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“O amor é como fogo. Mas se vai aquecer seu coração ou queimar sua casa, você nunca saberá.” - Joan Crawford

Oito e quinze.

Você estava atrasada. Eu não deveria estar surpresa. Eu estava sentada no sofá da sala do apartamento que eu dividia com a minha colega de quarto, te esperando chegar.

Eu vestia uma calça jeans escura e uma blusa vinho aberta nas costas. Eu me odiei profundamente por trocar de roupa três vezes antes de escolher aquele conjunto. Por que eu estava me preocupando tanto em ficar bonita? Eu não deveria me preocupar em parecer bonita para você.

Tentei me convencer de que eu estava me vestindo bem por mim. Para me sentir bem e confiante. Mas no fundo, eu sabia que era mentira. Eu estava me vestindo para você. E você estava atrasada, sua idiota.

Na verdade, Sadie, você nunca foi muito pontual. Aquele foi o primeiro dos muitos encontros nossos dos quais você se atrasou.

Você bateu na porta. Eu me levantei do sofá e a abri.

– Você está atrasada. – Eu disse logo que encontrei seus olhos.

– E você está linda. – Você respondeu, me olhando de cima a baixo sem nenhum pingo de vergonha.

E é claro que você estava incrível. Você usava uma jeans, uma camisa preta social arregaçada nas mangas e seu cabelo ruivo um pouco bagunçado como sempre. Para ser sincera, você não precisava de muito para estar ridiculamente bonita. Às vezes chegava a ser irritante.

Eu rolei os olhos e fechei a porta.

Eu não disse o quanto você estava bonita, você já sabia disso e eu preferia engolir cacos de vidro a admitir isso em voz alta.

– Para onde nós vamos? – Eu perguntei, enquanto andávamos pelo estacionamento.

– Meu lugar preferido.

– Nós vamos para um bordel? – Não consegui evitar a ironia.

Você sorriu.

– Eu não estava planejando isso, mas se você quiser... – Você propôs, me encarando maliciosamente.

Eu sorri para a sua proposta estúpida e indecente.

– Não, obrigada – respondi.

Você se aproximou de uma moto e tirou a chave do bolso. Você me entregou um capacete e subiu nela. Eu quis rir, é claro que você tinha uma moto. Você era o clichê ambulante. O sorriso torto, o jeito cafajeste, só faltava o violão.

Te encarei enquanto você se ajeitava na grande moto preta.

Droga, ir de moto significava que nós ficaríamos próximas. Extremamente próximas.

– Vamos lá, monta. – Você incentivou, sorrindo maliciosamente.

Eu ignorei o duplo sentido na frase e subi na moto. Você colocou o seu capacete e eu coloquei o meu. Eu passei as mãos ao redor de sua barriga dura e quase consegui sentir seu sorriso por dentro do seu capacete. Você estava adorando aquilo.

Saímos do estacionamento e fomos para a rua. Você pilotava muito rápido. Mas eu preciso admitir que adorei cada segundo em cima daquela moto. Não sei se era pelo fato de estar indo rápido daquela maneira ou se era pelo fato de estarmos muito próximas. Preferi acreditar que era devido à velocidade e à adrenalina.

Chegamos alguns minutos depois, não era muito longe.

Você estacionou e nós saímos. Eu encarei o restaurante. Era bem simples, mas parecia bom.

30 reasons to hate you Onde histórias criam vida. Descubra agora