A garota realmente tentava ser positiva diante de toda essa situação, mas nem mesmo a música animada que tocava em seu walkman tirava a sua cabeça de todas as coisas que estava deixando para trás. Iria sentir muita falta de seus amigos em Beauxbatons ou os lugares que amava ir na França, e apesar de ter nascido na Inglaterra, não tinha tido uma experiência muito boa na última vez que esteve lá.
Foi tão de repente que ela nem pode falar com seus amigos pessoalmente, seus pais avisaram que iriam voltar para Inglaterra e uma semana depois eles já estavam em uma carruagem em direção a sua nova casa. Pelo menos o lugar é bonito, ela pensava.
– Já chega desse drama Aurora, eu sei que você não queria vir mas chorar não muda nada! – A voz irritada da sua mãe soou a sua frente.
Agatha Rosier, uma mulher de estatura média com cabelos e olhos castanhos, a encarava com uma expressão nada boa. Mesmo assim, nenhuma ruga era vista na face da mulher que para a garota era o significado de beleza e frieza.
– Eu sei mãe, eu só estou um pouco triste por toda essa mudança na minha vida, mas vamos esperar pelo melhor! – Tentou manter a voz firme mas falhou.
A menina secou uma lágrima que acabou escapando e deu um sorriso leve para a mãe que não demonstrou nada além de indiferença pela ação.
– Eu já te disse Aurora, não dá para trabalhar com esperança. Se quer alguma coisa arregace as mangas e faça!
– Sim pai! - Ela respondeu brevemente.
Um homem alto com olhos e cabelos tão escuros quanto uma noite sem estrelas a repreendia, não era a primeira e tinha certeza que não seria a última vez a chamar atenção para o mesmo erro.
Para os dois, pessoas tão sérias e movidas unicamente pela razão, era difícil lidar com sentimentos e a garota era um poço infinito deles. Eles simplesmente achavam tudo aquilo desnecessário. E apesar de tentar muito, não conseguiram mudar isso, então a ensinaram a esconder e mentir sobre o que realmente sente, mal sabem eles que na verdade ela se tornou muito melhor do que eles imaginam.
Quando sentiram o veículo parar os mais velhos desceram imediatamente deixando apenas a menina para trás. Ela suspirou, guardou suas coisas e pegou o pequeno gato que dormia em seu colo, o segurando contra seu peito. Ter em seus braços e totalmente seguro sua única fonte de amor e conforto desde sempre ajudava muito, só de sentir a leve respiração do animal em seu pescoço a acalmava.
Suspirou fundo e começou a descer da carruagem, mas parou antes de colocar o pé no chão. Assim que tocasse a grama estaria tornando tudo realidade e aceitando que sua vida iria mudar e muito. Respirou profundamente mais uma vez e tomou coragem, seja o que for, irá passar por tudo isso e dar o seu melhor. E pisou no gramado sentindo o cheiro do orvalho.
Assim que se juntou aos pais, o grande portão escuro se abriu dando passagem para uma estrada de pedrinhas cercada por pequenas árvores muito bem podadas. Seguiram por ela com a mulher reclamando por ter pego os saltos errados para a ocasião, o homem revirou os olhos, mas a menina sentiu ele ficar menos tenso.
Apesar de não serem capazes de demonstrar sentimentos, ela sabia que eles realmente se amavam, nas poucas vezes que ela ouvia sem querer eles flertando ou trocando pequenas provocações dava para sentir a conexão, ela só esperava que eles um dia a olhassem com algum sentimento positivo.
Deram a volta em uma fonte que estava na frente de uma escada e no final viram a porta da grande mansão/castelo em que iriam morar, apenas pela parte frontal ela percebeu que toda a casa seria de uma arquitetura renascentista.
Ao atravessar a grande porta de madeira viu um pequeno pátio que dividia a entrada em três partes, lado esquerdo, direito e segundo andar.
A direita havia uma porta que dava para um grande salão onde provavelmente haveriam festas, e outros corredores que davam para salas menores onde seriam feitas reuniões e coisas parecidas. No fundo havia uma grande sala de estar com sofás, puffs, mesas e raques todos trabalhados em tons de creme e dourado, como toda a casa.
Seguindo com o tour passaram por corredores em que as posses da família eram exibidas, e portas que davam tanto para salas vazias quanto para a cozinha, despensas de comidas e outros itens importantes, além de cômodos para os elfos e outros funcionários.
A grande biblioteca com todos os seus livros ficava ali, ela percebeu que o tamanho e quantidade dobrou se comparada a biblioteca de sua antiga casa. A leitura era algo muito apreciado pela família. No meio do local havia uma escada que dava para o segundo andar.
– O segundo andar é seu! – Ela olhou frustrada para o pai, realmente pensou que eles iriam ficar grande parte do dia no mesmo local que ela? Pelo visto ela realmente não cansa de se iludir.
No final do mesmo corredor, entraram em uma sala em que as paredes eram decoradas por inúmeras pinturas, fotos e notícias sobre a família e seus ancestrais. Sala que a menina apelidou carinhosamente como salão das memórias. Não a julgue, ela está entediada.
