03 - ɴᴏssᴀ sᴇɴʜᴏʀᴀ ᴅᴏs ᴏʟʜᴏs ᴠᴇʀᴅᴇs

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A noite que eu passei naquela cela pode ser considerada uma das piores da minha vida

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A noite que eu passei naquela cela pode ser considerada uma das piores da minha vida. Acordei com uma puta dor nas costas, meu pescoço todo estralava, o que era estranhamente gostoso

Eu ainda estava com a roupa do dia anterior, e necessitava de um banho mas conhecendo aqueles filhos da mãe, não iriam nem aparecer se eu chamasse. Eram uns desnaturados! Quem disse que bandido não é gente?!

Fiquei andando de um lado pro outro, aquele lugar já estava me dando nos nervos, e olha que só havia se passado um dia

Estava sentada em minha cama, com um braço apoiado em meu joelho que estava levantado e o outro na cama, deixando meu corpo firme. Eu olhava  pra parede pensando em várias coisas, até que ouvi uma voz vindo do lado de fora da cela.

— Any Gabrielly Rolim Soares? - a voz pronunciou, mas eu não olhei pra pessoa. Era um homem, certeza

— a própria - respondi mantendo meu olhar na mesma direção

— eu sou Noah Urrea, seu advogado

Olhei pro homem parado do outro lado das grades, que vestia um terno preto e segurava uma mala. Minha boca se abriu ao ver a aparência daquele Deus grego. Acho que nunca vira alguém com aquelas feições, até porque no meu país isso não era comum

— nossa senhora dos olhos verdes, que porra é essa? - falei inconformada com aqueles olhos — e que cabelos castanhos! cara, você é uma delícia! - exclamei com a testa franzida — se seu rosto é assim, imagino como deve ser o físico

— ok, já acabou? - nossa ignorante. E é porque eram elogios, imagina o que ele diria se fossem xingamentos — eu sou seu advogado e lhe peço que mantenhamos uma relação de respeito

— vou pensar - falei não dando muita importância ao que ele falara — então... quem te contratou?

— ninguém, eu me interessei pelo seu caso e peguei, agora nós precisamos conversar - ele fez um sinal pra alguém que eu não vi e um policial chegou pra abrir a cela

— ah você é aquele policial mal educado que me trouxe pra cá a força ontem, né?

Ele agarrou meus braços e os colocou pra trás

— ai caralho, eu sou uma dama e não uma das suas vadias que tu pega do jeito que te da na telha

— cala a boca Gabrielly

O policial me algemou e eu fui levada para a mesma sala onde eu conversei com aquele delegado chato, a sala de interrogatório. Sentamos nas cadeiras e o policial saiu, nos deixando a sós, apenas com uma lâmpada fraca sobre nós dois

— bom, sua ficha criminal não é nada pequena, vou ter muito trabalho com você

— por que se interessou pelo meu caso?

— é um caso difícil, um desafio, quero descobrir o que motivou uma mulher tão bonita a fazer todas essas coisas - ergui as sobrancelhas e sorri com o elogio — mas principalmente, quero vencer uma aposta

ⁿᵒᵃⁿʸ | 𝗽𝗿𝗶𝘀𝗮̃𝗼 𝗱𝗼𝗺𝗶𝗰𝗶𝗹𝗶𝗮𝗿 ✔︎Onde histórias criam vida. Descubra agora