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— Já faz uma semana que estou aqui, você realmente não vai falar nada comigo?

O silêncio é sua resposta de novo. Estava cansada disso. Muito cansada.

— O que foi? Você enlouqueceu de vez? Que porra tá acontecendo com você? Eu achei que estivesse morta e agora não pode me dar explicações? Que merda! Eu preferia ter sido trancada com um rato do que com esse resto de merda que você parece agora!

Outro ataque de furia e nada acontece.

— Talvez eu devesse matá-la. — diz, a voz amarga como si própria.

— Tente. — finalmente aquele ser sujo lhe diz algo.

— O que acha que poderia fazer comigo quando está coberta por sujeita e seus ossos são visíveis sobre sua pele?

— E o que acha que pode fazer comigo quando não faz ideia do que fui obrigada a fazer por anos? — devolve.

— Touché. — solta uma risada fria. — Agora que resolveu falar, faça sua obrigação e me conte como as coisas funcionam por aqui.

— Esse é o problema de você e daquela sua amiga.

— Não ouse falar dela. — a voz ameaçadora. Pena que ela parecia um poodle irritado perto do que a outra já havia enfrentado.

— Vocês se acham muito superiores. — solta uma risada. — Vem aqui e me deixe te mostrar uma coisa sobre a vida.

Não demorou muito para as duas estarem rolando ao chão e brigando como animais.

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Hina estava furiosa. Furiosa não é o suficiente para descrever o que ela estava sentindo naquele momento. O que faria aquelas pessoas trocarem Shivani por Noah? Isso nunca tinha acontecido! Antes fosse por Bailey ou Josh, ninguém daria falta daqueles dois.

Ela estava absolutamente cansada dos privilégios que os outros tinham. Psicólogos, idas as partes super secretas, enquanto nada acontecia com ela ou Shivani. Não faz sentido terem levado sua única amiga e devolverem o melhor amigo da esquesita e cheia de privilégios ali dentro, Heyoon.

Talvez as coisas tenham mudado, já que faz bons dias que ninguém passa pro lado de lá da casa, essa pode ser sua melhor chance. Infelizmente seu dom ainda não tinha sido revelado e por isso era mantida ali, gostaria de ter sido precoce pra sair daquela casa velha e fedida. Seu dom é uma benção e isso lhe garante uma vida melhor, mas enquanto ela não o tem, ainda é uma pessoa que não vale e nem serve de nada.

Hina ouviu dizer por aí que o dom pode vir ao mundo quando as coisas ficam feias pro seu lado, os sentimentos têm muito haver com os dons de cada um. Tristeza não o trouxe, solidão tão pouco quanto, mas ainda não tinha testado a raiva. Por isso estava naquela parte do jardim, escondida atrás da casa tentando botar tudo pra fora. Era mais difícil do que ela pensava.

Outra vez não deu certo.

É com o pessimismo batendo forte em seu peito que entra na casa, desde que Shivani e Hina brigaram com Sofya a garota não olha em seus olhos, foram muito duras. Mas a morena viu Sofya chorando escondido, talvez elas voltem a se falar em algum momento e Hina deve manter-se alerta.

Preciso que algo me irrite. Preciso que algo me irrite. Preciso que algo me irrite. Preciso que algo me irrite. Preciso que algo me irrite. Preciso que algo me irrite. Preciso que algo me irrite. Preciso que algo me irrite. Preciso que algo me irrite. Preciso que algo me irrite. Preciso que algo me irrite. Preciso que algo me irrite.

Passou horas com isso na cabeça, o céu lá fora ficando escuro e o dia amanhecendo de novo enquanto suas lágrimas descem pela pele pálida.

É no fim da tarde seguinte que finalmente consegue o que quer. Voltava do jardim frustrada quando avistou a seguinte cena: Joshua, Heyoon e Noah na varanda da casa, o loiro e a morena sentados nas cadeiras velhas de madeira e o moreno ao chão, enquanto conversavam sobre Sina. Eles falavam de uma forma tão bonita da loira, com saudade e amor. Até que falaram sobre Shivani. Ela percebeu que não tinham raiva na voz, que apenas buscavam respostas e isso a irritou.

Se sentiu estranha, a voz mudando o tom enquanto murmurava sozinha. Suas mãos esquentando e a cabeça rodando. Acaba por vomitar no chão do corredor, se sentindo estupidamente tonta. Em algum momento está desmaiada sobre seu próprio vômito, algo dentro de si havia mudado. Suas mãos estavam muito quentes e estava coberta de seus próprios fluídos.
Hina corre até o banheiro, limpa o corredor e toma um longo banho gelado e nada de suas mãos esfriarem. Estavam vermelhas e quentes, muito muito quentes.

Não consegue dormir e seu quarto parece quente demais, caminhar pelo corredor alivia essa sensação  sufocante. Um barulho forte no fim do fino corredor chama sua atenção, a porta pesada de aço é afastada e várias pessoas vestidas de forma estranha saem de lá. Ela é agarrada e puxada para dentro, seu coração a mil. Não importa o que ia acontecer, ela estava dentro e logo veria Shivani.

Tudo estava bem.

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Mais personagens = mais dons

Desde q Noah chegou a história realmente começou a andar, vcs tbm acham?

Prometo tentar voltar logo!

Bjs, Malu ;-)

3/3

𝗠𝗔𝗗 𝗪𝗢𝗥𝗟𝗗 ミ heyosh Onde histórias criam vida. Descubra agora