10 - ᴄᴏɴғɪᴀᴄᴀ

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Entrei entrei em meu quarto furiosa com Noah

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Entrei entrei em meu quarto furiosa com Noah. Eu havia ido lá pronta para ter a minha segunda noite de sexo com ele, até lingerie coloquei mas sua atitude me fez perder completamente a vontade. E isso não era nada comum

Quando Noah se aproximou de mim, eu queria muito beijá-lo, e logo após tê-lo por completo só para mim. Eu gostava de me abrir com ele, contar sobre o meu passado, o que me magoava, o que me fazia bem, como eu lidei com aquelas coisas... Noah era a única pessoa para quem eu tinha contado aquilo – além do Dylan – e não era sob pressão eu me sentia bem falando sobre aquilo, confiei nele para compartilhar segredos que eu jamais havia compartilhado com outras pessoas

Mas ele não quis me contar sobre a Sina

Esse fato me atingiu de uma forma completamente tola, mas eu me senti mal em saber que eu lhe contei grandes coisas e ele não se sentiu à vontade para me contar as dele. Tenho certeza que entre maus tratos na infância e a morte da namoradinha, a minha situação era muito pior, e mesmo assim eu contei

Então quando Noah tentou me beijar, mesmo querendo muito aquilo, minha raiva falou mais alto e eu apenas o deixei ali

Saí do meu quarto com um lençol e fui quase correndo para o de Sabina. Quando cheguei lá, ela mexia no celular mas ele desligou quando eu apareci e prestou atenção em mim. Sem mais nem menos deitei na cama dela e agarrei meu lençol, sem desfazer minha cara de emburrada. Fechei os olhos, me preparando para dormir

— Ok, isso foi estranho mas como você já é toda estranha, foi até normal

— Não tô com paciência para "com licença", "posso entrar" e "boa noite"

— Você nunca diz "com licença" ou "posso entrar",  independente do seu humor o máximo que eu ganho é um "boa noite" e isso quando você se lembra então não me surpreende

— Ótimo

— O que abalou a inabalável Any Gabrielly?

Me virei na mesma hora e sentei na cama olhando-a como se ela estivesse louca. Cerrei meus olhos e abri minha boca dramáticamente, na tentativa de demonstrar o quão grande era aquela calúnia, mas acho que acabei exagerando na interpretação, de modo que acabou aparecendo falsa

— Nada me abala, Sabina!

— Você não é de pedra - ela cantarolando, o que torrou ainda mais a minha paciência

— Óbvio que eu sou

Aquilo saiu involuntário, quase sem que eu percebesse, tornando minhas palavras ainda as mais falsas. Foi a primeira coisa que eu pensei em dizer e a mais burra, por isso me arrependi nos segundos que terminei de falar, mas precisamente quando Sabina sorriu para mim, deixando claro que sabia que eu estava mentindo. Coloquei minha cabeça nas duas mãos

— Nunca te vi tão nervosa

— Eu não tô nervosa, porra - prticamente gritei

— Tá sim

ⁿᵒᵃⁿʸ | 𝗽𝗿𝗶𝘀𝗮̃𝗼 𝗱𝗼𝗺𝗶𝗰𝗶𝗹𝗶𝗮𝗿 ✔︎Onde histórias criam vida. Descubra agora