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O homem os arrastava sem piedade alguma pelo chão para o interior da casa. Gritavam, choravam e esperneavam; nada adiantava.
Passaram pela sala de estar, e você conhecia bem o rumo que estavam tomando. Iam na direção do porão...
Aquele lugar que guardava tantas recordações boas dos primeiros anos de sua infância, agora seria profanado de jeitos terríveis.
Ao passar pela cozinha, você entrou em desespero ao ver sua mãe desacordada em uma poça do próprio sangue, próxima à parede.
— Mamãe! – você gritou inutilmente, fazendo com que seu irmão visse a cena horripilante também.
Kenji caiu em um choro desesperado e incontrolável, a dor era visível em seus olhinhos desesperançosos.
Ao abrir a porta velha de madeira, a luz foi acesa e as crianças arremessadas escada abaixo. Por sorte, não era tão alto e a queda não causou ferimentos mais graves do que arranhões.
Quando o homem fechou a porta atrás de si e desceu degrau por degrau em uma paciência mortificante, o pânico cresceu aos poucos em ambos, especialmente em você, inflamado por toda a raiva que sentia dessa situação.
Se levantou de supetão, correndo na direção de seu pai e se chocando contra ele, desferindo golpes contra sua barriga. Era sua forma de lidar com o ódio que habitava dentro de si; seu desabafo diante dos horrores que fora obrigada a presenciar.
Porém, não conseguia imaginar as consequências que isso traria. Madara já estava irritado com sua fuga, e tais atos vindos de você, – a qual devia obediência plena e absoluta à ele, em sua visão deturpada – apenas o deixava mais irado.
Era o gatilho que ele precisava e esperava para não suprimir mais o dragão faminto dentro de si.
As horas seguintes foram de pura dor e tortura. Você não sabia exatamente quando começou a perder a consciência e se preocupava com o estado de Kenji, que não estava no seu campo de visão. Madara espancou ambos sem remorsos.
