Mapa do Tesouro - A saga Vol. I [Em Revisão]

Capítulo VII

Nunca imaginei que sentiria tanta falta da Luz do sol, do calor sob minha pele. É nesses momentos que aprendemos a dar valor a certos detalhes da vida. Esse lugar é simplesmente horrível, os dias sempre são escuros e frios, as vezes fico me perguntando se aqui não tem sol. A resposta vem quando olho para o céu, carregado de densas nuvens em tom cinza escuro, no ar paira uma camada de neblina, o que piora tudo. Aqui é tão vazio, triste e solitário, que até a maior das felicidades seria apagada. Acredito que esse lugar já esteve melhor, mas o que aconteceu?

Algumas horas havia se passado, o pessoal estava reunido na mesa da cozinha, conversando. No quarto, Nelciane desperta de seu sono e ao perceber que está sozinha, levanta-se devagar e caminha até a porta, desce as escadas que rangia a cada degrau que pisava.
ㅡ Oi gente. Falou ela com uma voz suave enquanto coçava a cabeça.

Todos viram o olhar para ela admirados, aquele chá era realmente milagroso, ela aparentava está bem melhor se comparado ao semblante angustiado que ela se encontrava. Antes que pudessem se levantar para ir ao encontro da amiga, o sr. Harí pede um momento a só com a jovem.

A casa era pequena, mas tinha um andar que ficava os quartos, era perceptível que era muito antiga. Havia lamparinas e velas acesas por toda a casa a todo momento. Paloma entrega uma tigela de sopa de legumes para Nelciane que volta para o quarto seguida por Harí. Ao entrar no quarto, senta- se na beira da cama, o ancião pega uma cadeira de balanço e senta logo a frente da jovem.

ㅡ Então minha jovem, pode me contar um pouco sobre seus pesadelos e quando eles começaram?

Nelciane para por um momento de comer, abaixa sua cabeça e com a colher, fazia movimentos circulares na sopa. ㅡ Tudo começou quando eu tinha cinco anos, de forma misteriosa e até hoje ninguém soube me dizer o porquê disso. A partir dessa idade, todas as noites eu tinha pesadelos horríveis, eles não eram claros para mim, se mostravam sempre como uma espécie de enigma.
ㅡ Eu sofria muito por conta disso, os pesadelos me afetavam muito fisicamente. O mais bizarro é quando estava para acontecer algo, eu sempre tinha pesadelos bem antes, quando acontecia ficava tudo claro para mim. Tudo fazia sentido quando eu ligava os pontos, nunca aceitei nada disso talvez por isso eles pararam quando eu completei 15 anos.
ㅡ Duas noites antes de vim parar aqui, eles voltaram novamente e agora estão ficando mais fortes do que nunca.

Após pensar pensar um pouco, Harí levanta- se de sua cadeira e caminha até a janela de vidro que havia ao lado direito do quarto. ㅡ Suas habilidades são realmente incríveis, o que ver não são pesadelos, mas sim premonições de coisas ruins que irão acontecer em um futuro próximo. Essa capacidade faz de você uma pessoa especial e diferente dos demais, é uma coisa boa.

Com um leve sorriso de sarcasmo, ela levanta e fica em pé com um olhar de indignação para Harí que permanece de costa. ㅡ Como pode ser uma coisa boa? Esqueceu que isso está me afetando.

ㅡ Isso acontece, pois você ainda não tem o controle das suas emoções, você deixa que o medo consuma seu ser, suas habilidades estão evoluído de forma rápida.