Gᴡɪ-ɴᴀᴍ

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Vou andando pelas ruas até chegar no condomínio onde meu amigo morava, não era um condomínio de classe alta mas só pessoas com condições médias tinham condições de morar lá.

Que não era o meu caso, eu morava em um apartamento numa estrada cheia de lojinhas, era um lugar muito humilde.

Gwi-nam adorava dormir na minha casa mesmo que minha casa seja humilde e pequena, e ele odiava morar na sua e odiava quando eu iria lá, mas sei que a culpa não era minha.

Gwi-nam tem muitos problemas com sua família, principalmente seu pai.

Seu pai era o tipo de homem que eu não gostava nem de chegar perto, ele me dava nojo, infelizmente eu estava indo para casa do Gwi-nam para buscar o meu livro de inglês que esqueci em sua casa, e teríamos prova essa semana.

Ele insistiu para que eu não fosse buscar, ele mesmo levaria o livro mas eu queria buscar o livro e também buscar Gwi-nam.

Já entrando em seu condomínio, o porteiro me conhecia. Ando mais um pouquinho até a sua casa que era muito linda e bem grande.

Vou até a porta e todo a campainha.

Escuto alguns grunhidos e alguns gritos.

Merda.

Pego a chave escondida em baixo do tapete que Gwi-nam sempre deixava pra mim.

Abro a porta rapidamente e vejo seu pai batendo nele, ele estava caído no chão com o rosto sangrando.

— Gwi-nam. — Digo chegando perto.

— Sai daqui S/n, não se meta nos assuntos de família. — Pai de Gwi-nam diz

— Eu me meto sim, e se você não parar de bater nele eu te denuncio para a polícia, você sabe que meu pai é policial né? — Pergunto inocente.

O pai de Gwi-nam bufa e sobe as escadas da casa furioso.

— Gwi-nam. — Vou até o chão onde o mesmo estava caído.

Lágrimas desciam em seu rosto enquanto seu nariz e sua boca estavam sangrando, além dos arranhões em seu braço.

— Sai daqui s/n. — Gwi-nam diz.

— Não vou sair, nunca. — Digo segurando seu rosto.

Gwi-nam tinha sua fama de valentão no colégio e batia nos mais fracos, mas mal sabiam que ele era fraco também, apanhava do pai, nunca recebia carinho paterno e materno, ele só tinha a mim.

Ele conseguiu conhecer o amor e o carinho por minha causa, e por isso eu nunca vou abandonar e sempre vou ajudar-lo.

— Levanta, vamos para o seu quarto. — Digo ajudando Gwi-nam a se levantar.

As vezes ele era muito difícil de se lidar, não gostava de aceitar a minha ajuda pois queria se sentir forte, queria agir sozinho, se ajudar sozinho.

Mas eu não deixaria, ele não iria aguentar.

Entramos em seu quarto e logo tranco a porta, Gwi nam senta na cama e eu entro em seu banheiro pegando o kit de primeiros socorros.

Pego um algodão e álcool e levo até sua cama, me sento ao seu lado e começo a passar o álcool no algodão em seu nariz em sua boca e começo a ouvir grunhidos de dor do mesmo mesmo que ele tente não demonstrar dor, não consegue.

— Para de tentar me ajudar o tempo todo. — Gwi-nam diz empurrando minha mão. — Eu não mereço nenhuma ajuda.

— Para com isso, olha pra mim. — Seguro seu rosto com força para olhar para mim. — Eu já disse que nunca vou te abandonar, você entendeu?

Gwi-nam apenas assente e abaixa sua cabeça.

— Deita. — Digo e o mesmo se joga na cama.

Ligo seu ar-condicionado e me deito ao seu lado agarrando seu corpo.

— Vou dormir com você hoje, não vai ficar sozinho aqui com seu pai. — Digo passando a mão em sua bochecha.

— Eu te amo. — Gwi-nam diz.

— Também te amo. — Digo.

O amava mais do que ele deveria saber mas ele nunca saberia.

𝖨𝗆𝖺𝗀𝗂𝗇𝖾𝗌 𝖠𝗅𝗅 𝗈𝖿 𝗎𝗌 𝖺𝗋𝖾 𝖽𝖾𝖺𝖽Onde histórias criam vida. Descubra agora