Capítulo 8

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Capítulo 8 ― Oito

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Capítulo 8 ― Oito.

Amethyst doesn't like Elain's partner.

Azriel tinha seus olhos presos à varanda, observando à fêmea e vendo que ela apenas encarava o céu. Fazia quase duas semanas que ela estava ali de volta para a vida deles e todos não podiam estar mais felizes com aquilo.

Rhysand fazia todo seu trabalho como grão senhor para poder voltar cedo para casa e encher o saco da irmã mais velha, Cassian não parava de lhe provocar querendo que ela lhe enfrentasse em uma luta novamente e ela até mesmo estava conseguindo se dar bem com Nestha e Amren apesar das poucas palavras que trocavam.

Porém, ele sentiu algo um pouco estranho. Suas sombras lhe diziam que ela estava tendo dificuldades para se adaptar, tentou investigar mais quando ouviu os sussurros delas dizendo que a comida preenchia o vazio que havia dentro dela por causa da escuridão e que sua fraqueza era também por causa da falta dela, que o coração dela doía por não conseguir sentir suas amigas e ela não tinha coragem para perguntar o que havia acontecido com elas e que ela não se sentia segura por estar ali.

Aquilo o deixava preocupado.

― O que ela está fazendo? ― Ele ouviu a voz de Elain perto de si e observou sua senhorita subindo em cima das grades da varanda.

― Amethyst! ― Azriel gritou e sentiu seu peito apertar quando a princesa acenou e se jogou sem sinal algum de suas asas.

A irmã Archeron gritou desesperada e ele correu em direção à varanda, se jogando junto a vendo rodopiando em queda livre.

"Não é bom essa sensação contra o rosto? De liberdade!"

Pode ouvir a voz dela em sua mente junto de sua risada e ficou surpreso ao ver como ela havia conseguindo invadir seus escudos tão facilmente.

"Voe comigo, Az..."

Ela quase ronronou e então suas asas surgiram, expandindo-se através de seu poder violeta antes que ela caísse no chão e a princesa da noturna voltou a subir enquanto ele ainda ia para baixo até perceber o que havia acontecido. Passou pela varanda para que Elain pudesse ver que ela estava bem e seguiu voando, acabaram passando horas daquele jeito com ela fugindo e ele tentando lhe alcançar.

Até que ela pediu para que pousassem. As asas dela eram grandes e ela conseguia fazer com que sumissem em um passe de mágica enquanto os dois passavam a andar pelo jardim, ele sentia-se cansado com o exercício feito e pelas horas voando enquanto ela não demonstrava ou estava disfarçando bem.

Parecia até mesmo revigorada por conta do voo.

― Não precisa escondê-las agora. ― Azriel a disse quando ela se abaixou e observou as verbenas.

― Sempre serei illyriana, pelo menos metade e sempre terá alguém disposto a tentar arrancar minhas asas, mesmo que ainda não saibam de meu retorno. ― Ela murmurou passando as mãos pelas plantas.

Ainda fazia caretas por conta do sol lhe tocando, mas já estava ficando mais acostumada com ele. Assim como seu irmão que ficou pálido por conta dos anos sem ver o sol, sendo torturado sob a montanha por Amarantha, ela também havia perdido sua cor por conta da escuridão e da falta da estrela solar.

― Elas foram muito bem cuidadas. ― A fêmea sorriu fraco antes de se levantar.

― Sim, Elain gosta do jardim e passou a cuidar das flores desde que foi transformada. ― Azriel lhe explicou.

― Quando foi jogada no caldeirão, nem consigo imaginar... ― Ela suspirou e ele a encarou sem esconder sua surpresa. ― O que?

― Como sabe dessas coisas?

― Eu sei de tudo, Az, não podem esconder nada de mim... ― A princesa quase se gabou e fez uma leve careta. ― Ainda sim, há coisas que meu poder está impedindo que eu veja, como se não quisesse me mostrar. ― Ela quase riu.

― Como o que?

― O parceiro de Elain, o laço apareceu quando ela voltou do caldeirão e não consigo ver quem é... ― Ela encarou o encantador. ― Você pode me dizer?

Ele se controlou para não pensar em nada relacionado ao homem, sabia que a relação da Primaveril com ele faria com que Amethyst entrasse completamente em seu modo defensivo e hostil.

Pronta para qualquer ataque, por isso ele ainda não havia retornado para a corte noturna para trazer informações sobre as terras humanas e seguia apenas para a corte Diurna.

― Ainda há coisas que seu irmão precisa explicar a você. ― Amethyst revirou os olhos e bufou impaciente. ― Eu sei que também está escondendo coisas, então tenha paciência.

― É isso que as sombras dizem a você? ― Ela cruzou os braços. ― Achei que eram mais espertas e óbvias. ― O deixou sozinha enquanto seguia para dentro.

Ela estava indo em direção a uma das bibliotecas e ficou surpresa ao ver que ele não vinha lhe acompanhando, mas logo disfarçou. Podia ter revelado demais naquele momento e não sabia distinguir se havia ficado aliviada ou levemente chateada por aquela reação vinda do illyriano.

