𝘖 𝘢𝘯𝘵𝘪𝘨𝘰 𝘢𝘮𝘰𝘳.

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15h20min.
21/05/2022 – Sábado.

Eu estava em meu apartamento, vendo televisão enquanto tinha meus pensamentos longe. Eu pensava nela.

Ela é a dona dos meus pensamentos sempre. Depois que eu a conheci, tudo mudou novamente. Dessa vez parecia mais forte. Parecia que ela tentaria de tudo para ficar comigo. Não ficar apenas um beijo, mas para estar comigo.

E eu só queria poder arrancar toda essa lembrança e insegurança de mim. Eu não quero que ela sofra por isso e sei que ela vai continuar tentando e tentando até eu negar. E eu não vou negar, porque eu realmente quero. Mas é difícil demais.

Talvez pareça besteira, mas é apenas medo.

Eu ainda não contei a ela o que aconteceu no meu relacionamento passado, ela nunca me perguntou e nunca tocou nesse assunto – não depois daquele último dia. E eu estava disposta a contar na primeira oportunidade, para ela pelo menos entender o motivo de eu fugir.

Ouvi o interfone tocar e fui atendê-lo.

— Dona Any, tem uma mulher com o nome de Joalin querendo falar com a senhora. Ela queria subir, mas eu não a conheço e a senhora nunca nos deixou o nome dela para autorizar sem interfonar.

— Joalin está aí?

— Bom, é o nome que ela me passou.

— Deixa ela subir.

— Okay.

O que ela está fazendo aqui?

Voltei para o sofá e fiquei esperando. Quando a campainha tocou eu desliguei a televisão e fui atender a porta. Dei de cara com uma loira sorridente e com as mãos para trás, apoiada no batente da porta.

— O que faz aqui?

— Vim te ver. Queria fazer uma surpresa, mas o porteiro estragou. — Fez um bico e eu achei adorável.

— Entra. — Dei espaço.

Ela entrou e eu fechei a porta. Fomos até a sala onde eu me sentei e ela sentou ao meu lado.

— Veio só me ver? O que houve, hein?

— Queria te ver, senti saudades. — Apertei meus lábios.

— Você não está cansada?

— O quê? Do que? Não, ué. — Ri da confusão.

— De ficar na minha mente, porque até agora você não saiu. — Ela abriu a boca.

— Caralho que tiro. — Colocou a mão no peito. — Não faz isso.

— Senti sua falta. — Acariciei seu rosto.

— Por que você não pode simplesmente parar de me negar e deixar eu te beijar? — Suspirei levantando. — Ei, eu tô brincando…

— Você entenderia se eu contasse.

— Então me conta. — Olhei ela. — Eu tô aqui pra te ouvir, se quiser contar.

— É uma história longa… Ela me fazia tantas promessas… E eu acreditei em todas.

— Eu tô aqui. — Estendeu a mão. — Vem cá. — Segurei e sentei ao seu lado. — Eu não vou te criticar, julgar e muito menos surtar contigo por alguma coisa. Pode me contar o que aconteceu e o que te deixa tão mal quando o assunto é relacionamento amoroso. Eu só quero entender e te ajudar de alguma forma.

Eu respirei fundo e entrelacei nossos dedos. Olhei para ela e comecei a contar, sobre tudo… Desde o começo… Desde aquele “Oi, você sabe onde fica o mercado?”.

Reencontrei o Amor - JoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora