Cupcakes são legais

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-Pode me dar uma ajuda?-perguntei à Emily.
-Ta bom...-disse ela voando sobre minha cabeça e jogando um pozinho tão dourado quanto ouro. Imediatamente eu comecei a flutuar.
-Vamos?-perguntei.
-Claro.-falou Peter me dando a mão.
Começamos a flutuar.
-Isso é tão mágico!-falei.
-Já me acostumei...-debochou Emily.
-Vai cagar no mato!-falei.
Nós começamos a percorrer o céu. Eu teria dormido. Se eu não estivesse a cinqüenta metros acima do chão.
-Acho que eu já consigo voar sozinha...-falei, soltando a mão dele.
Voamos por algumas horas, então avistei algo.
-Ei, acho que achei...-falei. A Estátua da Liberdade estava, literalmente decaptada.
-Que isso, meu?!-exclamou Peter.
-Isso é surreal.-falou Emily.
-O que é isso saindo dela?-aquilo parecia ser sangue prata.-disse Peter.
-Vamos investigar o perímetro. Vamos nos separar. Cada um por si.-falei.
-Feito!-disse Emily.
Eu comecei caminhando em uma rua escura. Por que essa rua? Me lembra a casa da vovó. Então já viu. Estava tudo normal. Eu iria voltar, mas escutei um barulho de lata de lixo caindo. Tinha alguém no beco ali na frente. Me aproximei. Havia alguém lá.
-Oi...-falei baixo, me aproximando. Eu achei que Er alguém ferido ou perdido, mas era exatamente o contrário.
A pessoa olhou para mim. Então vi que não era uma pessoa. Ela mal me olhou com aqueles olhos amarelos, aqueles dentes afiados e aquelas garras sujas de sangue, veio em movimentos bruscos até mim. Eu comecei a correr, o mais rápido que eu pude, mas ele puxou meu pé e eu caí. Me virei e o encarei. Sua grande boca estava aberta, deixando a mostra suas presas. Aí eu lembrei: os cupcakes. Eu não sabia como isso ia me ajudar, mas joguei um na boca dele. Ele imediatamente se levantou. Saía fumaça de sua boca. Clarence era esperto. Então houve uma pequena explosão. Eu não conseguia ver nada por causa da fumaça, mas eu escutei um choro humano. A fumaça baixou, revelando um menino que deveria ter a minha idade.
-Você está bem? O lobo te atacou?-perguntei.
-Você não sabe brincar?-respondeu ele com uma pergunta-Eu sou o lobo.
-Você matou os seguranças.-falei me virando.
-A culpa não foi minha. Eles causaram o apagão. Eu os matei, mas eles mataram uma das nossas.
-Traduz.-pedi.
-Estátuas nos protegem. Os vilões podem se passar por qualquer pessoa.
-Eu sou amiga da Malévola, isso conta?
-Você não está entendendo. Esses personagens não são os vilões.
-Então quem são os vilões?-perguntei.
-Os narradores. Eles são treinados para se certificar de que não vamos mudar a história.-explicou.
-Pelo menos eu estou viva no meu...-falei.
-Não está. Você deve ter lido o conto falsificado. Chapeuzinho vermelho se casa com um lobo.-tirou minhas esperanças.
-Cara... Agora eu vou morrer.-reclamei.
-Eu não vou seguir meu destino. Eu não sei você.-ele jogou pra mim um livro com capa roxa. Ele me encarou com seus olhos cor de mel.
-Aí estão as verdadeiras versões. Olhe por você mesma.-me disse.
-Tenho até medo de ver.-falei olhando seus cabelos castanhos escuros ao vento.
-Isso pode salvar sua vida.-falou indo embora.
-Você não vem comigo?-perguntei.
Ele estranhou, mas mesmo assim respondeu:
-Quem chega perto de mim só se machuca...-disse cabisbaixo.
-Eu corro o risco. Tudo é possível por um amigo.-falei.
-Certo.-falou sério.
Nós começamos a andar, reto para a estátua. Antes de chegarmos lá, vimos uma coisa que me surpreendeu.
Emily estava caída no chão e Peter perto dela.
-O que aconteceu?-perguntei desesperada.
-Eu encontrei Emily assim.-disse inquieto.
-Como vamos voltar para casa?-perguntei.
-Os narradores estão por perto.- falou o lobo.
-Quem é esse cara?-perguntou Peter.
-Eu sou Josh.respondeu.
-Gente. Emily acaba de morrer. Vocês não percebem? Ela der ter desobedecido alguma regra.-falei.
-Mas qual será?-disse Josh. Peter ainda estava inquieto.
-Peter?-desconfiei.
-Ta. Ela me beijou depois que você foi.-confessou.
-Eu disse. Eu disse que beijar o namorado dos outros ia dar problema!-falei.
-Lobo legal. Pazer. Você eh?-perguntou Josh.
-Sou o Peter Pan. E o certo é lobo mau.
-Você não é o Peter Pan!-gritou Josh.

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