portas e suas descobertas

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Seu cabelo ensebado caía escorrido pelos olhos, as pontas de seus fios  estavam espetadas e ajudavam a agravar sua aparência suja. A boca era seca e vermelha pelas mordidas que tiraram sangue de seus lábios, suas mãos marcadas pelas unhas.

Ela se assusta quando a porta é aberta, a luz forte invadindo o quarto escuro. Assiste algo ser empurrado para dentro, a forma grotesca já não lhe assustava mais.

— Você parece podre, garota! — aquela voz aterrorizante de novo não. Leva as mãos aos ouvidos, murmurando inúmeros protestos. — Tome um banho e se vista decentemente, tem nova companhia!

— Não, não pode. Não, não, não. — as palavras não passando de murmuros baixos.

— Enlouqueceu de vez, foi? — a voz se aproximando. — Como você fede! Acho melhor se endireitar logo, você não quer saber o que fazemos com quem nos faz desperdiçar tempo. — segura o rosto fino em suas mãos, sua voz assustadora. — Conte a sua nova colega como as coisas funcionam por aqui, a mordomia acabou.

A garota corre de suas mãos e se encolhe ao canto, abraçando as pernas e balançando para frente e para trás. A nova companhia lhe observa atentamente, seus olhos escuros se abrindo ao perceber quem era aquele ser de aparência terrível encolhido ali.

— Ah, meu Deus! — um suspiro de choque saindo de seus lábios. — Você... C-como você está viva?

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A água morna e abundante sobre seus cabelos castanhos era uma boa sensação, as gotas grossas tocando sua pele o deixavam relaxado. Não precisava mentir, quatro anos tomando banho numa goteira grossa e gelada não chegavam aos pés daquele chuveiro quente. O shampoo limpava toda sujeira presa ali e o condicionador amaciava seus fios maltratados, seu cabelo parecendo outro após o banho. As roupas sem buracos e quentes lhe caíam bem também, limpas e confortáveis.

De banho tomado e após uma bela refeição, Noah volta ao lugar que costumava ser seu quarto, parando ao ver algo que chama sua atenção. Bailey estava batendo a porta, pedindo firmemente para que entrasse. Josh não da sinal de vida por algum tempo, até que se cansa e abre a porta, logo fechando atrás de si.

— O que você quer, Bailey?

— Conversar, Josh! Eu botei um alvo bem nas minhas costa e na Sabina pra ajudar você, não pode simplesmente virar a cara pra mim! — o moreno aponta o dedo para o loiro, este que o  encara inconformado.

— Depois de aceitar nos entregar para a maluca da Lilian! Qual a porra do seu problema? — solta um suspiro furioso. — Me desculpa por te ajudar a meter a Sabina nessa história, eu realmente sinto muito por ela, mas não posso confiar em você. Não existe uma forma que eu possa fazer isso, não agora.

— Por favor, eu não consigo nem pensar na hipótese de tocarem na Sabina! Eu preciso que você me ajude! Por favor! — Noah nunca havia visto Bailey chorar antes, agora ele sabia como sua face se contorcia quando precisava expulsar as lágrimas.

— Bailey, nós podemos conversar depois? — o loiro coloca a mão sobre o ombro do outro garoto. — Tô com muita coisa na cabeça agora.

— Isso é sobre a volta do Noah? — assiste o loiro concordar. — Sei que não sou a pessoa que mais passa confiança pra você agora e entendo, mas posso ficar de olho nele.

— Como assim?

— Eu sou um bom observador. — abre um sorriso mínimo.

— Ok, eu aceito. — suspira. — Só não deixe que ele ou Heyoon saibam, ela ficaria muito decepcionada comigo por não confiar nele. — o loiro prende os lábios.

— Mas você simplesmente não pode, eu entendo.

Depois dessa parte da conversa Bailey foi embora, Noah perdeu a empatia pelo momento em que o assistiu chorar. Era horrível a sensação de ser colocado como dúvida, Josh acreditava que ele poderia fazer mal a sua doce YoonMoon, como se ele fosse capaz de querer mal para alguém que sempre lhe fez bem. E naquele momento a raiva pela desconfiança subia a sua cabeça.

Seus passos fortes foram ouvidos ao longo do corredor velho de madeira, sua mão fechada e os dedos marcando a pele. Abre a porta do quarto com um empurrão, assustando Joshua.

— Quem você pensa que é pra mandar alguém ficar de olho em mim? — não consegue se segurar antes de seu punho acertar o rosto marcado de Josh.

— Você enlouqueceu? — o loiro o tira de cima de si, levando a mão até o pequeno corte em seu rosto.

— Eu enlouqueci? Sério, Joshua, eu? Você aceitou colocar esse cara pra me vigiar! Você é o único aqui que não confia em mim! — desabafa, era algo que sentia antes mesmo de ouvir aquela conversa.

— Eu não tenho motivos para confiar em você! Não posso me dar esse luxo de confiar em você apenas por ser amigo da Heyoon ou porque ela confia! Então, me perdoe, mas irei sim duvidar de você até que me dê motivos para que eu não o faça!

— Jos- — é cortado pela morena entrando no quarto.

— O que vocês acham que estão fazendo? Gritando e se expondo assim? — leva a mão até a gota de sangue que descia pelo rosto de Joshua. — Noah, se quer que ele confie em você, socos não são mesmo o melhor caminho.

Yoonmoon... — murmura.

— Acho melhor vocês se sentarem cada um em suas camas, vou buscar meu kit de primeiros socorros e vamos conversar como adultos.

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Quem me segue viu nos meus avisos q teria uma surpresa pra Mad World e aqui está!

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𝗠𝗔𝗗 𝗪𝗢𝗥𝗟𝗗 ミ heyosh Onde histórias criam vida. Descubra agora