Respirou fundo e as narinas se dilataram quando ela reconheceu o cheiro fraco de flores quase apagado pelo cheiro humano, ainda havia a mistura com o cheiro de um grão senhor que deveria ter reencontrado quase imediatamente após ter voltado.

Helion...

Aquilo fez um soriso fraco surgir em seus lábios ao pensar no senhor do sol e na saudade que sentia de seu querido amigo, sabia que precisava vê-lo. Atravessou no mesmo instante e observou o macho de cabelo ruivo com um olho dourado lhe encarando de forma surpresa.

― Você? ― Ela franziu o cenho e então ficou séria. ― Você. ― Quase cuspiu e cerrou os dentes ao reconhecê-lo.

― Amethyst, calma. ― Feyre pediu.

Lucien havia ido à corte noturna para conversar com a parceira que estava aceitando uma amizade consigo e havia aproveitado para conversar com Feyre sobre as terras humanas antes de voltar para a corte de seu pai.

"Rhysand, venha rápido."

Ela encarou a grã senhora quando ouviu ela conversando com ele pelo laço e riu quando ele apareceu em menos de dez segundos junto com Cassian e Azriel ficou preocupado quando chegou e pode observar os olhos dela começando a brilhar.

― Oh, ele veio mais rápido do que quando eu chamei... ― Ela forçou uma risada. ― Então ele é o parceiro de Elain, ele é quem Rhysand iria conversar comigo e me explicar qualquer merda que não me interesse. ― Ela proferiu encarando o encantador de sombras por um segundo.

Ainda bem que Nestha e Elain já não estavam mais ali e haviam ido para um lugar seguro, do jeito que estava, Amethyst poderia colocar a casa abaixo sem nem se importar com quem estivesse dentro.

Amethyst tinha os olhos violetas brilhando ainda mais por conta das lágrimas e as asas reclamaram em sua carne, querendo que ela as expandisse para lutar contra o homem de cabelo ruivo.

― Vamos conversar. ― Rhysand ficou na frente dela, ocultando Lucien.

― Eu não quero conversar, há muito tempo eu achava que isso valia a pena... Mas, é melhor mesmo conversar com meus punhos. ― Ela riu ao lembrar-se de sua amiga de olhos azuis. ― Você não entenderia, Rhys, não...

― Me explique, converse comigo... ― O irmão pediu. ― Por favor.

― Eu vi o quando estava na corte Primaveril. ― A princesa murmurou com a voz embargada. ― Tamlin gostava de me exibir para convidados como Beron, Eris e Lucien me viu regularmente desde que foi para a corte... Ele gostava de dizer como havia prendido a bestinha da noturna, não é? ― Ela disse entre dentes e Rhysand fechou os olhos por alguns segundos, tentando controlar a própria raiva também.

― Eu nunca poderia imaginar que você estava viva e presa, eu nunca ouvi seu coração batendo e nada que indicasse que estivesse presa ali. ― Lucien se defendeu. ― Ele sempre falava de você no passado, que aquela estátua era para lembrar que você estava morta e que ele havia...

― Aquela estátua era eu! ― As lágrimas por conta da ira que sentia já escorriam por seus olhos. ― Saia. ― Disse ao irmão, ignorando a razão e passando a agir pela ira que sentia.

― Não, não irei sair. ― Rhysand respirou fundo. ― Precisa se acalmar.

― Saia da minha frente ou irá sobrar para você também, Rhysand. ― Ela falava como uma irmã mais velha e também mais poderosa que ele.

― Eu sou o grão senhor dessa corte e você faz parte dela, terá que me obedecer.

― Se nem nosso pai pôde me controlar com malditas tatuagens e feitiços, não será você que o fará com palavras. ― Amethyst ainda tinha um olhar sério.

Ela deixou que seu poder violeta deslizasse por suas mãos e conseguiu segurar Rhysand, impedindo que ele se mexesse por vontade própria. Não conseguiu nem forçar seus pés contra o chão enquanto era arrastado por ela e ficava junto de Cassian, Azriel e Feyre que estavam com os pés também presos contra o chão, todos cercados pelo poder violeta junto da pouca escuridão que ela tinha adquirido naquele tempo.

― Agora... ― Ela deixou uma risada escapar vendo que Lucien estava com medo. ― Não se preocupe, não é você que eu quero matar... Se ainda realmente significasse algo para Tamlin, eu iria torturá-lo e faria com que ele ouvisse seus gritos por séculos, mas não... Eu tenho uma ideia melhor, você irá me ajudar com outra coisa.

Feyre ofegou assustada quando as esferas violetas tornaram-se círculos de energia e o corpo de Lucien foi cercado por elas, a princesa as manuseava do jeito que quisesse junto de seus dedos.

― Quero que dê um recado ao seu pai. ― Amethyst ergueu suas mãos e os círculos passaram a girar ao redor dele enquanto ele era quase erguido. ― Diga que voltei, estou bem e viva, mais forte que antes... E eu ainda preciso falar com ele e cobrar o favor que me deve... Isso é tudo, Lucien.

