Hoje chovia, caía do céu centenas de gotas de água. Raios iluminando a escuridão que as nuvens pesadas traziam. O som que os flashes de luz faziam ao chocar com o chão eram baixos perto dos gritos que saíam da garganta de Heyoon.
— O que você fazia conversando com Josh? — a mulher soltou os pequenos braços da morena e prendeu seus cabelos loiros num rabo frouxo.
— Sem respostas, mesmo? — segurou o queixo de Heyoon. — Quer mesmo apanhar mais? Dessa vez temos uns brinquedos pra testar. — os grandes olhos passearam pela sala e ficaram arregalados com a caixa azul que havia no canto.
— Você se lembra, né? — um sorriso se formou nos lábios da loira. — Eu não vou te poupar agora, já tem 20 anos e vai saber lidar com a dor. — puxou os cabelos de Heyoon, fazendo com que ela a encarasse. — Última chance, diga algo.
— Você é uma louca amargurada, Lilian. — cuspiu na cara da mais velha.
— Me chamou de que? — seus olhos brilhavam em desafio.
— Louca amargurada, acho que devo colocar surda na lista também. — fez um bico e recebeu outro tapa em resposta.
— Você é uma vadia, garota! Uma vadia! — Heyoon soltou uma risada.
— Eu sou uma vadia por falar com Joshua? — levou um tapa mais forte agora.
— Você é uma vadia por existir.
— Sentirá um grande arrependimento disso no dia de sua morte, quando não tiver ninguém que a ame pra velar seu corpo. Ninguém ama uma psicótica como você. — chutes eram deixados no seu corpo enquanto falava. — Eu vou abrir uma garrafa de Champanhe francês e fazer uma bela ceia enquanto você estiver a caminho de queimar no inferno. — Lilian parou.
— Vai arrumar champanhe onde, sua burra? Você ainda vai estar presa aqui quando eu morrer. — Heyoon sabia o quanto tinha assustado a mente da loira.
— Disso só Deus sabe. — os dois seguranças a colocaram de pé. — Posso sair agora ou ainda tem alguma mágoa pra despejar em mim? — sua boca tinha gosto de sangue.
— Tome banho. E me escute bem, não perturbe Joshua novamente, ok? — seus olhos cinzentos frios como o gelo.
— Tenho problemas de audição pelos tapas que você me deu, não ouço nenhuma merda que você fala. — sorriu.
Heyoon logo teve seu sorriso parado por um soco na barriga seguido de outro tapa na cara.
— Levem essa inútil daqui! — os seguranças arrastaram ela até o corredor da casa e jogaram seu corpo no chão.
— Queime no inferno, sua desgraçada! — a de cabelos castanhos grita, enquanto se apoia na parede pra ficar de pé.
Uma mancha de sangue deixa rastro na parede por onde ela encosta, seus olhos derramam lágrimas e sua boca tremia com soluços.
— Heyoon? — Sabina chama seu nome quando aparece na sala de TV.
— Me esquece. — seus pés falham e caí no chão.
Sabina levanta do sofá num pulo e ajuda Heyoon a ficar de pé.
— Olha o que fazem com você. — tira os fios do rosto machucado. — O que acontece lá dentro? — a pequena via nos pensamentos de Sabina uma enorme preocupação.
— Tortura. — morde os lábios e abaixa a cabeça, pingando lágrimas no chão.
— Por quê? — caminham juntas até o banheiro.
— Muitas coisas acontecem e vocês nem se dão conta. — entra no banheiro. — Obrigada, Saby.
Joshua olha o céu e via nas nuvens olhos de pessoas quebradas, olhos que derramam sem parar. Seus pensamentos não saíam de Heyoon, ela lhe pediu perdão mas o erro nem foi dela. De ninguém que estava sobre o teto daquela casa, nenhum ali tinha culpa. Sua consciência o disse que devia dizer o que pensa a ela, mas sua dúvida e insegurança o deixavam ali, vendo a chuva molhar a terra.
Resolve ir atrás dela, os gritos abafados pela chuva que ecoavam na casa não deixam sua cabeça. Por algum motivo sentiu empatia por ela, quis cuidar de Heyoon como ela cuida das lembranças de Any.
Ninguém na sala sequer olhou pra Josh enquanto ele passava rumo as escadas, Heyoon sempre o olhava e isso ele nem idéia tinha. Parou na porta gasta do quarto, ouvia resmungos e soluços, por um impulso abriu a porta e deu de cara com a mulher encolhida na cama.
— Heyoon? — chamou seu nome, com dúvida.
— Joshua, o que tá fazendo aqui? — limpa suas lágrimas e se recompõe. — Fecha a porta.
O loiro fecha a porta e senta na cama junto de Heyoon, ambos com as costas na parede.
— Não foi culpa sua. — as palavras saem de sua boca numa facilidade assustadora.
— Oi? — a morena passa os cabelos pra trás dos ombros.
— Nós não seguimos a risca seu plano, os detalhes custaram a vida de Any. — observavam a cama que pertencia a cacheada.
— Eles atiraram, nenhum detalhe pode passar por cima disso. — mesmo quebrada, Heyoon queria fazê-lo entender que nunca foi culpa dele.
— Você sempre tenta cuidar de todos, sempre ajuda todo mundo aqui e eles nem fazem idéia. — Josh quer tentar ter uma nova amiga, alguém que possa partilhar.
— Você é mais observador do que eu pensava. — sorriem.
— E você é mais esperta do que aparenta. — olham pro teto, receosos.
— Posso ser sua amiga? — Heyoon propõe, mordendo o lábio e com o coração acelerado.
— Se você deixar eu cuidar das suas feridas... — o coração de Joshua batia tão rápido que pensou que fosse morrer ali mesmo.
— Temos um acordo? — se olharam pela primeira vez no dia.
— Acho que sim. — o de olhos claros sorri, vergonhoso.
Se aproximam na cama, Heyoon apoia a cabeça no ombro de Josh e ele segura sua mão. Seus corações se acalmam e seus pensamentos se esvaziam quando suas mãos se tocam.
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Eu não sei escrever cenas de agressão, juro q vou tentar escrever melhorBjs, Malu ;-)
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𝗠𝗔𝗗 𝗪𝗢𝗥𝗟𝗗 ミ heyosh
Hayran KurguExiste um bosque perdido em meio a uma enorme floresta, no final desse bosque existe uma casa e nessa casa existem pessoas perdidas sobre suas próprias vidas. Imagina se você só estivesse vivo por ter um "dom" especial, algo que é tão único que te...