Capítulo 26

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Oie! Espero que gostem do cap, desculpem por algum erro ortográfico e boa leitura! 

Capítulo 26 ― Vinte e seis.

Amethyst has all the darkness back to herself.


Amethyst gostaria de ter seguido dormindo quando acabou mexendo um de seus braços sem querer e ficou incomodada com a sensação de peso nele. Os ouvidos estavam sensíveis e ela conseguiu ouvir todos os barulhos naquela casa ao mesmo tempo fazendo a cabeça doer por ouvir os palavrões que Cassian proferia após levar um soco de Azriel ao mesmo tempo em que as sacerdotisas andavam pela biblioteca de forma quase silenciosa.

Logo sentiu a presença de alguém no quarto e se forçou a não demonstrar qualquer sinal de que havia acordado. Podia sentir que era seu irmão quem estava ali e não queria conversar com ele naquele momento, não se sentia bem o suficiente para conversar com ninguém.

Estava de costas para ele e franziu o cenho quando sentiu a escuridão ao seu redor começar a se mexer como ondas e quase se afastar de si. Aquilo fazia seu corpo se movimentar e ele começou a se mexer por vontade própria indo para onde a escuridão tentava ser levada, porém ela logo acabou retornando entrando em si e seu corpo balançou com aquilo. Novamente sentiu a mesma coisa e pode ouvir Rhysand praguejar por não conseguir retirar aquilo dela.

Aquilo que era dele e ela conseguiu roubar por ele ter ficado cego por conta da raiva que sentiu ao ver sua parceira ferida daquela forma.

Trancou a respiração por um instante quando notou suas asas se mexendo e uma delas ficando esticada contra o próprio corpo sem ela comandar sua ação, lutou para manter os olhos fechados e pode ouvir seu irmão suspirar. Acabou voltando por dormir durante mais alguns instantes e ao despertar pela segunda vez, reparou que estava sozinha em seu quarto.

Amethyst abriu os olhos imaginando que eles ainda estavam pretos e se virou tomando cuidado com suas asas, observou o teto do cômodo antes de se sentar com dificuldade e sentindo a dor em seus membros aumentando lentamente.

As asas membranosas estavam cercadas por uma névoa preta e ela precisou se concentrar para fazer com que elas desparecessem, sentiu o peito voltar a doer e respirou fundo.

― Não precisam ser silenciosas, consigo ouvi-las. ― Amethyst sabia que não estava falando sozinha e logo às espectros apareceram após atravessar uma das paredes. ― Olá. ― Ela não as encarou, pois fixou a atenção em seus dedos vendo que agora as pontas estavam pretas.

― Olá, senhorita Amethyst. ― As duas disseram ao mesmo tempo.

Percebeu que Nuala saia do banheiro segurando toalhas limpas e Cerridwen segurava uma bandeja com comida fresca.

― Obrigada. ― Ela agradeceu quando encarou ambas. ― Antes de comer, eu gostaria de tomar um banho... De banheira, não estou conseguindo ficar em pé... Poderiam prepará-lo e me ajudar, por favor?

― Iremos preparar para você. ― Cerridwen entrou no cômodo e a princesa suspirou antes de assentir fracamente.

Ao acabar ficando sozinha no quarto, Amethyst tentou fazer com que suas asas desaparecessem, mas aquilo lhe deu apenas trabalho e ela não teve sucesso. Até mesmo elas estavam pesadas demais, felizmente não houve demora para arrumarem a banheira para si.

Conseguiu jogar a coberta para longe de si e observou suas pernas descobertas pela camisola que usava e observou os hematomas escuros que tinha pela região, sabendo que a escuridão havia provocado aquilo. Acabou tendo a ajuda das espectros para conseguir sair da cama e cada uma ficou ao seu lado para ajudá-la até chegar ao banheiro, Amethyst sentia seu corpo ainda mais diferente e estava difícil até mesmo para conseguir ficar em pé e manter as asas erguidas.

Mesmo com todo o treinamento que havia tido desde sua infância, algo estava diferente daquela vez.

Quando ficou sozinha no cômodo e conseguiu entrar na banheira, a princesa respirou fundo e deixou seu corpo afundar assim que sentou. Voltou a emergir apenas alguns minutos depois observando seu corpo mais atentamente que antes e querendo ver se muita coisa tinha mudado em si. Se já havia detestado os treinamentos com Amren e sentido muita dor, agora seria no mínimo dez vezes pior.

Tinha certeza que o processo iria conseguir lhe arrancar lágrimas por conta da dor.

