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CAPÍTULO 8,
Detalhes

ASSIM QUE TERMINO o primeiro livro do box Percy Jackson, vou para o segundo desperadamente. Não sei como demorei tanto para começar eles. Meu pai está na sala fumando, está em um ótimo estado, ao menos a casa ao lado. Acho que Rue está dando uma festa de 3, não sei exatamente, mas está barulhenta.

Com forme as horas se passam eu fico mais entretida nas páginas do livro, me lembro de ter visto o filme quando pequena, não é nada comparado a isso. Olho pra janela do meu quarto e vejo que já escureceu, apoio minha cabeça na capa e praticamente me jogo no chão. Eu gosto de sentar no chão, é confortável. Pego uma garrafa de whisky que eu deixo em baixo da cama e abro bebendo. Escuto um barulho vindo da sala, mas ignoro completamente, aposto que ele caiu bêbado.

— Posso entrar? — franzo a testa. Ashtray?

— Quem é? — me levanto rápido indo até a porta.

— Papai Noel — rio abrindo o que nos separa.

— Cadê meu pônei?

— Não enche — ele diz entrando no meu quarto.

— O que faz aqui?

— Entrega pro seu pai — reviro os olhos. Ashtray analisa cada canto do meu quarto. — Livros, livros, DVD's, mais livros... — ele diz andando em volta. — Caralho, você é uma nerd mesmo.

Dou um tapa em seu braço irritada.

— Vai se fuder! Sou apenas antissocial — me defendo, vou até o chão e fecho meu livro, escutando suas risadas.

— Nerd — ele ri e olha pra minha garrafa na metade. — Será que algum dia vou conhecer a Aurora sóbria?

— Essa Aurora não existe a anos — guardo a bebida de baixo da cama de novo. — O que faz aqui?

— Já disse, entrega pro seu pai — me sento na cama.

— Isso eu entendi, estou dizendo aqui — ele se senta ao meu lado.

— Só quis ver você — sorrio. — Tava pensando, se você não quer ir lá em casa assistir algo.

— Claro — ele sorri fraco. — Vou pegar algumas coisas antes.

— Uma amiga das antigas voltou, Fez está todo feliz — ele diz enquanto eu arrumo uma mochila.

— Aé? Qual nome dela?

— Alaska, ela é legal.

— Pra você falar isso, tem que ser mesmo — rio fechado minha mochila e me virando novamente pra ele.

— Crescemos juntos, tenho consideração — ele dá os ombros. — Seus desenhos são macabros, mas muito bem feito, tem algum significado?

— Ah, meus sentimentos — pego meu skate. — Quando estou nervosa eu desenho, dispenso toda minha angústia no lápis.

Ele pega um que está grudado na parede senta na cama analisando com calma. Esse desenho.

— Uau, é forte... — eu me sento ao seu lado.

— Eu tinha 11 anos — olho do papel, é uma criança machucada, falta o coração, está ensanguentada e sozinha no balanço.

— Qual emoção estava sentindo quando fez?

— Perda, tristeza, raiva... — suspiro fundo.

— Está muito bom. Podemos ir?

rue on.

all for us, 𝗮𝘀𝗵𝘁𝗿𝗮𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora