Capítulo 5

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Kara Danvers

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Kara Danvers

Comecei a colocar meu plano em ação.

Os relatórios que estava fazendo sobre as sessões de terapia eram bem diferentes da realidade. Neles, eu dizia que existia uma espécie de empatia em Lena, que ela tinha traumas e que esses traumas haviam desencadeado um transtorno mental bem diferente de psicopatia e que poderia ser tratável. Talvez Lena odiasse que eu a colocasse como louca em meu diagnóstico, mas era necessário para alcançar a sua liberdade.

Alegar demência naquele caso não a tiraria de sua pena perpétua, mas a transferiria para uma prisão hospitalar. Uma clínica psiquiátrica para detentas. Eu sabia exatamente para qual iriam transferi-la e pediria para acompanhá-la e tratá-la lá. Era um lugar onde eu trabalhei por muito tempo, conhecia como a palma da minha mão, sabia todos os horários de todos os funcionários. Seria fácil fugir de lá. E depois que Lena fizesse o que eu queria, estaria à própria sorte, porque eu não a ajudaria mais a se esconder.

Mantendo o meu disfarce de psiquiatra profissional, eu cumpri o papel de ir visitar a família adotiva de Lena. Eles eram ricos, tinham uma casa enorme e seu próprio mordomo, que me recebeu assim que cheguei. 

Como Lena podia odiar tanto aquilo?

Primeiro eu conversei com Lionel e Lilian. Eles me falaram sobre como Lena sempre foi fria, mas pareceu mudar depois de ter começado a fazer terapia. A verdade era que, o grau de psicopatia da morena parecia ser tão alto que ela conseguia enganar até mesmo seu próprio terapeuta, como certamente fez no passado. A mim ela não enganava simplesmente porque não queria, mas poderia caso desejasse.

Depois de seus pais, foi a vez de falar com Samantha, a irmã. Vale ressaltar que todos os três aparentavam estar muito abalados e tão melancólicos que até eu tive vontade de chorar só de olhar em seus rostos.

- A gente costumava se divertir bastante. - ela dizia. - Só era esquisito quando ela dizia certas coisas.. - desviou o olhar.

- O que ela dizia? - questionei.

- Bom... - suspirou. - Houve uma vez em que nós estávamos sentadas na beira da piscina e o papai estava cortando a grama do jardim. Lena me perguntou o que eu achava que aconteceria se o cortador de grama passasse sobre a cabeça do papai. E essa foi só uma das coisas que me assustaram.

- Seu pai disse que ela acordava no meio da noite e ia até o quarto de vocês.

- Sim. - assentiu levemente. - Ela ficava olhando a gente dormir. Perdi as contas de quantas vezes me assustei ao acordar no meio da noite e ver a morena parada em um canto me encarando como a porra de um espírito. Mas ela fazia isso bem mais com o papai. Ela ficava horas olhando o papai dormir. Era como se estivesse o vigiando.

- Lena tem problemas paternos que vêm da sua família biológica, você deve saber.

- Meus pais foram informados sobre isso quando a adotaram, mas ela parecia uma criança normal no início. Achamos que se déssemos muito amor e carinho ela ficaria feliz e se sentiria seguro aqui, mas... acho que Lena nunca se sentiu segura. - entristeceu-se. - O pior é que achamos que ela estava bem, ela estudou, se formou, começou uma carreira. - uma lágrima rolou por seu rosto. - E de repente nossas vidas viraram de cabeça pra baixo.

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