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— Alguém me ajuda! — Grito correndo pelos corredores com zumbis correndo atrás de mim.
Eu estava sozinha e desesperada.
Eu não aguentava mais correr, minhas pernas já estavam doloridas e minha visão já estava ficando turva.
Começo a escutar um grito masculino vindo de uma sala que estava próxima de mim, pareciam que zumbis não falavam e nem gritavam então podia ser alguém ainda vivo.
Quando mais eu me aproximava da sala mas eu escutava seus gritos, a pessoa estava em perigo.
Abro a porta com cuidado e vejo um garoto jogado no chão tampando os ouvidos e tentando se esconder dentro da cortina, quanto mais ele gritava mais parecia que ele estava sentindo dor.
— Ei, tá tudo bem? — Pergunto.
O mesmo olha para mim, um de seus olhos estava totalmente machucado e sangrando e o outro tinha lágrimas descendo em sua bochecha.
— Tá doendo, me ajuda. — O menino dizia ainda gritando e tampando seu ouvido.
Ele estava com algo no ouvido, eu não sabia o que era mas eu poderia ajudar-lo.
Sempre ando com tampões na minha bolsinha pois tenho muita sensibilidade a trovões desde pequena, então quando chovia na escola eu levava meus tampões.
Pego meus tampões rapidamente da minha bolsinha que ficava agarrada ao meu short de baixo da saia.
Ando até o menino rapidamente e me agacho em sua frente, pego suas mãos que estavam em seus ouvidos e logo em seguida coloco meus tampões em seu ouvido.
— Sei que não vai adiantar muito mesmo não sabendo o que você esteja sentindo mas vai aliviar um pouco a dor. — Digo.
O menino olhava para mim com uma expressão que eu não conseguia decifrar.
— Tá com fome? — O menino pergunta.
Faço uma expressão confusa mas logo assinto em confirmação.
O mesmo tira uma barrinha de cereal do bolso e me entrega.
— Obrigada. — Digo me sentando ao seu lado e logo comendo a barrinha.
— Obrigada você, os tampões me ajudaram um pouco. — O menino diz.
— Estava sentindo dor por que? — Pergunto.
— Eu não sei, acho que foi pelo barulho da chuva. — O menino diz.
— Oh, eu também tenho sensibilidade, só que a trovões, nunca vi alguém com sensibilidade a chuva. — Digo. — Ainda mais alguém sentir tanta dor com o barulhinho da chuva.
— Bom, eu tenho motivos para estar gritando de dor pelo barulho da chuva mas não posso dizer. — O menino diz e eu assinto conformada.
Não queria me meter em seus problemas.
— Eu acho que vou ficar aqui por um bom tempo, não tenho outro lugar pra ir. — Digo encostando a cabeça na parede. — Posso ficar aqui com você?
— Tanto faz. — O menino diz.
Ficamos em alguns minutos em silêncio até o mesmo falar novamente.
— Obrigada de novo por me ajudar, nunca recebi uma ajuda antes. — O menino diz e eu o olho dando um sorriso.
— Acho que você não conheceu pessoas boas antes então. — Digo e o mesmo fica sério e abaixa sua cabeça.
— Me desculpe, eu não queria... — Digo não conseguindo terminar a frase.
— Tá tudo bem. — O menino diz. — Eu nunca conheci pessoas boas antes porque eu nunca fui alguém bom de se conhecer.
— Como assim? — Pergunto.
— Acho que você já deve ter ouvido falar de mim, sou Gwi-nam.
Arregalo os olhos e me afasto do mesmo rapidamente.
É claro que eu sabia de sua fama, Gwi-nam fazia bullying com várias pessoas, além de ser o maior pegador mesmo sendo um babaca.
— E..eu não posso ficar perto de você. — Digo me levantando.
— Se você sair, vai morrer. — Gwi-nam diz.
Respiro fundo e penso com muita calma.
Vou até o fundo da sala e me sento lá.
— Não chegue perto de mim. — Digo com medo.
— Tudo bem. — Gwi-nam diz. — Não posso corrigir meus erros, já estou morto.
Não quis continuar a conversa mas aquela frase não tinha saído de um jeito bom.
