Planos Para a Batalha...

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          Quando Dipper chegou à escola no dia seguinte, foi cercado por seus colegas de classe. Bill o trouxera de carro por medida de segurança. Dipper ficou espantado com a demonstração de carinho de todos.

          "Ei, pessoal... Vamos deixar nosso amigo respirar, pelo menos!" – advertiu Tom gracejando.

         "Você está bem, Dipper?" – indagou um rapaz.

          "Pensamos que você não viria, hoje..." – afirmou uma garota.

          "Você vai mesmo voltar para a Califórnia?" – perguntou outro colega.

          "Calma, pessoal... uma pergunta por vez, por favor!" – respondeu Dipper emocionado. Ele conseguiu sentar-se em um banco no corredor e respirou fundo antes de continuar.

           "Respondendo às perguntas: eu estou muito bem e vou continuar vindo para a aula porque não quero e não vou voltar para a Califórnia!" – disse ele olhando para os amigos.

            "Mas, soubemos que seus pais vieram lhe buscar... e que você terá que obedecer!" – comentou alguém.

            "Meu guardião vai fazer de tudo para evitar a minha partida. E ele vai pedir ao juiz a minha emancipação, além de uma tutela preventiva." – respondeu Dipper. "Se o juiz conceder, eu serei considerado responsável por mim mesmo, como se fosse maior de idade. E a tutela preventiva é para evitar que eu tenha que partir e voltar para o julgamento da questão. Eu poderei ficar na cidade, por enquanto."

          "Eu tenho certeza que você vai ganhar essa causa, Dipper." – disse Camille. "Esse advogado, Matt Murdock, é muito experiente em casos complicados - um verdadeiro Demolidor nos tribunais! Papai tem muita confiança nele. Foi o mesmo que cuidou do processo quando papai quis me reconhecer, anos atrás!"

           A menção do nome fez os estudantes se surpreenderem. Afinal, o advogado era muito conhecido por seus casos emblemáticos e de grande repercussão.

          "A turma vai torcer por você, Dipper..." – disse um rapaz. "E se precisar de mais testemunhas, nós vamos te defender!"

           "Isso mesmo... afinal, você é o nosso herói!" – concordou outro.

           "O que é isso, pessoal? Eu não sou herói coisa nenhuma! Sou apenas um aluno, como vocês..." – rebateu Dipper encabulado.

          "Não seja tão modesto... você foi capaz de enfrentar o Big Louis e os seus capangas! E nem precisou bater naquele mané! Foi engraçado a forma como aquele covarde perdeu o rebolado!" – alegou seu colega. "Ninguém teve coragem de fazer isso, antes!"

          "Mas, ele quase me agrediu, também... e só não o fez porque o professor Ford o impediu!" – Replicou Dipper.

            "Só que, depois disso, muitos tiveram coragem enfrentar ele também! E ele foi perdendo o suposto poder que tinha... e foi graças a você, que deu o primeiro passo ao mostrar que não tinha medo dele!" – completou uma garota. "E até nós, as garotas, também tivemos coragem de dizer NÃO para ele!"

          O sinal tocou e a turma se dispersou. Cada estudante foi para sua respectiva sala e mais um dia começou para todos.



          Dois dias depois, o advogado Murdock procurou Bill para informar que o juiz aceitara ao pedido de tutela preventiva. E que um processo fora instaurado para averiguar as condições de vida de Dipper para decidir se concedia, ou não, a emancipação do rapaz.

Perdão Para Um InocenteOnde histórias criam vida. Descubra agora