Presas do futuro

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Querido diário,

Eu estou cansada do meu pai observar tudo o que eu faço. Até acho ele legal, mas acaba ficando demais. Essa manhã, quando ele ia trabalhar, eu o achei estranho. Vou narrar meu dia desde o começo:
Meu pai me acordou para ir para a escola, mas eu estava muito cansada e perguntei se não poderia faltar e ele disse que não. Como ele é dono de uma grande empresa de gelo, vive usando roupas quentes, mesmo no verão (vá entender).
-Amanda, desça para a escola!-gritou meu pai.
-Já vou!-gritei de volta.
Meu pai, Jack, é um cara legal depois que você o conhece.
Entrei no carro e ele deu a partida.
-Pai, por que você não me deixa ir a escola sozinha?-perguntei.
-Por que você vai sair do caminho, vai se perder e vai pedir ajuda a um estranho.-respondeu ele claramente.
-Mas isso não é justo!-falei-Você nem sabe se é isso que vai realmente acontecer!
-É só um chute.-falou subindo com o carro na calçada.
Dei tchau para ele e fui para a sala de aula.
-Oi, amiga!-disse Lauren, uma inimiga tão débil que perdeu o mental-Está tendo uma doação para crianças com câncer. Quer doar?
-Olha, Lauren, comprar maquiagem não é o mesmo que ajudar pessoas com câncer.
-Como você acha que eu sou capaz de tamanha crueldade?-se espantou.
-Pelo papelzinho de burra colado nas suas costas.
-Tira!-falou ela girando em torno dela mesma.
-Eu posso tirar o papelzinho, mas sua burrice não vai dar para tirar.-falei rindo.
Ela foi embora com um tom de ignorância e maldade.
-Cadê?-pediu MC estendendo a mão.
-Aqui.-falei entregando uma bala juquinha para ela.
-Ta brincando?-falou ela-Eu pedi 7 belo!
-Entra na fila, amiga.-ri.
-Como está você?-falou JP.
-João Pedro! Estou ótima.-disse Maria Carmem.
-Eu trouxe a 7 belo.-disse ele-Diabete é horrível.
-Com certeza...-falou MC para JP, que ia se afastando.
-Amiga! Você viu?!-perguntei.
-Ele gosta de uma menina que era acima do peso na infância!-disse.
-Todos se sentem, eu cheguei.-falou o professor Raimundo, de Filosofia.
DEPOIS DA AULA...
-O professor Raimundo é meio doido, não acha?-pergunta MC.
-Total.-falei sem pressa.
-Ei, Maria Carmem!-chama JP-Você está afim de ir passear na floresta comigo?
Ela fez uma cara de ansiedade para mim e depois segui com as palavras:
-Vamos!-falou.
Eu não iria ficar de fora dessa, é claro, então segui os dois, sem que eles me vissem, mas depois os perdi de vista.
Estava começando a ficar nublado e eu estava com medo. Agarrei minha bolsa onde guardava você, diário e segui meus instintos.
E não foi que deu certo? Eu encontrei uma velhinha com uma chapéu cobrindo o rosto e uma bengala a apoiando.
-Oi, senhora, eu estou perdida.-comecei-Você sabe me dizer para que lado fica a cidade?
-Você está com o casal?-perguntou.
-Você os vi?-perguntei.
-Sim. Estão na minha casa.-falou apontando uma garante casa feita de doces.-Quer entrar?
-Sim, por favor.-falei.
Eu não estava fazendo isso só para espiona-los, mas também para provar ao meu pai que sou responsável.
Entrei e me espante com o que vi. MC estava varrendo a casa (ela nem pipoca de micro-ondas sabe fazer) e JP estava em uma gaiola, se empanturrando de doces.
-Amanda!-falou MC.
-Rolou algo?-perguntei com o medo da velha em minha nuca.
-Nós somos irmãos!-falou JP devorando um bolo enquanto choramingava.

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