Capítulo 15

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Kara Danvers

Em dado momento da festa, notei que Lena estava demorando demais a terminar sua conversa com Andrea, então resolvi me aproximar. Notando minha presença cada vez mais perto, a morena abriu um sorriso e esticou o braço na minha direção, segurando a minha mão. Os olhos da mulher foram direto para nossas mãos unidas e a madame não pareceu gostar tanto assim da cena.

- Andrea, quero que conheça minha esposa. Essa é a Kara. - a morena me apresentou.

- Boa noite, é um prazer conhece-la. - estendi minha mão.

- O prazer meu. - abriu um sorriso forçado e apertou minha mão com uma firmeza duvidosa. - E há quanto tempo estão casadas?

- Pouco mais de três meses. - respondi, fazendo questão de demostrar minha presença naquela pequena roda.

- Então é bem recente. Meus parabéns. - Andrea disse olhando apenas para Lena.

- Obrigada. Kara é minha maior inspiração. - fez uma pausa e olhou de relance para mim. - A paisagem que eu mais amo pintar.

Não pude evitar de soltar um suspiro e sorrir feito boba para a morena.

- Excelente... - a madame disse, quebrando nosso momento. - Então, estávamos falando sobre seu estilo.

Elas começaram a falar sobre arte e todas as coisas que envolviam pintura. Eu não entendia nada daqueles termos e me senti sobrando na conversa. Pelo menos agora ela não podia mais se aproximar de Lena propositalmente já que a morena estava abraçada a minha cintura e fazia questão de manter meu corpo colado ao seu.

Achando a conversa toda entediante e cansada de sentir-me uma figurante pedi licença, saindo de perto delas, mas não sem antes beijar Lena de um jeito apaixonado. Precisava mostrar que tínhamos uma conexão forte e que aquela vaca poderia parar de olhar para minha esposa como se ela fosse um pedaço de carne.

Peguei mais uma taça de champanhe e sentei no sofá sozinha. Cumprimentei algumas pessoas que passavam, mas não me adentrei em nenhuma conversa. 

O que queria mesmo era ir embora.

- Senhora Goldberg. - fui chamada em meio a aquela confusão de pessoas.

Olhando para trás dei de cara com Thomas.

- Não me chame assim. - cerrei os olhos para o garoto.

- Desculpe. - riu. - É aquela educação formal de sempre. Difícil fugir de alguns hábitos.

- Sim. - assenti concordando.

- Então... - sentou ao meu lado. - Por que está sozinha nesta festa extremamente divertida e cheia de pessoas que não parecem estátuas de cera? - foi irônico.

- Não estou sozinha. Lena está aqui.

- Ela parece bem focada na conversa com Andrea Rojas. - desviou o olhar para elas.

- Você a conhece? 

- É Springdale. - disse como se fosse óbvio. - Todo mundo se conhece. É só questão de tempo até que você saia de casa em uma manhã tendo que dar bom dia a umas cinquenta pessoas.

- Que saco. - bufei. - Quer dizer, sou uma pessoa legal, mas...

- Não precisa se explicar. - me interrompeu. - Às vezes eu também só queria entrar em um buraco e não falar ou ver ninguém por um dia inteiro.

Sorri fraco para ele.

- Acho que você é uma das poucas pessoas aqui que não parecem estar fingindo ser alguma coisa. - disse, tomando um gole do meu champanhe.

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