6 - A fucking goddess

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P.O.V'S DANI

tinham se passado dois dias e nada da investigação andar, o gabinete da polícia já estava me cobrando respostas e a mídia cada vez mais falava da incompetência policial sobre o caso, o que nós tornava motivo de chacota diante toda mídia nacional.

estou tentando ao máximo manter a cabeça no lugar com tudo isso, mas a cada dia que passa que não temos conhecimento do assassino, e um dia a mais aguentando a mídia e meus superiores exigindo mais esforços da minha parte.

estava no quarto de hotel analisando uma papelada na qual tinha algumas controvérsias do caso e estava tendo o maior cuidado pra não deixar nada passar batido, pois sei que esse caso pode arruinar a carreira que venho construindo com muito esforço. ouço alguém bater na porta e penso ser o serviço de quarto ou a camareira.

saio da cama deixando os papéis espalhados pela mesma e vou em direção a porta, assim que abro a mesma vejo o moço da recepção na minha frente, o mesmo me olha constrangido e só então percebo que ainda estou com meu pijama, mas isso não me incomoda.

- algum problema? - pergunto e ele nega. - me pediram pra entregar isso a senhorita - fala me estendendo um envelope na cor vermelha e eu pego o mesmo.

- quem pediu? - pergunto confusa e vejo ele dar de ombros. - um rapaz - é tudo que ele me diz antes de virar as costas e sair andando. fecho a porta e caminho em direção a cama me sentando na mesma.

há meu nome na parte de fora escrito em dourado com uma caligrafia elegante, abro e vejo um convite pra uma festa.

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você está convidado a se juntar a um baile de arrecadação de fundos para várias instituições de caridade nome da senhorita Kauana Hofemã, gostaríamos muito de sua estimada presença neste dia importante.
Ass: Kauana Hofemã.

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termino de ler e só consigo pensar por qual motivo eu ter recebi o convite, e se ela estiver só tentando me intimidar me mostrando o quão rica e poderosa ela é?. não a dúvidas que se ela quiser pode me tirar do caso, mas ela demonstra querer totalmente o contrário.

ela é sem dúvidas uma mulher inteligente e poderosa, dona de uma beleza encantadora e isso pode ser perigoso, não posso me envolver emocionalmente com ela é o que repito em minha mente, mas falar é mais fácil do que fazer.

deixo o convite sobre a cama e deixo um suspiro cansado escapar, apoio meus braços na cama e ergo minha cabeça encarando o teto. "tente, você precisa continuar" era o que se repetia diariamente na minha mente, levanto e sinto o chão gelado, caminho até o banheiro e me olho no espelho. eu venho tendo dificuldade de olhar pro meu próprio reflexo no espelho desde o dia que minha vida mudou. " desde o dia que ela morreu" penso, pego meu remédio e pego uma pílula, encho o copo que tinha ali com água e fico olhando pro remédio na minha mão.

"precisamos disso e você sabe, eles vão ficar decepcionados se você voltar a surtar, se voltar a ter crises" senti uma lágrima escorrer pela minha bochecha, nem tinha notado que estava chorando até senti-la. limpei a mesma, fechei meus olhos e coloquei o comprimido na língua, tomei grandes goles de água até senti-lo descer pela minha garganta.

no fim das contas, a gente procura uma forma de matar a dor sem tirar a vida.

assim que abri os olhos vi ela atrás de mim, parada e com algo nos braços. senti meu sangue congelar e só conseguia ficar olhando. ela sorria pra mim, mas não de um jeito bom, a pele pálida demais e o rosto que antes só de olhar as pessoas ficavam fascinadas agora tinha cicatrizes e marcas. ela ergueu os braços e pude ver o que ela carregava, era um bebê. ou viria a ser, era um feto ainda.

The killer and the detectiveOnde histórias criam vida. Descubra agora