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“Aprecie o momento do primeiro beijo; pode ser a última vez que será dono de seu coração.” - R. M. Drake

Eu estava bem. Bem até demais para alguém que tinha acabado de levar um pé na bunda.

E eu odiei aquilo.

Odiei o fato de não ter derramado nem uma mísera lágrima por Joseph.

Eu havia chegado em casa depois de Joseph ter terminado comigo. Estava na cama pensando em
como aquela situação toda era distorcida. Eu juro que tentei sentir alguma coisa. Dor, raiva, qualquer coisa. Tentei pensar em como era triste o fato de termos terminado, de como eu tinha perdido um garoto que era bom para mim. Mas foi em vão. Eu não consegui sentir nada que me fizesse querer chorar ou algo do tipo.

A única coisa que eu demonstrei quando Joseph disse que não queria mais sair comigo foi choque, eu realmente fiquei bem surpresa no começo, porque eu não esperava aquilo. Eu não estava pensando em terminar com ele, eu até gostava dele. Ele não era perfeito, tinha seus defeitos e até fez a estupidez de me apostar daquela forma
ridícula. Mas ele se desculpou de forma bem sincera depois que reconheceu seu erro.

Mas então, novamente, você ferrou com as coisas.
Você sempre tinha que bagunçar a minha vida.
Era incrível como você influenciava a minha vida. Mesmo não fazendo nada, você conseguiu com que Joseph terminasse comigo.

Droga, eu te odiava para caramba, Sadie. Você era como uma doença. Você fazia mal para mim. Eu tinha que lutar contra você, eu fazia de tudo para você ir embora. E quando eu achava que finalmente havia me livrado, você voltava mais forte do que nunca.

Eu suspirei, irritada.

Tudo parecia ter a ver com você nos últimos dias.
Você estava em todo lugar, na faculdade, nos jogos, nas festas, na minha cabeça. Eu deveria estar triste por Joseph, e não pensando em você.
Eu estava tão bem antes de você chegar, Sadie.
Eu tinha tudo sob controle. Eu era uma garota normal, nenhum drama familiar, nenhum passado trágico, nada do tipo. Eu tinha tudo certo, bons pais, boa faculdade, futuro planejado. E então você entrou na minha vida como um tornado e bagunçou tudo o que tinha nela.

Você fez o maior estrago.

Natalia ligou me chamando para sair, mas eu realmente não estava com saco para bater papo
com ela ou com mais ninguém. Eu gostava de ficar sozinha. E naquele momento eu precisava fazer isso.

Eu precisava colocar a minha cabeça no lugar e arranjar um jeito de tirar você da minha mente.
Naquela noite eu fui para a cama tentando não pensar em você. Mas eu falhei, como falhei em muitas outras noites depois dessa.

(...)

Você ouviu falar que as coisas entre eu e Joseph tinham acabado. O que foi surpreendente, já que
haviam se passado apenas dois dias.

A aula tinha terminado e eu estava saindo da minha sala, quando dei de cara com você. Você
estava encostado ao lado da porta da minha sala, me esperando. Meus colegas, que também saíam da sala, notaram você ali, principalmente as garotas. Você não costumava esperar ao lado das salas por nenhuma menina. Algumas sorriram em sua direção ou até mesmo te cumprimentaram.

Eu continuei andando fingindo não ter te visto.

– Você tem que parar com isso.

– Com o quê? – perguntei, franzindo as sobrancelhas, enquanto andava em direção ao jardim da faculdade.

– Fingir que não me conhece. Isso é falta de educação, anjo. – Você disse, puxando um maço
de cigarros do bolso da sua jeans.

– E você precisa parar de me perseguir – devolvi.

30 reasons to hate you Onde histórias criam vida. Descubra agora