percebi uma coisa. - ele disse, e então eu levei meus olhos até os dele. 

-O que? - perguntei curioso, vendo-o sorrir tímido.

-Seu cheiro me lembra de uma música de ninar. - contou, e então eu ri franzindo o cenho.

-Que música? - perguntei confuso. 

-Eu não vou cantar pra você. - ele negou. 

-É crueldade atiçar a curiosidade de alguém. - devolvi, recebendo um intenso olhar incrédulo do mais alto. Joon não resistiu, e então respirou fundo.

-Brilha, brilha, estrelinha... - começou a contragosto. Segurei um riso frouxo, apenas apreciando a cena engraçada. -Quero ver você brilhar... Lá no alto, lá no céu.

-Por que se lembra dessa música? - perguntei curioso, realmente querendo rir. NamJoon me encarou envergonhado, mas suspirou antes de responder. 

-Meu pai cantava pra mim toda noite, e eu nunca conseguia dormir. - riu, e eu não pude me impedir de imaginar o pequenino NamJoon. -E então ele cantava enquanto me dava biscoitos. 

-Então eu tenho cheiro de biscoitos? - questionei risonho.

-Biscoitos de chocolate. - assentiu. -Nunca sentiu o próprio cheiro? - sua pergunta fez meu sorriso sumir. Como explicar?

-Um ômega só consegue sentir o próprio cheiro em períodos de... - mesmo sendo apenas uma palavra, ainda era difícil dizer, pois sempre que citada, me lembrava de uma fase ruim que tenho de suportar a cada três meses. 

-Entendo. - ele assentiu. -É meio diferente para alfas. - ele disse, me girando em meio a dança, e então lembrei que ainda dançávamos. -Nosso cheiro só começa aos quinze anos, e é sempre um grande desconforto no início. Nem sempre conseguimos distinguir ao certo. É estranho.

-Laranjas... - murmurei. -Você tem o cheiro de laranjas e hortelã. - contei. 

-Laranjas? - repetiu impressionado. -As vezes parece com jasmim ou alecrim... - murmurou pensativo, e então gargalhei, escondendo o rosto em seu peito. 

-Não, definitivamente são laranjas. - repeti, me recompondo. 

-Fiz você rir... - ele disse, abrindo um sorriso meigo, e então eu suspirei, notando que não estava me sentindo tão pesado quanto antes. NamJoon e seus poderes inexplicáveis. -Se sente melhor? - perguntou. 

-Odeio admitir, mas você é bom nisso... - suspirei. -Obrigado.

-Pelo o que? - perguntou confuso. 

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