Girou seus dedos e em questão de segundos a escuridão começou a deslizar por entre eles, sem ao menos um detalhe violeta para lembrar que seu poder ainda estava ali com ela.

Apenas o preto continuava por perto e podia sentir que estava preso em seus ossos, Amethyst ficou mais tempo que imaginava no banheiro sem imaginar que ao respirar fundo e fechar os olhos desejando relaxar sentindo a água morna, estava passando a treinar a si mesma.

Fazendo com que aquela escuridão conseguisse se acomodar em cada lugar livre de seu interior, a preenchesse totalmente. Abriu os olhos quando começou a se sentir melhor e observou as pernas vendo que os hematomas haviam sumido e somente as pontinhas de seus dedos ainda seguiam pretas.

Contanto que não fraquejasse e não demorasse a tirar aquilo de dentro de si, iria conseguir viver bem. Mas, teria que rever todos os seus planos e acelerar alguns para que tudo pudesse dar certo para ela.

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Quando saiu do banheiro, se sentou na cama ainda com a toalha enrolando seu corpo e deixou que as espectros cuidassem de si e também escolhesse uma roupa para que ela usasse. Ao dizer que queria suas roupas de couro, pois iria para Illyria pode reparar nos olhares que as irmãs trocaram, mas não falaram nada para si.

― A senhora não quer mais? ― Nuala indagou quando Amethyst terminou com o suco de laranja após comer um pouco de cada coisa que havia na bandeja.

― Não, já estou satisfeita, obrigada. ― Não havia conseguido comer nem a metade do que estava ali, mas havia se esforçado para conseguir pelo menos comer. ― Avisem ao meu irmão que irei para Illyria, preciso observar os treinamentos e ver como estão se saindo, digam que ele não precisa vir e frisem para ele que estou bem, por favor. ― Ela pediu após estalar os dedos e fazer as peças de roupas que irmãs escolheram surgirem em seu corpo.

― Tem certeza de que está bem, senhora? ― Cerridwen indagou fazendo a pergunta pelas duas espectros.

― Sim, eu estou bem. ― Amethyst assentiu antes de sorrir fraco. ― Não fiquem preocupadas comigo, eu realmente estou bem. ― Ela acenou antes de uma névoa escura começar a lhe rodear e alcançar intensidade em seguida fazendo com que a princesa quase desaparecesse enquanto as duas lhe encaravam.

Elas puderam sentir o exato momento que o escudo que havia ao redor do quarto ― Erguido desde que Amethyst chegou ao cômodo no estado de sonolência ― se desfez quase junto de um vento imaginário e puderam sentir todos ao redor se agitando quando não sentiram coisa alguma no cômodo e agora restava para ambas darem a notícia ao grão senhor.

Amethyst acabou atravessando para uma área afastada no acampamento principal e observou as mãos cobertas por luvas curtas que fechavam em seu pulso, o couro illyriano lhe apertava, mas ela conseguia se aguentar em pé e andar melhor do que antes quando havia acordado. Deixou um sorriso escapar ao ver que pelo sol estar subindo aos céus, já estava na hora das fêmeas treinarem no ringue e conseguiu acelerar seus passos para ver como seria o treino daquele dia.

Deixou que um largo sorriso escapar por seus lábios quando viu todas enfileiradas no ringue enquanto ouvia um macho dando ordens do que teriam que fazer, nada ligado ao trabalho doméstico e sim exercícios. Enquanto as jovens e inexperientes iriam treinar o corpo com abdominais e flexões, outras iriam treinar sua força com socos e chutes.

A princesa cumprimentou a todos e mostrou seu sorriso mais largo possível quando as fêmeas lhe encararam, desejou que todas fossem bem em seus exercícios antes de seguir seu caminho para ficar ao lado de Devlon que somente observava as moças lutando ficando com os braços cruzados ao vê-la.

― Bom dia, treinador. ― Amethyst desejou.

― Já é tarde. ― Ele resmungou e a moça riu fraco antes de suspirar. ― Não avisou que iria vir hoje.

― É bom aparecer de surpresa. ― A princesa murmurou. ― Estive muito ocupada antes.

― O que há com você, miúda?

― Nada. ― Ela franziu o cenho e revirou os olhos quando ele se aproximou e segurou em suas bochechas apertando seu maxilar com força bruta. ― Está chamando atenção, senhor.

― Posso ver que há algo errado com você. ― Devlon estranhou desde o primeiro instante em que a olhou e viu suas íris completamente pretas, mal lembrando a cor violeta que havia nelas antes.

Aquele era o único detalhe que ela não conseguia disfarçar, mostrando que a escuridão ainda tomava conta de si e deixava seu poder de lado mesmo que ela não quisesse isso.

