Café, donuts e emprego

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Lauren's point of view

Flashback de horas antes do mesmo dia.

"Acordei tarde do dia, para ser mais exata já quase no fim da tarde e eu estava completamente indisposta depois de uma louca e longa noite de bebedeira e outras coisas. Minhas amigas e eu havíamos concordado de fazermos uma espécie de despedida das férias, já que algumas de nós estávamos prestes a entrar para a faculdade e eu era uma delas.

Sentei-me na cama e no mesmo segundo senti o meu corpo dolorido, minha cabeça doendo e o quarto rodando. A famosa ressaca estava presente no meu ser, e bom, eu não poderia estar me sentindo pior. Coloquei minhas duas mãos sobre o meu rosto, o cobrindo e apoiando meus cotovelos em minha barriga, na altura da minha cintura. Acho que essa com certeza era a pior sensação do mundo. Deixei que os meus olhos permanecessem fechados e as memórias da noite anterior vieram aos poucos e a cada ato que eu me recordava de ter feito eu ria, até que lembrei de algo que me assustou um pouco.

- Eu peguei a Lucy? – Sussurrei para mim mesma como se minha mente fosse responder àquele delírio que eu estava tendo. Sim, isso só poderia ser um delírio.

O meu celular vibrou embaixo do meu travesseiro e como um imã o peguei em minha mão, abri a mensagem que Lucy tinha acabado de mandar e a li, sentindo o meu corpo inteiro gelar em um único calafrio.

- Você perdeu a linha ontem, mas adorei o seu beijo. Vem me ver.

Coloquei o celular ao meu lado e permaneci por mais ou menos uns cinco minutos extasiada com a situação. Eu havia bebido tanto na noite anterior que acabei pegando uma das minhas melhores amigas e a minha única vontade agora era a de me enfiar em algum buraco e não sair de lá de dentro tão cedo.

Imagina a catástrofe se minha mãe descobre que eu peguei a filha de uma das amigas dela. Essa ilha afundaria por vários motivos, mas principalmente pelo motivo de que minha mãe era extremamente conservadora e vivia me repreendendo por ter amizade com garotas tão "alternativas" assim. Em outras palavras, minha mãe era homofóbica e odiava metade das minhas amizades. Mas claro, ela não transparecia isso para ninguém, apenas para mim.

Apaguei a mensagem que Lucy me mandou, bloqueei a tela do meu celular e finalmente me levantei da cama. Fiz todas as minhas higienes matinais na suíte do meu quarto e quando saí de lá fui até o meu closet e abri a porta do mesmo, o encarando por longos minutos até decidir o que eu iria usar hoje.

Peguei um short no tom jeans claro detonado nas pernas, uma blusa regata preta e um cardigã florido que ia até a altura da minha bunda. Vesti todas as peças e em seguida fui em busca de um calçado. Como eu tinha a intenção de pedalar até a casa de Lucy decidi calçar apenas um chinelo mesmo, nada muito elaborado e muito menos chique, eu estava completamente casual para um encontro nada casual com minha amiga, por assim dizer.

Saí do meu quarto e passei por todos os cômodos da casa sem falar com ninguém, eu não estava nem um pouco disposta a ouvir sermão dos meus irmãos e muito menos ouvir a governanta contar alguma história sobre como bebidas fazem mal, então fui direto para a garagem e peguei minha bicicleta. Montei em cima dela e pedalei rumo à ponta da ilha onde eu morava, ou melhor, pedalei para o começo dela, que era onde Lucy tinha a sua residência.

As minhas pernas pareciam movidas a motor quando eu subia em cima da minha bicicleta favorita, elas pedalavam freneticamente e eu amava aquela sensação. Eu amava a sensação de me sentir livre no vento, sentir os meus cabelos voando e o meu corpo sendo abraçado por cada rajada de vento que passava por mim, definitivamente pedalar era um dos meus hobbies favoritos. Uma pena que em determinada altura do meu curto passeio uma sem noção desajeitada se jogou na frente da minha bicicleta, fazendo com que eu a derrubasse com mala e tudo. Pode até parecer covardia de minha parte, e talvez fosse mesmo, mas eu nem parei para ajudá-la, apenas continuei pedalando.

The Housekeeper's DaughterOnde histórias criam vida. Descubra agora