The Housekeeper's Daughter

Amigas com benefícios

Camila's Point of View

Dois meses depois

Dois meses se passaram. Dois meses. Eu mal conseguia acreditar que o dia tão esperado por mim havia chegado e aqui estava eu no aeroporto internacional de Miami aguardando a chegada do voo onde estava o meu pai e minha irmã. Mal podia esperar para matar a saudade dos dois, quanta falta eles me fizeram.

Como prometido à Dinah, assim que sua colega de apartamento desocupou o quarto extra que havia lá eu me mudei para o seu aconchegante lar. Quando a mudança aconteceu é mais do que certo que a dona Sinuhe chorou por dias seguidos dizendo que eu a estava abandonando mais uma vez, mas nada que uma longa conversa sobre o futuro que eu precisava construir longe dos seus olhos não resolvesse, e além do mais, eu estava muito precisando de um lugar só para mim e longe da presença de Lauren Jauregui. As olhadas que ela me dava depois do nosso último confronto eram extremamente intimidantes e a de olhos verdes estava agindo cada vez mais estranho, parecia se tornar outra pessoa e isso me causava certo receio.

Eu estava bem em minha nova casa, já morava com Dinah há um mês e eu não poderia ter escolhido pessoa melhor para dividir um lar. DJ era incrível e com a mudança nos aproximamos ainda mais, ela não era como uma irmã para mim, era como uma mãe. Chee cuidava de mim com todo o zelo do mundo, me dava conselhos e me ouvia em todas as coisas que eu não me sentia confortável em contar para dona Sinuhe. É magnífico ter alguém como Dinah Jane morando no quarto ao lado, por mais que ela seja uma bagunceira de primeira.

Alguma coisa se chocou contra as minhas pernas, me levando a um leve desiquilíbrio e à interrupção dos meus devaneios.

- KAKI! – a dona da trombada logo se revelou, era simplesmente o amor da minha vida.

- Princesa! – me abaixei da altura da minha pequena irmã e a abracei com toda a força, claro que ela reclamou um pouco, mas retribuiu da mesma forma – Que saudade de você e do seu cheirinho de tutti-frutti – minha visão ficou turva com as lágrimas que invadiram os meus olhos, abracei ainda mais a minha irmã, levantando ela do chão e a segurando no meu colo – Quanto você cresceu? Meu Deus está enorme.

- Eu cresci oito centímetros, estou gigante – ri com vontade e dei um beijo na testa da pequena Sofia, a colocando no chão em seguida.

- Acho que posso voltar para Havana, você nem liga mais para mim... – meu pai falou atrás de mim e eu me virei para ele rindo, o senhor Cabello não perdia nunca o ciúme que sentia entre Sofia e eu. Andei até ele e o abracei tão fortemente quanto abracei Sofia, sendo acolhida por um abraço digno de um urso.

- Não sinta ciúmes senhor Cabello, Sofia e eu temos uma relação especial! – depositei um beijo na bochecha dele e sorri – Estive na casa que o senhor alugou hoje à tarde e está tudo pronto para receber vocês dois.

- Sua mãe disse algo sobre ir lá?

- Amanhã, ela tem folga aos sábados à noite e aos domingos, deve passar esse tempo lá com Sofi.

- E sabe se por acaso ela falou algo de mim?

- Pai, isso é algo que vocês dois precisam conversar sozinhos – sorri um pouco triste e ele assentiu – Vamos para casa? Peguei o carro da minha amiga para buscar vocês.

Minha irmã carregava uma mochila da Barbie em suas costas e para aliviar o peso daquela área tomei o objeto em minhas mãos, apoiei em um dos meus ombros e saí do saguão de desembarque com os dois. Fomos para o estacionamento e eu peguei a chave do carro da Veronica dentro da minha bolsa, destravei o veículo e instantaneamente meu pai parou de empurrar o carrinho de malas e me encarou. Aquele típico olhar de pai desconfiado que Alejandro tinha.