Caro (a) leitor (a).
Embora esse livro seja uma coletânea dos relatos do que aqui se prestam a divulgar a história, a pedido de Louis e Wanessa vou a partir deste ponto narrar os eventos que aconteceram, uma vez que ambos presenciaram o fato ao mesmo tempo e tiveram perspectivas distintas. Se eu prestasse a colocar os relatos de forma intercalada o texto ficaria deveras quebradiço comprometendo assim sua compreensão e seu interesse. Conto assim com sua aceitação frente a esta determinação. Lembro-lhe que só estou fazendo isso por pedido insistente de Louis e de Wanessa. Tentarei manter o máximo que conseguir da totalidade de seus relatos, tanto na ordem psicológica, quanto na ordem emocional. Se assim o (a) aprouver, continuemos:Quando entraram na casa Wanessa e Louis começaram a se sentirem incomodados. Um desconforto gigantesco tomou conta de ambos. Embora Louis não soubesse ao certo o que estava acontecendo, Wanessa conseguia ver. Uma onda de tentáculos negros que vinham de um dos cômodos estava quase preenchendo a casa. Mas por mais que esses tentáculos se movessem, recuavam ao ficarem próximos de Louis. Wanessa viu então seu pai, a avó de Louis e a tia de Jacob, todos estavam a frente deles de mãos dadas. Andavam a frente deles com determinação, as sombras iam se afastando. Wanessa estava deslumbrada com tudo isso. Os três pararam na porta daquele cômodo e então se viraram.
"Wanessa, obrigada por dar o meu recado a Louis. Estamos aqui para ajudar no que nos for possível, entretanto, embora tenhamos fé e luz, apenas Louis conseguirá tirar o garoto desse estado."
"Minha filha, não tema, independente do que você vir aqui, mantenha-se confiante, para que não sofra a pressão dessas forças trevosas. Senti muito a sua falta, desculpe não ter aparecido antes, mas não havia recebido permissão para isso."
"Embora eu seja a tia de Jacob, não poderia deixar de ajudar. Até porque quando estávamos em vida fomos muito amigos. Laço esse que se tornou mais forte quando nos reencontramos aqui."
Wanessa achou que pudesse ser necessário relatar a Louis o que estava acontecendo, mas ao olhá-lo percebeu que não tinha o porquê. De certa forma Louis, tinha escutado a tudo o que eles disseram embora não pudesse vê-los. E então Wanessa viu surgir ao lado de Louis um belo rapaz. Ele sorriu a ela e tocou no ombro de Louis. Ela percebeu ele arrepiar no braço. E como numa conversa mental ele meneava a cabeça consentindo ou negando.
"Louis, está com medo? Pois não tenha. Confie, acredite, nós estamos aqui para ajudá-los. Sei que a presença da garota te conforta de certa forma, mas essa luta é apenas sua. Só você pode encontrar a força necessária para ajudá-lo. Mas isso tem que vir de você. Sem apoios, pois ele não vai aceitar outro tipo de ajuda. Você vai se sentir mal, triste, a cabeça pode vir a pesar, mas você vai ter que se manter de pé. Vai saber o que fazer quando entrar. Mas não se entregue, as trevas tentarão te fazer cair. As lembranças tristes não devem nos fazer sofrer, mas sim seguir adiante. Chegou o momento. Estarei com você, mas não poderei fazer muita coisa. Como eu disse essa luta é apenas sua."
Louis olhou para Wanessa. Agradeceu por ela ter ido com ele até ali. Agradeceu por ter lhe dado confiança e força para continuar. Agradeceu mentalmente a todas as almas ali presentes. Então, decidiu entrar.
Wanessa se assustou com o que viu quando Louis abriu a porta, existia apenas uma densa massa escura naquele cômodo, nada se via através dela. Louis olhou para ela antes de entrar e sumiu dentro daquela gigantesca sombra.
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Olhos que Sentem
Teen FictionEssa é uma história original, escrita a partir de relatos independentes. Uma fascinante história que mistura o sobrenatural e coloca em questão a visão mundana referente a relação amorosa apresentando as diferentes formas possíveis e questionando ac...