Nove

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*POV:Rita*
A Leonor estava mesmo furiosa não sei o que é que se passou mas eu falo com ela depois. O pior é que eu não sei como hei-de dizer-lhe que contei o segredo dela ao Pedro. Foi uma sensação tão má. O que é que ele haverá pensado? Espero bem que não se vá chibar á Leonor. Quando estava a ir para a sala, passei pela sala de teatro e ouvi alguém a chorar. Entrei discretamente e fui até á bancada onde ela estava sentada.

-Porque é que estás a chorar?-a rapariga levantou a cabeça. Ângela, não acredito, vou sair dali morta, onde é que eu me fui meter, Deus me ajude, por favor!

-Porque será? É o Pedro. Desde que a Leonor chegou que só tem vindo a piorar as coisas.-suspirou- Tu deves saber.-aí, os olhos dela começaram a brilhar- Tu sabes, sim!-sorriu. Estava cada vez mais assustada.- O que é que ela e ele têm, eles têm um segredo qualquer e tu sabes qual é, tenho a certeza. Ela vai-me pregar uma partida para me humilhar e tu sabes disso, eu sei que sabes.-fiquei a olhar para ela espantada com aquela reação.-Tive uma ideia!-levantou-se- Vamos fazer um pacto: vais-me ajudar a descobrir o que é que eles têm e vais afastar a Leonor do meu Pedrinho. Tudo bem?

Não sei o que é que se passou com ela, mas convenceu-me. Quer dizer, eu não estou a trair a Leonor, mas eu também não disse que ia ajudar a Ângela. Ela sabe de tudo, eu também quero saber o que é que se passa com eles e eu não a vou ajudar, ela vai-me ajudar, é boa nisto.
-Aceito. Mas ninguém pode saber.

-Sim, obrigada. És a minha única amiga.

E abraçou-me. Ela não estava mesmo bem. Eu? Amiga? Dela? Não me parece. Tive pena de a estar a enganar daquela maneira, mas ela tem o que merece.

-Bom temos que ir para a aula.

-Sim, vamos.

*Narrador:Leonor*

Segunda aula do dia: Geografia. Que seca. Fui para a sala estava lá toda a gente. Vi a Ângela sozinha num canto. Estava para ir falar com ela, não era preciso toda a gente saber da parte do pai. Descolei o pé da parede e dei um passo, quando um braço se atravessou á minha frente.

-O que é que estás a fazer?- era o Paulo que me estava a impedir.

-Não a chateies. Eu já sei de tudo o Pedro contou-me.

-E então?

-Deixa-a sofrer por si mesma que ela vai perceber que doi muito mais do que ser outra pessoa a fazê-lo.

-Tens razão.-e voltei-me contra a parede.

-Leonor-A Rita chamava-me- Posso falar contigo, a sós?

-Claro, o que é que se passa?-Arredamo-nos para um canto e ela falou.

-Quando tu estavas a falar com o Pedro á pouco e fos-te embora, sabes?

-Sim.-comecei a ficar desconfiada.

-Pois, eu pensei que tinhas dado um passo á frente...

-Como assim?

-Hum, como é que eu hei-de dizer. Quando tu foste embora eu perguntei-lhe se tu tinhas, por acaso...

-Rita, o que é que tu fizes-te?

-Perguntei se tu te tinhas declarado.- e encolheu-se.

-O quê? Porque que raio é que tu fizeste isso?

-Desculpa, foi um acidente.

-Mas, tu não sa...

Fui interrompida pela chegada da professora Cremilda, outra vez.

AbandonadaWhere stories live. Discover now