Ela jogou um dos braços contra ele e apenas abriu sua mão deixando que o poder saísse pela palma. Lucien foi arremessado para trás e não passou pela lareira como imaginavam que iria acontecer, ele desapareceu e Amethyst fez surgir uma imagem em tom roxo no chão assim que pisou nele com seu poder para ver o desenrolar daquele momento.

O herdeiro da corte Diurna reapareceu apenas na corte de seu pai e seguiu voando pelo céu como se tivesse asas até cair em frente ao palácio e assustar todos os guardas que não sentiram sua presença e correram para ver se ele estava ferido ou cuidando para ver se podiam estar sob ataque.

― Você o mandou para Beron, ele irá... ― Feyre não podia ver o que ela estava vendo e se calou quando o poder violeta sumiu e Amethyst perdeu seu equilíbrio, mas conseguiu continuar em pé.

― Não... ― Os olhos da princesa deixaram de brilhar e ela sentia muito cansaço. ― O mandei para Helion, o verdadeiro pai dele.

― Como sabia? ― Rhysand ainda estava desconfiado.

― Isso foi algo que descobri muito tempo atrás numa das visitas dele para me ver, a semelhança é meio óbvia. ― Amethyst deu de ombros respirando fundo. ― Eu vou lhe avisar somente uma vez e é bom que escute bem... Não me esconda nada, pois quando eu descobrir... Coisas assim podem acontecer e não se preocupe agora mesmo ele está dizendo a Helion sobre meu recado e não está mais com medo.

Ela se virou para sair, porém ouviu o irmão lhe chamar e suspirou.

― Diga. ― Quase ordenou sabendo que ele tinha algo a mais para lhe dizer, tentava mandar seu cansaço para longe.

― Keir é o administrador da corte dos pesadelos. ― Ele disse de uma vez e qualquer fresta de seu poder que surgia desapareceu quase completamente.

Ela ficou o encarando por longos minutos sem quase conseguir esboçar reação além do choque que estava sentindo.

― O que? ― Amethyst balbuciou desejando que ele estivesse brincando. ― Não... Não, não, não! ― A princesa gritou enquanto voltava para se aproximar dele ficando a frente a frente com o irmão.

Todos já estavam livres do poder dela e Rhysand não disfarçou sua expressão de chateação enquanto via a decepção nos olhos dela que voltavam a ficar marejados.

― Eu não acredito, eu não... Eu não posso acreditar. ― Amethyst estava incrédula e franziu o cenho tentando ignorar seu choro e tentando não quebrar ali mesmo. ― Você deu a minha corte, minha corte dos sonhos para quem mais me torturou e me puniu por existir? ― A voz dela foi quebrando e tentou ignorar a raiva que passava a sentir. ― Ainda deixou que continuasse sendo a corte dos pesadelos?!

A respiração dela começou a ficar mais ofegante enquanto os olhos enegriam para evitar que as lágrimas escorressem por seus olhos. Demorou até que a cor violeta voltasse e quando isso aconteceu, Amethyst já não demonstrava que iria chorar e parecia ter uma irritação que ela lutava para conter.

― Minha corte... ― A moça murmurou sentindo o peito doer.

― Irmã... ― Ele tentou se aproximar mais e ela deu um passo para trás. ― Eu vou lhe explicar, Mor e eu lhe explicaremos tudo.

― Eu vou quebrar a sua cara se der mais um passo para frente, eu vou quebrar seu nariz em tantas partes que você nunca mais vai respirar por ele. ― Amethyst disse antes de se afastar, ainda o encarando seriamente. ― Você me prometeu aquela corte assim como nosso pai, eu não esqueci essas promessas e escute a minha agora... Eu irei recuperá-la. ― Foi à última coisa que disse antes de atravessar para longe.

Azriel sentiu-se zonzo por alguns instantes e até mesmo perdido por conta do que sentia, estranhou quando respirou fundo e viu que estava mais leve. Como se a dor que ele vinha sentindo desde quando ela viu Lucien tivesse saído de seu coração e estranhamente as sombras ficaram silenciosas de um jeito suspeito e desconfortável.

 Como se a dor que ele vinha sentindo desde quando ela viu Lucien tivesse saído de seu coração e estranhamente as sombras ficaram silenciosas de um jeito suspeito e desconfortável

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Amethyst mostrando seu poder, tudo pra mim!! Desculpem por algum erro ortográfico e espero que tenham gostado do capítulo. Gostaria de avisar que as atualizações dos capítulos passarão a ser ao final da noite (quase meia noite, por aí, eu acho) ou durante a madrugada mesmo, irei começar a trabalhar e meu turno termina as 22h, seguirei atualizando aos fins de semana e só vai mudar o horário mesmo. 

Espero que tenham gostado dessa demonstração de poder da Amethyst e não será a última vez que isso vai acontecer hihihihihiihi. Muito obrigada pelos comentários e por todo o apoio, a fic atingiu 1K de visualizações aaaaaaaaaa, obrigada, obrigada <3 <3 <3 até o próximo cap, beijos :3

A Court of Darkness and Violet [[AZRIEL]]Onde histórias criam vida. Descubra agora