“Se amar você me matar essa noite, então eu já estava pronto para a morte no momento em
que você disse olá." - R. M. Drake
Eu caminhava pelo campus da faculdade. Fazia muito frio e o céu estava completamente
nublado.
Eu era caloura, estava na faculdade havia pouco mais de um mês. Tirava notas razoavelmente
boas, eu queria ser alguém na vida e dava duro para isso, apesar de não ter muito prazer em estudar.
Já você, Sadie, nem faculdade fazia.
Aquele dia nublado foi o segundo dia em que te vi. E você estava tão bonita quanto da primeira
vez. Você estava rodeada por algumas pessoas enquanto conversava, com um cigarro nos lábios.
Você me viu.
Meu olhar ficou preso ao seu por vários segundos, até que eu desviei. Voltei a olhar para a frente e me apressei como se não tivesse te visto.
— Você não ligou. — Você disse, se aproximando.
Não era uma pergunta, você estava afirmando.
Fiquei surpresa ao te ver ao meu lado, não tinha te visto se aproximar e nem esperava que
fizesse isso.
Eu odiei o fato de você simplesmente presumir que eu teria que te ligar, como se nada mais na
minha vida importasse além do seu número.
Você sempre foi tão convencida, Sadie.
Eu te ignorei e continuei andando. Você começou a caminhar ao meu lado.
— Eu estou falando com você.
— Eu sei — respondi.
Você sorriu. Não sei porquê. Eu estava sendo extremamente grossa e você simplesmente sorriu,
um sorriso genuíno.
— Por que não ligou?
Você claramente não estava nem um pouco acostumada a não receber as ligações das garotas para as quais dava seu número.
— Estive ocupada — respondi secamente.
Eu queria que você fosse embora, Sadie. Eu estava tentando não me envolver, mas você não
facilitava.
— Eu não me apresentei. Meu nome é Sadie Sink.
— Eu sei.
Você esperou alguns instantes e então disse:
— Essa é a parte em que você diz seu nome.
— Millie — respondi sem te encarar.
— Millie. — Você repetiu lentamente, como se fosse uma palavra sagrada.
Eu sempre gostei de como o meu nome soava em seus lábios.
Você estava me deixando extremamente nervosa enquanto caminhava ao meu lado. Você tinha
uma presença muito forte e seus olhos azuis pareciam analisar cada parte do meu corpo em detalhes.
Eu abri a minha bolsa e procurei pelo meu maço de cigarro. Sempre que eu ficava ansiosa,
precisava fumar.
— Merda — resmunguei baixinho.— O que foi? — Você perguntou.
— Acabaram meus cigarros. Você tem algum aí? — perguntei, irritada por ter que te pedir algo,
mas eu estava desesperada.
— Esse é meu último. — Você respondeu, indicando o cigarro que estava em seus lábios.
Suspirei frustrada.— Pode ficar. — Você ofereceu, tirando o cigarro dos lábios e me entregando.
Eu encarei o cigarro por vários segundos. Eu não queria pegar... mas ao mesmo tempo eu
queria.
Eu precisava fumar um e, por mais que eu odiasse admitir, eu gostava do fato daquele cigarro
em particular ter estado em seus lábios alguns segundos antes.
Peguei o cigarro de sua mão.
Você observou com atenção enquanto eu o colocava nos lábios e então puxou um maço de
cigarro do seu bolso traseiro e pegou um. Eu quis rir, você era tão cara de pau.— Achei que era seu último. — Eu disse, erguendo as minhas sobrancelhas.
— Acho que eu me enganei. — Você respondeu, dando de ombros.
Rolei os olhos.
— Sai comigo, Millie. — Você soltou de repente.Meu coração deu um pulo. Sua voz era grave e confiante.
E novamente, você não estava perguntando.
— Não. — Eu disse rapidamente.
— Por que não?
— Eu nem te conheço.
— Nós dividimos um cigarro, acho que nos conhecemos o suficiente.
Eu parei de andar e me virei em sua direção. Você me encarou e esperou.
— Eu te conheço há dez minutos e já não gosto muito de você.
— Você vai gostar.
— Duvido muito.
— Janta comigo e eu vou te provar. — Você disse, sorrindo torto, aquele mesmo sorriso que
você havia me lançado na lanchonete. Não deixei de reparar no duplo sentido da frase.
— Não. E não importa o que você fizer, não vai funcionar. Eu não estou interessada.
Você sorriu ainda mais e me encarou por um breve momento.
— Eu te dou um mês para estar completamente apaixonada por mim.E então foi a minha vez de sorrir.
— Uau, você é convencida. Isso não vai acontecer nem em um milhão de anos. E você acabou
de me fazer gostar ainda menos de você.— Eu não sou convencida, anjo. Eu só sei das coisas.
— Não me chame de anjo — repreendi, irritada com o apelido.
— Tudo bem, linda.
Eu te fuzilei com o olhar e você apenas sorriu.— Você é uma cafajeste, Sadie, e eu não sou idiota para me envolver.
Você franziu as sobrancelhas e fingiu ficar ofendida.
— Por que você acha que eu sou uma cafajeste?
— Você está me convidando para jantar, mas vai sair com uma amiga minha hoje à noite.— A garota que me ligou ontem é sua amiga?
— É — respondi.
— Tanto faz. Eu cancelo com ela. E agora, sai comigo?
Eu te encarei um pouco chocada. Você descartou Natalie em questão de segundos. Eu odiei a parte de mim que te adorou por isso.
— Não. E eu não quero que cancele com ela.— Foi você que deu meu número a ela? — Você perguntou.
— Fui.— Não te incomoda que eu a leve para sair?
— Nem um pouco, você é livre para sair com quem quiser.
— Acontece que a pessoa com quem eu quero sair não quer sair comigo.
Eu sorri.— Você não está acostumada com isso, não é? — perguntei a você.
— Com o quê?
— Com garotas te dando fora.
— Você não está me dando um fora, anjo. Você vai sair comigo. Talvez não hoje, talvez não
amanhã. Mas eventualmente vai. E quando isso acontecer, você vai amar cada segundo.
Você estava errada sobre muita coisa, mas estava certa quanto a isso. Eu saí com você
eventualmente e amei cada segundo.
Dito isso, você sorriu e foi embora, me deixando sozinha com seu cigarro entre meus lábios.E essa é a terceira razão para eu te odiar:
Seus cigarros.
Porque o que eu não sabia naquela época é que você podia ser mais fatal do que qualquer
cigarro que eu já coloquei em meus lábios.______
(sei lá o que é que eu tô fazendo, quero é minha namo )

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30 reasons to hate you
RomanceMillie Bobby Brown tem a vida sob controle. É uma mulher inteligente, independente e perspicaz. Então ela conhece Sadie Sink. Com o sorriso torto, olhos azuis e o corpo perfeitamente esculpido ela quebra mais corações do que é capaz de contar. ____ ...