Nada faz sentido

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-Clarence, isso é loucura! Como eles abrem um portal para outra dimensão? Isso é cientificamente impossível!-falei-O problema, é que aqui meus sentimentos não funcionam direito! Eu sinto dor quando me machuco, mas aqui essa dor é menor.
-Clarisse, você ainda não percebeu? Isso não é real. É apenas um sonho. As histórias que vivem aqui são apenas contos.-falou meu gato-Eles escolhem pessoas, para sonhar e vencer essa guerra ou teste, como vocês preferirem.
-Você tem algo relacionado a essa adaga de nome complicado?-perguntou Peter.
-Tenho um pergaminho em que ela está desenhado.-disse ele fazendo um papel grosso aparecer sobre sua pata-Vocês podem fazer o que quiser, basta saber controlar seu sonho.
-Então por que não faz a adaga aparecer?-fala Peter impaciente.
-Você acha que é tão fácil assim?-perguntou Clarence-Eu sou só um gato! Eu tenho que ir. Tome, Clarisse. Use com sabedoria.
Ele me entregou o pergaminho e desapareceu. Abri o pergaminho e lá tinha a imagem de uma brilhante adaga emitindo uma ofuscaste luz amarela. Ela tinha um punhal do que parecia ser veludo.
-Eu já vi isso antes.-falei-Onde eu vi isso?!
-Tenta lembrar!-encorajou Peter.
Então uma imagem me veio a cabeça: quando Josh estava naquele beco eu vi aquela luz amarela. Não eram seus olhos. Era a adaga.
-Lembrou?-perguntou Peter.
-Está com Josh. Eu vou ter que voltar para aquela torre sinistra de novo.-falei.
-Lembre-se, Clarisse, isso é apenas seu sonho.
-Com quantos anos acha que temos? Será que minha mãe ainda está morta?-ao falar aquilo, me arrependi na hora. Uma pontada de saudade me perfurou-Vamos pegar aquela adaga.
-É assim que se fala!-disse Peter.
-Como você voa?-perguntei rapidamente, antes de ele voar me carregando.
-Controle da mente,-disse ele-como seu felino falou.
Ele me fez flutuar, literalmente. Ele me pegou pelos braços e pela cintura e me fez voar com ele.
-Qual é o plano para entrarmos no castelo?-perguntei.
-Eu vou dar a vez para você pensar.-falou.
-Bem, eu estava pensando em eu distrai-lo e você pegar a adaga.-falei.
-Humm...-pensou Peter-Isso pode dar certo...
-Então vamos!
Peter me deixou naquele buraco onde eu saí pela ultima vez.
-Josh?-chamei pisando com cuidado.
Rodei 360 graus e não encontrei ele, então ouvi um barulho.
-Josh, sou eu!-falei alto.
De trás de uma grande sombra, saiu Josh na forma humana.
-Oi...-falei.
-Olá.-disse ele duramente-O que faz aqui?
-Eu me lembro de que eu tinha dito que iria voltar. E você?-falei sorrindo.
-Achei que não cumpriria sua promessa-falou.
-Isso é ofensivo, cara.-disse rindo no final.
-Me desculpe... E o Peter? Ele está bem?-perguntou.
-Está, mas por que a pergunta?-perguntei-Vocês nunca se deram bem.
-Só quero eliminar os ressentimentos.-falou abrindo um sorriso no rosto.
Olhando assim para ele me senti incapaz de o enganar daquele jeito, mas era preciso.
-Clarisse...-disse se aproximando de mim e pegando minhas mãos-Eu sei o que vocês pretendem fazer e eu não posso deixar que a roubem.
Gelei. Como ele sabia? E o pior: como eu sairia dessa?

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