Capitulo 5

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 As luzes das janelas redondas batiam na menina, mas não foi isso que a acordaram, mas sim o barulho das colegas de quarto. Não dormiu e muito menos acordou bem, não havia passado nem um minuto do seu primeiro dia, mas já sabia que seria péssimo.

Ela se sentou devagar evitando qualquer movimento rápido demais para seu organismo, ouvia tudo abafado na orelha direita, se sentia tonta e enjoada, além de um zumbido irritante na sua cabeça. "Ótimo, esse dia não tinha como piorar! ", ela pensou.

Colocou seu uniforme com a capa da sua casa, passou um perfume qualquer e pegou sua mochila com alguns livros e saiu penteando os cabelos com as mãos, normalmente gosta de se arrumar, mas além de estar com a perna dolorida hoje estava sentindo muito os efeitos colaterais do maldito acidente.

Quando chegou nas escadas encontrou os amigos a esperando, eles perceberam o estado da menina e de cara estranharam, ela era sempre alegre e otimista, mas parecia que se o mundo acabasse naquele momento ela não se surpreenderia.

– Merlin, você está bem Aurora? – Blaise perguntou se aproximando com os outros.

– Não! – Ela respondeu manhosa, só queria voltar para a cama e fingir que esse dia não existia. – Preciso ir para a enfermaria e tomar café antes das aulas começarem, me ajudam?

– Claro que sim! – Pansy respondeu se colocando a esquerda da menina e Draco a direita, Blaise ia atrás carregando a bolsa da lufana, a escoltando.

Quando chegaram na enfermaria, a madame Pomfrey foi até eles e os guiou até uma maca onde sentaram a Rosier, ela já estava pálida e ela não sabia se era o mundo que girava e ela não, ou o contrário.

– O que está acontecendo, querida? – A senhora falou de uma maneira doce e preocupada.

A menina até tentou responder, mas não conseguiu se segurar e vomitou, sorte que a mulher percebeu a tempo e a entregou um balde para não sujar o lugar.

– Chamem. Dumbledore. ¬– Ela conseguiu pronunciar. Zabini saiu correndo a procura do diretor.

Quando voltaram, a menina se encontrava deitada na maca fraca, mas acordada.

– Como está, senhorita? –Ele perguntou cordial.

– Melhor, mas pedi para te chamarem por não estar em condição de explicar toda a situação, pensei que o senhor, por saber do meu passado, poderia me ajudar. – A menina informou.

- Certamente. Bom, como vocês sabem no final da última guerra bruxa vários comensais foram levados presos por aurores que muitas vezes não foram nem um pouco gentis, e esse foi o caso dos pais da senhorita Rosier. A casa da família foi invadida e seus pais, assustados, a pegaram e fugiram, porém houve uma perseguição e com a intenção de pará-los, um dos aurores errou a mira e lançou o feitiço Glacius que acertou de raspão a cabeça do bebê, ela foi levada ao St. Mungus e eles conseguiram salvá-la, mas houveram sequelas. – O homem explicou, deixando para a menina terminar.

– Além das consequências visíveis que são meu cabelo e meus olhos, meu sangue não circula muito bem no lado direito da minha cabeça. Em geral não sou muito afetada por isso, mas às vezes tenho crises como essa. Minha audição é afetada, escuto tudo abafado desse lado e um zumbido no fundo da minha cabeça, me sinto tonta, como se tudo girasse e eu pisasse no vazio e isso afeta bastante meu equilíbrio no geral, náuseas e vômitos também acontecem muito. Outra coisa que é afetado é meu sistema gastrointestinal, isso me causa dificuldade para engolir, uma sensação de nó na garganta e mais náuseas e vômitos. Mas tudo isso só nessas crises que não são tão recorrentes.

Todos prestaram atenção na fala da menina, que já havia decorado todas as vírgulas de tanto que repetiu durante a vida. Os amigos a fitavam, estavam preocupados com a saúde dela e queriam ajudar da melhor maneira possível.

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