Pegasus ao Campo

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A festa noite passada havia sido repleta de momentos pesados, estes que me fizeram perder o sono de forma cruel. Dormi pouco, e quando acordei, o alvorecer já surgia no horizonte. Lindo, em tons de laranja e rosa, crescendo e crescendo, se tornando um sol brilhante em meio ao céu azul celeste. Poucas nuvens e uma brisa agradável. De certo, um tempo perfeito para cavalgar, o que me lembrava de meu noivo galanteador e intenso. Em meu breve cochilo, sonhei com aqueles olhos. Ferozes, quase indecifráveis. Perfeito, ele era realmente perfeito. Atraente, misterioso e aparentemente um grande provocador. Um serviçal logo entrou em meu quarto, trazia meu café da manhã junto de um sorriso caloroso. Com certeza a mando de minha bela mãe, que desejava todo o sucesso desse casamento arranjado. Um banho gostoso me fora dado e logo me vestia. Comi algumas frutas e bebi do suco de maçã na taça de prata. Encarava a calça de equitação acima da cama, bem ali, pronta para mim e para o encontro com meu futuro marido. Céus, como era desastroso tudo aquilo. Me perguntavam onde meus irmãos haviam sido trancados para não estarem aqui preparados para me impedirem de ir.

-Não pretendo vestir um colete hoje, mamãe. - falei, vendo a mulher perambular pelos armário com roupas elegantes. A camisa que vestia era marfim, elegante e com bordados nas mangas justas. Ela vinha rodeando meu colo, deixando o início de minhas clavículas a mostras. Ainda usava uma calça de pano, esta apenas para que não precisasse ficar despido por aí. Logo seriam nove horas, e a chegada de minha mãe em meu quarto era apenas para me apressar e dar conselhos. Ela vestia tons de magenta hoje, um vestia simplório que lhe dava seriedade e sedução. Suas joias era poucas, brincos e um colar bonito.

-Sei que é uma cavalgada, mas ainda deve estar particularmente apresentável, SeokJin. - ela sorria, mas sabia que eu não cederia ao seu luxo. Ela veio até mim, e então olhou para o colar que eu ainda usava. -Usas o presente de seu noivo. É para agrada-lo? - perguntou curiosa.

-Não tive coragem de tirar. - suspirei. -É lindo, e acho que fica bem com tudo...

-Sim, é mesmo. - sorriu orgulhosa, tocando a pedra em meu pescoço. -Não tivemos tempo de falar sobre NamJoon. E então, me diga, o que achou dele? - questionava curiosa, nos puxando até o divã perto da varanda.

-Ele é... - o que poderia dizer? Que ele é um pecado tentador? Que meu corpo inteiro ferve ao ser observado por ele? Que ele me deixou praticamente despido diante de seus olhos obscenos? Que eu gostaria de socá-lo até a morte por ser tão provocativo e atraente? Não, nada parecia uma resposta apropriada. -Surpreendente.

-Surpreendente? - repetiu confusa.

-Eu não sei ao certo. - ri nervoso. -Foi um cavalheiro, mas... Acho que os meninos foram muito intensos e a disputa entre alfas me deixou meio nervoso. - tentei mudar o foco. -Talvez eu possa responder melhor depois de hoje... - sugeri, desejando que ela aceitasse aquilo e me deixasse.

-Entendo. - suspirou. -Seus irmãos levaram uma bronca ontem antes de dormirem. - contou ela. -JungKook principalmente! - enfatizou, frustrada. -Eles precisam entender que está noivo, e não podem ser desse jeito com seu futuro marido.

-Eles sempre tentaram me proteger, até mesmo quando estavam no berço. - sorri. -São bons alfas, e serão grandes homens.

-Sim, serão. - sorriu ela. -Bem, venha, vamos terminar de vesti-lo. NamJoon chegará a qualquer momento. - agitou-se.

Mamãe estava visivelmente empolgada com aquele encontro. Eu me sentia trêmulo. Nervoso, arrancando os cabelos. Eu vesti enfim todo o traje de montaria, deixando o casaco para trás, contradizendo minha mãe. A mulher tagarelou sobre o quão importante seriam aqueles dias, e que eu deveria me concentrar em meu noivo. Aconselhou-me a marcar encontros casuais com o alfa durante o tempo em que ele residirá na cidade. Não sei bem como insistir em vê-lo, visto que meus irmãos o odeiam e eu mal consigo formular uma frase sem contar perto dele. Seria uma manhã difícil, mas era necessário. Me pergunto se NamJoon, depois de me conhecer bem durante essa semana, desejaria romper o noivado. Como ômega, essa decisão jamais caberia a mim, pois infelizmente não tenho a opção de dar a última palavra, mas ele... Bem, ele era um alfa, e pela sua postura séria e intensa, ele poderia cancelar tudo e então eu estaria livre desse noivado. Me pergunto se ele iria contra os mandamentos de seu pai. Ele poderia fazer isso? As perguntas voaram em minha mente, entretendo-me enquanto o minutos voavam. Mamãe insistiu em me decorar de forma glamorosa. Não era como se eu estivesse pronto para um baile de gala de classe altíssima, porém, eu parecia mais bonito que o comum. Percebi que eu segurava a pedra esverdeada em meu colar durante todo o tempo. Envergonhado, a soltei, e logo mamãe me conduziu para fora do quarto. A cada segundo ela ajeitava algo em minhas roupas. No hall de entrada, meus irmãos nos aguardavam. Carrancudos, claro.

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