Capítulo 7

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Kara Danvers

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Kara Danvers

O plano era simples. 

A maioria dos quartos daquele hospital funcionavam eletronicamente, poderiam ser abertos ao mesmo tempo na sala de controle, eu só tinha que arranjar um jeito de entrar lá e abrir todas as portas sem ser notada, o que também era fácil já que eu era amiga de todos os funcionários, incluindo os guardas. Passei aquele mês criando uma rotina onde levava uma garrafa de café para a sala de controle e ficava papeando com os dois guardas responsáveis pelo local. Não seria difícil ir até o painel sorrateiramente e acabar abrindo tudo.

Por que soltar todos os pacientes? Para criar uma distração. Estariam ocupados demais tentando controlar as outras loucas - muitos agressivas e agitadas - e não iriam perceber Lena vestida de médica por entre as pessoas. Ela iria até o estacionamento onde eu havia deixado meu carro em um ponto cego do local com o porta-malas aberto. Sairíamos de lá sem nenhum problema.

O único empecilho era saber como iríamos abrir a porta do quarto de Lena, já que era um dos que não funcionava eletronicamente. Mas logo ela conseguiu resolver isso e me garantiu que teria a chave e a roupa de médica pelas mãos de outra pessoa que não fosse eu, diminuindo mais os riscos de ter meu nome na lista de suspeitos. Ela teve que seduzir uma das enfermeiras, algo que não foi difícil para a morena e que, devo confessar, me incomodou. Apesar disso me mantive focada no plano e deixei minhas emoções de lado.

- E ela disse isso mesmo? - eu ri de algo que o guarda Paul dizia. - Sua ex é muito desnecessária.

- Eu estou dizendo, estou certo! - ele disse batendo no ombro de Marcus para se provar. - Ainda bem que temos uma pessoa mais sensata nesta sala. - falou se referindo a mim.

- Viu, Kara? Alimentou o ego do cara. - Marcus revirou os olhos.

Eu sorri e tomei um gole do meu café observando enquanto eles se distraíam em uma discussão amigável. Eu estava encostada contra o painel, sutilmente levando minha mão até os fios abaixo dele. O fio mais grosso abria as portas eletrônicas, incluindo os portões principais do prédio. Algumas loucas fugiriam, mas isso deveria ser relevado pela minha consciência por enquanto.

Com a minha unha, eu fui apertando, puxando e tentando quebrar o fio. Finalmente consegui rompê-lo. Demorou cerca de quarenta segundos até começarmos a ouvir um burburinho no corredor.

- O que é isso? - franzi a testa e fui até a porta. - Parecem gritos. - ergui minha mão até a maçaneta.

- Oh, merda! - Paul berrou olhando as câmeras de segurança. - Doutora, não abra a...

Eu abri antes de ele terminar a frase e dei de cara com uma paciente que estava em pé do lado de fora e começou a me encarar como uma estátua de cera. Dei um passo para trás quando ela avançou, mas com o pequeno susto, conseguiu me empurrar e jogando-me em cheio no chão.

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