— Ei! Ei! — esmurrava a porta do corredor que leva até as salas dos "responsáveis". — Me deixa entrar! Eu quero falar com a Lilian! Me deixa entrar! Eu preciso falar com essa monstra! Ei! Alguém! — seus punhos doíam pelo contato forte e constante contra a porta gelada de ferro.
Respira fundo várias vezes, tira a blusa de moletom cinza que vestia e joga no chão. Chuta a mesma pra outro canto e começa a socar as paredes ao redor, soltando gritos de raiva.
— Fui eu que enforquei a psicóloga! Fui eu! — volta a esmurrar a porta. — Por que bateram nela? Por que? Por que se foi eu? — lágrimas grossas escorriam dos seus olhos.
Joshua queria alguma resposta. Ele esperava que alguém saísse de lá de dentro e o mandasse calar a boca, que batessem nele, que o apagassem de novo. Nunca imaginou que teria o mais sombrio dos silêncios como resposta. Nunca. Isso era pior que tudo. Porque se o apagassem ele ficaria calmo e dormiria por dois dias, se batessem nele seria justo, se o mandassem calar a boca ele saberia que tem alguém ali e faria escândalo até darem atenção a ele. Mas nada era angustiante. Era ridículo ver como estavam debochando dele, da dor dele e dos sentimentos dele.
— Eu juro que não venforcar mais ninguém! Só não encostem nela mais, por favor... — encosta a testa na porta, permitindo que o choro saía. — Me levem, façam o que for comigo, mas deixem ela. — soluça. — Eu imploro, por favor... — sua voz era baixa e soprada.
Nada aconteceu, nada.
Ele se sentou no chão, sua cabeça passa novamente as cenas que viveu meia hora antes, antes de Heyoon cair no sono. Quando Josh passava remédio e decidia em quais machucados precisaria mais de curativo, porque a quantidade que a morena tinha era escassa e nem metade dos seus machucados foram cuidados como deveriam. Quando acabou, ele a abraçou e sentiu sua blusa ser molhada por lágrimas e mais lágrimas até que o sono a levasse.
Agora, sentado ali na porta do corredor e com seus olhos transbordando toda dor que sentia, Joshua se permite chorar mais uma vez. Porém, dessa vez não é por ele ou pela morte de Any, dessa vez é pela vida de merda que Heyoon tem e de como ele se sente um lixo por não conseguir fazer nada pra mudar isso.
— Vocês podem deixar ela viver ao menos uma semana sem ser agredida? Aquelas feridas... Elas...elas precisam de tempo pra curar e eu não sei se matar outro de nós é o desejo de vocês. — mantém a voz num tom normal, a dor ainda era notável. — Só peço isso, um pouco de piedade. — se sente humilhado e desgastado por tudo que acontece ali.
O loiro levanta e vai pra cozinha, acabou de lembrar que não comeu nada o dia todo e precisa se manter forte se quer cuidar de Heyoon. Ele vê Sofya na cozinha, ela estava guardando as coisas do café da manhã, já era quase hora do almoço e hoje era o dia de Sabina e Bailey cozinharem. Joshua não tem forças pra se levantar da cadeira que sentou e fugir dali antes que eles cheguem e notem o quão fraco ele está, só quer ficar ali e comer algumas torradas com o creme de abacate que a loira fez.
— Ainda tem daquela coisa de abacate? — ele pergunta.
— Tem. — sorri doce. — Eu pego pra você, tá com cara de quem não comeu nada até agora.
— Não comi, tava com a Heyoon. — diz, enquanto pega algumas das torradas que estavam ali na mesa.
— E ela tá bem? — coloca o pote com a pasta verde na mesa, olhando fixamente pro rosto do loiro.
— Vai ficar, agora ela vai. — sorri sem ânimo algum.
— Vai sim. — tira o avental verde escuro que vestia. — Você pode colocar o resto das coisas no lugar? — aponta o que o mesmo usava pra comer.
— Claro, obrigada. — tapa a boca cheia.
— Obrigada você. — Sofya saí do cômodo e o deixa sozinho de novo.
Joshua devora as torradas com pasta de abacate em poucos minutos, abre a geladeira e sorri ao ver o resto de suco de morango, coloca tudo em um copo e bebe devagar. Depois de se sentir mais forte e alimentado, ele lava tudo que sujou e guarda as coisas que Sofya pediu. Se escora na pia e toma fôlego, preparando psicologicamente pra voltar ao quarto e ver como Heyoon está.
— Josh. — a voz de Sabina se faz presente. — Por que vocês estão nos ignorando?
— Você viu como ela está, não viu? — a morena fez que sim. — É pra vocês não ficarem assim também, não força.
— Por quê?
— Porque dói demais ter que afastar vocês que só querem nos fazer bem, ela fica muito mal e eu não quero que ela fique assim. — começa a caminhar pra saída que leva as escadas. — Você entende, não entende?
— Entendo. — ela molha os lábios. — Não quero fazê-la ficar pior, vou me afastar. — seus olhos castanhos estavam marejados.
— Me desculpa. — sussurra.
— Tudo bem, eu faria a mesma coisa se fosse pelo Bailey. — pois a mão no ombro dele.
— Eu sei.
Com isso resolvido, Josh sobe os degraus e para no seu quarto, pega roupas e decide ir tomar banho. Ele tira qualquer marca de sangue que tenha ficado no seu corpo após fazer os curativos na amiga e lava os cabelos. Veste uma camisa branca e bermuda preta, penteia o cabelo no quarto e vai ver como Heyoon está. Chega lá e vê a mesma sentada na beirada da cama com um livro nas mãos, entra no quarto e senta ao lado dela sem dizer nada.
— Quer que eu leia pra você? — pergunta a ele.
— Por favor, sua voz é calma.
— Eu sei. — solta uma risadinha e volta a fazer a leitura, dessa vez em voz alta.
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Mano, 1K ❤🥰😍😘🤩
Muuuito obrigada por tudo! Amo vcs <3Eu estava bem insegura de postar essa fic, confesso, a história é diferente de tudo q eu já fiz e isso me causou insegurança, porém eu gosto muito dela e resolvi tentar
Obr por não perderem a paciência com a história, sei q é difícil de entender onde eu quero chegar, mas é necessário q eu crie os relacionamentos dos personagens antes de qualquer coisa. Espero q estejam gostando ❤
Bjs, Malu ;-)
MARATONA 1/3
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𝗠𝗔𝗗 𝗪𝗢𝗥𝗟𝗗 ミ heyosh
FanficExiste um bosque perdido em meio a uma enorme floresta, no final desse bosque existe uma casa e nessa casa existem pessoas perdidas sobre suas próprias vidas. Imagina se você só estivesse vivo por ter um "dom" especial, algo que é tão único que te...