Capítulo 18

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Kara Danvers

Apesar de Lena ter voltado a ser tão romântica e atenciosa quanto antes, as saídas para resolver assuntos do trabalho não diminuíram. Ainda tinha minhas desconfianças e pretendia descobrir logo se estava sendo enganada. Até lá, fingia ser a esposa perfeita e centrada que a morena queria ver.

Tentei me afastar de Thomas, não respondi mais suas mensagens e não saí mais para correr de manhã. Queria dar um gelo nele porque me sentia arrependida do que aconteceu entre nós. Foi algo impensado e – como a maioria das coisas erradas que fazia – impulsivo. Com o passar dos dias, ele apenas parou de tentar se comunicar comigo. Era melhor assim, me manteria mais calma.

O dia da exposição dos quadros de Lena finalmente chegou. 

Pessoas importantes iriam para ver e comprar as obras. Algumas, as que tinham eu como inspiração, não seriam vendidas e só estariam ali para ficarem expostas e depois seriam levadas de volta para a nossa casa. Esses quadros em específico só estavam na galeria naquele momento porque Andrea insistiu que Lena não escondesse nenhuma de suas pinturas, principalmente as que a morena mais gostou de fazer.

Fiquei ao lado da minha esposa durante a maior parte do evento, conversamos com dezenas de pessoas e eu assisti Lena falar sobre seus quadros de maneira emocionante. Dava para ver que ela realmente amava a pintura. A morena não costumava amar muitas coisas, então vê-la falar sobre aquilo com tanta paixão me fazia sentir muito bem.

- Este é magnífico! - um empresário com quem estávamos falando elogiou uma das pinturas que Lena fez de mim. - Você soube captar tão bem a aparência da sua esposa. É como se pudéssemos ver exatamente o que ela estava sentindo naquele momento.

Tesão. 

Estava cheia de tesão quando posei para aquela tela e isso com certeza não poderia ser sentido a menos que Lena tivesse pintado nós duas transando. Entretanto, apenas assenti com um sorriso gentil no rosto.

- Vejo muita facilidade em pintar a Kara. - a morena disse. - Ela é perfeita. - apertou de leve minha cintura.

- E qual o valor da obra? Diferente dos outros, este não tem etiqueta. - o homem disse confuso.

- Este é apenas para exposição. Os quadros que pinto de Kara são só para nós.

- Tem certeza? Eu estaria disposto a pagar uma fortuna. - o homem dizia admirado olhando de Lena para o quadro pendurado na parede.

Pude sentir os dedos de Lena afundarem em minha cintura. Ela já estava nervosa com a exposição não era bom o homem continuar insistindo ou teríamos uma Luthor extremamente brava.

- Desculpe, receio que não possa colocar um preço neste quadro. - a morena disse ainda me agarrando firmemente. - Não importa quanto me ofereça, não irei vender.

- É mesmo uma pena. - lamentou.

Depois de mais conversas e algumas vendas, Andrea, que ficou olhando para a gente quase que o tempo inteiro, conseguiu arranjar uma desculpa para tirar Lena de perto de mim. O prefeito estava ali e segundo ela, a morena deveria lhe dar toda atenção possível.

Comecei a caminhar cumprimentando formalmente algumas pessoas e parei de frente para outra pintura minha. Nesta eu estava do outro lado de uma mesa folheando alguns papéis. Usava um jaleco e olhava para a frente. Era como se o expectador fosse o meu paciente. Era, claramente, uma lembrança de Lena de quando tínhamos as nossas sessões na prisão.

- A analista. - alguém leu o nome do quadro atrás de mim. - O que significa? - Thomas parou ao meu lado.

- Sou só eu trabalhando. - respondi sem olhar para ele.

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