De volta a entrada subiram por uma grande escada que se dividia em duas, uma para cada lado, que davam para o segundo andar. Esse era o andar dos quartos (além de uma porta para a parte de cima da biblioteca), o quarto dos pais ficaria na suíte principal do lado direito enquanto a garota ficaria com o esquerdo.
E o terceiro e último andar era dividido em quatro áreas: o escritório do Sr. Rosier, o ateliê da sra. Rosier, uma sala separada para a menina e o terraço coberto por uma cúpula de vidro. Também tinha uma mesa no local e alguns sofás enfeitados por almofadas fofinhas.
Toda a casa era construída ao redor de um pátio interno, com uma fonte e várias plantas. Os andares de cima tinham sacadas que davam visão para o mesmo. E um teto de vidro dava uma linda iluminação natural.
A casa era cheia de colunas, pilastras, arcos e abóbadas. E haviam muitas janelas. Isso surpreendeu a mais nova, já que a família era tão fechada, mas estava contente com o novo lar.
– Suas coisas já estão no quarto, arrume como quiser, mas faça isso até o almoço. Depois irei até seu quarto escolher algo adequado para você usar em um jantar importante que iremos hoje! – A voz da mulher soou, e ao contrário do que a mesma queria, passou mais desdém do que realmente existia.
– Ok mãe, até mais tarde então! – Respondeu simplista enquanto andava apressada com seu bichinho nos braços.
Chegou no quarto que já tinha sua cama, penteadeira e uma porta onde provavelmente estaria seu closet. Não se importou muito com essa parte, conhecendo sua mãe ele já estaria organizado, mas apenas confirmou o óbvio ao entrar e ver suas roupas organizadas em nível de importância, com suas favoritas por último.
Deu de ombros e seguiu em direção ao final do cômodo entrando por uma porta, se deparou com um grande banheiro com uma pia, privada, banheira e um armário. Algumas toalhas já estavam no móvel, mas se apressou em guardar objetos de higiene e outros itens que preferiu deixar ali.
No quarto em si não fez muita coisa, ele era branco com uma grande cama de casal no meio da parede esquerda, sua penteadeira estava no lado oposto. Colocou seu tapete fofinho no meio do cômodo e distribuiu suas plantas pelo ambiente. Terminou de arrumar o local distribuindo seus objetos, colocou seus quadros nas paredes, seus materiais de artes ficaram no lado direito do quarto e seus instrumentos no lado esquerdo.
Para finalizar colocou a cama do seu bichinho nos pés da sua cama, embora ele raramente a use.
A parede direita era toda de vidro com portas que davam para uma grande varanda que preferiu deixar ocupada apenas pela pequena mesa de dois lugares que sempre esteve ali.
Ela fechou as grandes cortinas e apagou a luz. Deitou na cama com o intuito de descansar um pouco, mas leves batidas na porta a despertaram. Lia, uma elfa-doméstica muito fofa entrou carregando uma bandeja com seu almoço.
Ela agradeceu e se apressou a comer, daqui a pouco sua mãe chegaria para a ajudar e ela queria aproveitar esse momento ao máximo. Infelizmente esses poucos minutos que Agatha vinha se certificar que a filha estaria à altura do seu nome eram poucos e curtos, mas também os únicos que a menina se sentia próxima da mãe.
Suspirou fundo tentando se manter positiva, esse dia com certeza ainda iria demorar para acabar.Notas da autora
Espero que tenham gostado desse primeiro capítulo, é uma história antiga minha com grande valor emocional.
Por favor, digam o que acharam, não custa nada deixar um feedback.
Agradeço desde já e domingo posto capítulo novo.<3
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ℙ𝕠𝕝𝕠𝕤 𝕆𝕡𝕠𝕤𝕥𝕠𝕤
Fantasyℙ𝕆𝕃𝕆𝕊 𝕆ℙ𝕆𝕊𝕋𝕆𝕊 ᴘᴏʟᴏs ᴏᴘᴏsᴛᴏs sᴇ ᴀᴛʀᴀᴇᴍ, ᴛᴀɴᴛᴏ ɴᴀ ᴏ̨ᴜɪ́ᴍɪᴄᴀ, ᴏ̨ᴜᴀɴᴛᴏ ᴇᴍ ʀᴇʟᴀᴄɪᴏɴᴀᴍᴇɴᴛᴏs. ᴇssᴇ ᴇʀᴀ ᴏ ᴄᴀsᴏ ᴅᴏs ᴅᴏɪs, ᴇʟᴇs ᴛɪɴʜᴀᴍ ᴛᴜᴅᴏ ᴘᴀʀᴀ sᴇ ᴏᴅɪᴀʀᴇᴍ, ᴇ ᴛᴜᴅᴏ ᴘᴀʀᴀ sᴇ ᴀᴍᴀʀᴇᴍ. ᴍᴀs ᴀ ᴅᴜᴠɪᴅᴀ ᴇʀᴀ, ɴᴏ ғɪɴᴀʟ, ᴏ ᴏ̨ᴜᴇ ɪʀɪᴀ ᴀᴄᴏɴᴛᴇᴄᴇʀ ᴄᴏᴍ ᴇʟᴇs? ᴏs ʟᴀᴄ̧ᴏs...