Décimo Primeiro

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Estava muito escuro a noite, eu estava meio que sem sono, por ter dormido um dia todo, meu sono estava completamente descontrolado. Eu olhei para Jonas e ele roncava alto, como todos os outros, eu não estava acostumado em ficar tão perto do jeito masculino, o ser macho, era fato que meu pai Drest me deixava longe de todos, corrigindo, meu Rei Drest. Eu comecei a pensar no fato de não ser o verdadeiro filho de sangue da matilha, a confissão que Narly me disse, foi bastante espantosa, e só agora posso meditar sobre o fato de não ser o legítimo rei. Não era possível que, os dois guardaram este segredo apenas com eles.

Eu não deveria, nem ao menos, ser rei dos lobos, do nosso reino, eu não sou parte da família real,fui largado em uma simples floresta, por alguém ou algo, que era desconhecido para mim. Eu simplesmente iria ficar calado sobre o assunto, e continuar como "legítimo Rei", eu não sabia o que poderia acontecer comigo se alguém descobrisse que não sou filho dos reis. A parte íntima de Jonas começou a ficar ereto, sério aquele troço tava endurecendo, era normal isso?

Eu logo me levantei, e fui andar um pouco, estava chato ficar deitado ali, apesar da floresta ser um pouco densa, eu conseguia ver um rio, um pouco longa, mas vi água e resolvi ir até lá. Estava um pouco frio, eu ainda estava com apenas o pano cobrindo minhas partes, depois de andar por alguns minutos finalmente cheguei. Infelizmente não era um rio, era um grande poço de água suja que mal se via o que havia em baixo, fedia bastante, as árvores estavam de cor preta, como árvores de pântano. Fiquei bastante decepcionado, estava com cedo, e precisava beber um pouco de água. Talvez se eu subisse em alguma árvore eu conseguia encontrar lá de cima algum lugar em que haveria um rio, ou algo do tipo. Quando eu ia subir em uma árvore, escutei um barulho de algo correndo e vindo para perto de mim, eu fiquei bem assustado, não sabia nem como agir, os meninos estavam longe agora, eu iria começar a correr, até que vi um lindo ser mitológico, em minha direção, um unicórnio, com apenas um único chifre veio a mim, trotando e animado com algo, ele chegou perto de mim e se abaixou, me deixando tocá-lo em sua cabeça, com um couro liso e sem machucados.

O ser estava calmo, e mesmo deixando tocá-lo ainda estava trotando. Ele logo começou a me empurrar para algo, estava no rumo da árvore.

- Calma mocinho, o que queres? - perguntei, logo ele se deitou no chão, no rumo da árvore, ao qual seria mais fácil subir se apoiando nele. Assim que cheguei perto ele me derrubou em cima de seu dorso, e me fez apoiar e subir, assim que subi ele saiu correndo de lá. Eu não entendi o que queria, mas logo um luz vermelha e laranja comecei a enxergar, no mesmo rumo em que o ser mitológico havia saído, eu tentei começar a subir a árvore mas estava bem difícil. Logo um monte de homens em cima de cavalos estavam chegando perto do poço, os cavalos eram maiores que o normal, eu fiquei bem assustado, e tentei começar a correr, mas logo um deles gritou,

- Pare! - eu logo olhei para trás e o ser desceu de seu cavalo, eu ainda não conseguia identificar o rosto, continuava escuro, logo ele chegou perto e o pude ver melhor, tinha feição masculina, mas o rosto tinha traços tanto humanos como animais, era um tanto estranho, mas até então normal quando se via a transformação de um lobo. - Caiu do céu? - perguntou sério.

- Claro que não. - falei bravo.

- De onde veio criatura? - perguntou.

- Sou o Rei ômega, dos lobos do norte. - falei e logo ficou intrigado, minhas vestes não eram de um rei.

- Não acreditamos. - disse um outro em seu cavalo.

- Vamos levar você, talvez ganhamos um bom trocado. - disse ele.

- Como ousas? Não sou uma peça de prata para ser vendida.

- Somos caçadores de recompensas, andamos por regiões a procura de peças preciosas, monstros e outros para ganhar dinheiro e prazer.- disse ele. - Prazer, Gustave.

- Ta bom, mas não vão me levar. - disse e foi em vão. Logo me pegou pela cintura e colocou em seu cavalo junto a ele, e começou a correr. Eu tentei gritar, mas logo pegou um pano qualquer e prendeu-o em minha boca, impedindo de fazer qualquer barulho, eu comecei a relutar em cima do cavalo, mas levei um tampa muito forte na minha bunda, era como se eu fosse criança e ainda apanhasse dos meus pais. - Continua, poderei dar tapas em suas partes quantas forem precisas. - disse sorrindo. Eu estava tentando falar algo, ele foi até compreensível, tirou de minha boca o pano e e deixou pronunciar.

- Me diga pelo menos aonde está me levando. - falei.

- Ao castelo dos bruxos, eles gostam de peças valiosas para usar em seus rituais.

- Rituais?

Ele não pronunciou mais, e logo continuamos correndo a cavalo, muito rápido, me era até estranho o fato de corrermos tanto. Depois de poucos minutos, chegamos a uma pequena vila, estava bem escuro, algumas casas com tochas acessas, e nada muito grande, logo eles pararam em frente a um bar, que ainda funciona naquela hora da noite, me tirou de cima do cavalo junto, e me empurrou com o cano de sua arma para que eu entrasse. Logo todos pararam de rir e beber para ver quem estava entrando dentro do bar. Os homens eram bem asquerosos, estava me dando nojo de ficar ali dentro, o cheiro de cachaça estava insuportável.

- Por que colaste este demônio aqui dentro? - perguntou o homem atrás do balcão segurança uma garrafa e a limpando.

- Vamos vender aos bruxos. Eles iram dar uma boa grana por este aqui. - disse passando as mãos em meus cabelos, logo empurrei sua mão bravo. - E tu nem sabes se é um demônio! - disse ao tomar um rum.

- Está a me dar arrepios a tua presença aqui. Se livre logo. - disse e saiu.

- Gustave, por gentileza, me deixe ir, eu tenho o dinheiro que quiser. Poderei lhe dar. Eu sou um Rei!

- Não acredito. Além do mais, tu disse que era ômega, lobo, mas lobos não ficam nesta região, lobos ômegas não são reis, não tenho conhecido nenhuma alcateia no norte, que de tanta liberdade a um ômega.. - assim que fui retrucar ele continuou. - E lobos não atraem para tão perto unicórnios de luz. - Não ser filho dos meus pais, realmente não me torna lobo, mas eu tive um cio, eu senti atração por outro lobo, eu sei me transformar em um, eu não tenho mais aqueles chifres. Eu fiquei pensativo, e sentado sozinho, até que em meio a porta se abrindo, um ser muito grande, de casaco de pele, e barba por fazer, com diversas manchas de sangue pela roupa e corpo, entrou, sentindo o cheiro do local, e parou o seu olhar em mim, os aldeões começaram a sair correndo do bar, e os caçadores junto a Gustave ficaram.

- O cheiro deste ser está em toda floresta. - disse o homem com uma voz grossa. - Diga seu preço.

- Isso parece ser bem valioso, não é mesmo? - disse Gustave.

- Cinco moedas de ouro. - disse o bruxo, e logo os caçadores riram.

- Este ser atraiu um unicórnio de luz para perto de si. - disse. - 20 mil moedas de ouro. - puta merda, admito, que diferença.

- Vendido.

- Oi? 

O Ômega Supremo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora