Capítulo 17

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Feliz Dia Internacional da Mulher! Parabéns a nós!
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Kara Danvers

Como de costume, Andrea logo arranjou alguma coisa para Lena resolver com ela fora de casa. A morena nem se despediu ao sair e parecia ainda estar muito brava comigo. 

Fui até seu estúdio e encontrei a tela que manchei destruída no chão. Ela até derrubou alguns de seus materiais de trabalho. Comecei a pegar tudo e arrumar no lugar quando encontrei o antigo caderno de desenhos que ela usava quando estava presa. Folheei parando no desenho que a morena fez de mim em uma das sessões. Foi um ótimo dia e eu me sentia mais no controle do que agora.

Reparei que ela tinha desenhado mais alguma coisa ali e abri a folha. O arrependimento veio rapidamente, não tive tempo de ao menos cogitar em não passar a folha. O que vi me deixou sem chão. 

Lena desenhou a Andrea. 

Sentei-me em uma das cadeiras do quarto porque jurava ter tido uma vertigem.

Eu desenho os meus objetivos. - a voz da morena ecoou e minha cabeça, me levando à uma de nossas primeiras consultas.

Por que Andrea era um objetivo? 

Comecei a relembrar de todas as situações do último dia, inclusive o fato de ela ter demorado a chegar em casa na noite passada e se dizer cansada demais para fazer sexo comigo. E se ela já tivesse feito antes de voltar? E se o jantar foi apenas uma desculpa? Essa distância e falta de atenção significavam isso? Eu estava sendo substituída? Já não era mais sua obsessão?

Com meus dedos trêmulos, fechei o caderno novamente e o coloquei junto com as outras coisas dela. Saí do estúdio antes que pudesse pensar em destruir todos os valiosos quadros que ela pintou, não queria correr o risco de alimentar o ódio de Lena agora que eu não era mais o seu mundo. 

E se ela se cansasse de mim e me machucasse? Isso, definitivamente, poderia acontecer agora.

Fui até a cozinha e bebi um copo de água gelada para me acalmar e repor as lágrimas que estavam descendo por meu rosto. Olhei para o faqueiro e pensei em garantir a minha proteção, mas lembrei de quando fiz isso e ela encontrou o objeto debaixo do colchão. 

Dessa vez ela poderia cortar o meu pescoço sem se preocupar. Então o que eu faria?

Comecei a chorar aos soluços e desesperada. A mulher que eu amava estava me traindo com o ser mais mesquinho que já conheci. Como eu poderia pensar em agir naturalmente para manter a minha segurança? Bem, eu podia ao menos me sentir ressarcida disso de alguma maneira. Talvez eu possa dar o troco sem que a morena saiba só pra que eu me sinta melhor, só para não ser a única a ser enganada ali.

Peguei uma garrafa de vinho branco, duas taças e fui até o jardim dos fundos. Enchi uma das taças e dei um grande gole antes de pegar o meu celular e começar a digitar uma mensagem.

Kara:
Oi, Thomas. Desculpe ter te ignorado mais cedo, estava um pouco mal. Pois é, eu e Lena brigamos e ela saiu correndo para longe de mim. Estou deprimida. Você quer tomar uma taça de vinho comigo? Estou no jardim.

A janela de um dos quartos da outra casa se abriu e Thomas apareceu com o celular na mão. Indiquei o vinho sobre a mesa do jardim e ele abriu um sorriso de canto, depois sumiu do meu campo de visão. Minutos depois, Thomas estava na porta da cerca que separava sua casa da minha.

- Ei, olá! - sorriu. - Como se sente?

- Um pouco carente de atenção. - suspirei. - Sabe como é ter uma pessoa ao seu lado que não parece ter tempo pra você?

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