Tradiçoes e costumes

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Pansy não se considerava uma pessoa desonesta. Esperta? Sim, claro! Desonesta, claramente não.

Para começo de conversa, ela não havia sugerido nenhuma aposta. Ela apenas havia aceitado aquela aposta porcamente elaborada.

Quem em sã consciência elabora uma aposta e não estipula regras? Provavelmente, ser sonserino não os preservou da imbecilidade que atinge os cérebros masculinos ao ver uma garota gostosa e Granger era gostosa. Pansy já sabia disso, Pansy provou disso.

Estava dando uns amassos na Granger antes de aceitar a aposta? Ts ts ts, claro que estava, mas isso não fazia dela alguém desonesta fazia? Pansy preferia o termo "estrategista" visto que isso estava dentro das malditas regras que eles se esqueceram de mencionar e que ela acidentalmente apagou da própria mente.

Seu interesse na garota de ouro realmente começou quando ela a viu nua no banheiro dos monitores, Pansy só foi um pouquinho mais esperta e iniciou o contato com antecedência....quem pode culpá-la?

Em uma quarta-feira qualquer, Hermione Granger lhe entregou um folheto qualquer.

— O Fundo de Apoio à Liberação dos Elfos? — Pansy olhou o folheto com uma careta de nojo.

Hermione cruzou os braços e fez sua melhor cara de desgosto.

— Qual o problema, Parkinson? — Pansy riu pela nariz.  — O F.A.L.E é uma organização séria!

— Fala sério, Granger! Você já se perguntou se os elfos querem ser libertos?

— Você fala isso, porque vocês puro sangue não querem perder seus escravos!

Ali estava! Toda aquela impetuosidade grifinória que fazia o sangue de Pansy correr mais rápido.

Pansy riu com deboche.

— Elfos precisam da magia dos bruxos, Granger.

Pansy suspirou e negou com a cabeça e antes que Hermione pudesse rebater ela tornou a falar.

— E dizem que você é a mais inteligente daqui.

Então, Pansy agarrou o pulso esquerdo de Hermione- que estava tão surpresa que não teve reação- e a arrastou até a biblioteca. A castanha acompanhou com a face recheada de supresa.

Pansy recolheu um livro de uma das prateleiras e exibiu uma das páginas na fuça de Hermione.

— Veja você mesmo, gracinha.  — Hermione até poderia recrutar, mas sua parcela anormalmente grande de curiosidade obrigou-a a agarrar o livro.

Pansy se sentou calmamente na cadeira mais próxima e cruzou as pernas. Seu oxford batendo no piso ritmadamente. Granger lhe exibiu uma carranca grosseira que produziu um vinco entre as suas sobrancelhas.

Pansy não sabia quanto tempo havia se passado, mas Hermione pousou ao seu lado quase que despretensiosamente e murmurou alguma coisa que Pansy não entendeu.

— Você tinha razão— ela cruzou os braços e Pansy sorriu maldosamente. 

— Eu sempre tenho! — A sonserina inclinou o corpo se aproximando da grifinoria. — Elfos precisam de bruxos tanto quanto bruxos precisam de elfos.

Hermione gemeu frustrada e apoiou a cabeça nos braços, os cotovelos espalhados pela mesa, como uma garota da aristocracia- como Pansy- provavelmente nunca seria vista. A forma como sua bochecha se acomodou sobre a sua mão a deixou com uma aparência fofa.

Vamos brincar, Granger? Onde histórias criam vida. Descubra agora