QUEM É VC? JENLISA

Cap 4

- Seu pai é realmente um babaca.

- Ótimo, pelo menos alguém acredita em mim.

- Quem não acreditaria? Isso dá para perceber de longe.

- Minha mãe por exemplo. Ela não está nem ai só me olha como se não podesse fazer nada.

Estava realmente mal não sabia o que eu iria fazer, muitas coisas passavam em minha cabeça na quele momento, como eu fugir de casa (mas dai eu iria para onde) ir para casa de algum parente (ninguém gosta de mim). É estou realmente sem saída.

- Bom o que está pensando em fazer?

Ela ler mentes por acaso? Me pergunto.

- Não sei, eu preciso ir embora daquela casa, eu só não tenho para onde ir.

- Isso é realmente complicado.

- Bom não tenho muito que fazer vou tem que aturar aquela casa até conseguir um  emprego e alugar algum lugar para eu ficar.
  
Eu percebi que ela estava pensando em algo, derrepente ela balançou a cabeça como se os pensamentos dela seria impossíveis. Bom não importa, já estavamos estacionando no colégio quando dei por mim. A chuva ainda era forte alguns relâmpagos de supetão me assustaram fazendo eu dar um pulo acompanhado de um grito.

- Tem medo de chuva?

- Não tenho medo da chuva, eu tenho medo do que ela possa fazer.

- Como o que? Molhar?

- Não idiota, estou falando dos estragos como descubrir casa e coisas desse tipo.

- Entendo, só estava tentando te distrair.

- Obrigada.

- Não foi nada.

- E agora como vamos entrar?

- Vamos ter que esperar a chuva passar um pouco.

Depois daquele pequeno diálogo ficamos em silêncio, mais não aquele silêncio agoniante e sim um sim um silêncio acolhedor. Não sei o porquê mas sempre que estou com ela parece que eu fico mais calma, ela tem esse olhar que parece que olha até a última fibra da sua alma, eu sinceramente já estou me acostumando com isso.

Apossou um pouco a chuva e resolvemos entrar, levamos maior bronca da professora por chegar atrasadas, será que ela não percebeu que estava desabando o mundo do lado de fora? Nojenta, não gosto dela.

O tempo foi passando e passando, na hora do recreio eu fiquei afastada de toda aquelas pessoas tóxicas que me faziam sentir mal. Aí vem a pergunta " Você não tem amigos?" Bom para falar a verdade não, eu só tenho colegas amigos não, não me importo nem um pouco com isso, minha vida toda fui sozinha então agora não muda nada.

- Já decorou sua fala na apresentação do trabalho?

Dei um pulo quando fui tirada dos meus pensamentos pela voz de Lalisa.

- Desculpa pode repetir eu não tinha te escutado.

- Tudo bem, você já decorou suas falas no trabalho?

- Nao consegui decorar ainda, mas vou tentar.

- Não se preocupe é só não ficar nervosa.

- É impossível não ficar nervosa em uma apresentação.

- Não é não.

- A é então como faz?

- Você precisa controlar sua respiração e focar no que você está falando, seu cérebro precisa falar junto com sua boca.

- Como sabe disso?

- Tive que treinar por muitos anos isso. No final deu certo.

- Bom não custa nada tentar.

Fiquei o resto do recreio todo decorando o que eu iria dizer na frente da quela gente toda da minha sala. Lalisa me ajudou muito, ela tinha razão controlando a respiração agente fica mas calma vou lembrar disso nos meus piores momentos tenho certeza.

- Bom agora e só por em prática.

- Não sei se consigo, vai ter uns 30 me olhando Lalisa.

- E me olhando também, não se preocupe eu vou estar do seu lado.

- Seja o que Buda quiser.

Ela me olha com um olha diferente não sei como decifrar, ela me olha com ternura nunca ninguém me olhou assim encaro ela do mesmo jeito retribuindo o olhar. Ela me lança um sorriso de lado maravilhoso aí se pudesse eu pegaria essas bochechas gordinhas que ela tem e esmagaria em beijos carinhos. Sou arrancar dos meus pensamentos novamente pela professora nos chamando para apresentar o trabalho. Olho para a Lalisa e ela está calma, como se já tivesse feito isso milhões de vezes. E agora ou nunca.