― Eu vou acompanhar o treino delas e então à noite irei lhe dizer o que aconteceu, eu ficarei para o jantar. ― A princesa lentamente afastou seu rosto e ele não se importou quando ela voltou a olhar para frente e ajeitou o cabelo.

Amethyst ficou o tempo todo parada encarando as fêmeas e tentou disfarçar sua expressão triste quando algumas lhe chamaram para treinar com elas e precisou negar, não sabia mais como sua força estava desde a briga com o irmão e não queria testar aquilo justamente com elas.

Quando o treino teve fim, ela se despediu de todas e prometeu que na próxima visita estaria melhor para conseguir lutar com elas e mostrar como uma illyriana conseguia botar machos ajoelhados aos seus pés.

― O que aconteceu? ― Devlon indagou quando se afastaram o suficiente de todos e andavam para longe do acampamento.

― Eu tive uma briga com meu irmão, uma bem intensa como eu acho que nunca tivemos. ― Amethyst começou a dizer segurando as mãos em frente ao próprio corpo. ― Por acidente, mais ou menos algo assim, acabei roubando uma parte da escuridão dele.

A fêmea virou o rosto para trás quando viu que não era seguida pelo illyriano e o encarou esperando por alguma palavra.

― Precisa botar isso para fora. ― Devlon lhe disse e ela suspirou. ― Miúda! Há ilhas aqui perto que voltaram a ser abandonadas por conta do povo que veio para o acampamento principal, pode usá-las para extravasar essa escuridão e...

― Não é nada. ― Amethyst o cortou erguendo uma de suas mãos, sem querer ouvir mais. ― Fique tranquilo e não se preocupe, eu consigo lidar com isso.

― Isso vai matar você. ― Devlon se aproximou dela e segurou em sua mão. ― Precisa deixar isso sair e destruir outro lugar antes que destrua você.

― Estudou o assunto? ― A princesa podia perceber.

― Sim, não é fácil de entender uma aluna que consiga fazer isso com a escuridão. ― Ele lhe retrucou. ― Você irá agora mesmo para uma ilha vazia e deixará pelo menos metade sair.

― Devlon...

― Isso não irá lhe tomar! Sua vida está em jogo aqui e precisa se salvar antes que seja tarde. ― Ele lhe deu a ordem.

― Certo, se isso irá lhe tranquilizar e parar com o drama. ― Amethyst disse e então suas asas surgiram quase escondidas por uma névoa escura. ― Eu irei fazer, me espere a noite para jantar. ― Ela disse antes de voar.

Aquilo acabou ajudando um pouco de sua escuridão sair, mas logo o rastro dela acabou sumindo. Amethyst pousou lentamente no local que havia treinado com Amren e observou a destruição que havia causado. Fez com que suas luvas sumissem e encarou os dedos, não queria ser aquela que semeava a morte e a perda.

Não queria destruir, desejava apenas restaurar...

Deixou que a escuridão saísse e respirou fundo, encarou profundamente tudo que havia destruído e não reparou que seus olhos brilharam de forma violeta fracamente enquanto a escuridão quase escorria por entre seus dedos e seguia pela terra arrasada por seu poder.

― Volte. ― Ela murmurou entre dentes, sentindo-se já cansada e não desistiu de seu plano.

Continuou se concentrando e enquanto a escuridão ia para longe de si, pode ver a grama voltando a surgir no local. Gritou quando liberou uma quantidade maior e sentiu dor quando viu que estava mesmo conseguindo restaurar a flora como queria, as árvores voltavam ao seu normal e exibia suas folhas verdes.

Ela caiu de joelhos quando a escuridão voltou para dentro de seu corpo junto de uma névoa violeta e ela percebeu que havia terminado de restaurar o que foi destruído, tudo parecia ter voltado ao normal e voltou a encarar as próprias mãos enquanto deitava no chão sem se importar com sujeira alguma.

― Eu posso salvar, restaurar. ― Amethyst observou o céu. ― Não vou deixar que a escuridão destrua tudo que eu quero salvar, eu posso fazer isso, a escuridão irá me ajudar. ― Prometeu para si mesma e ficou naquela mesma posição até reparar que a noite começava a chegar. ― Eu terei aquela corte de volta. 

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~Em breve (Bem breve hihi) trarei mais um cap aaaaaaa, obrigada por tudo <3 beijos :3 

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Em breve (Bem breve hihi) trarei mais um cap aaaaaaa, obrigada por tudo <3 beijos :3
 

A Court of Darkness and Violet [[AZRIEL]]Onde histórias criam vida. Descubra agora