Verdade Crua... e Nua!

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          A conversa entre eles teria continuado, se a porta da Cabana não tivesse sido aberta subitamente e uma Mabel, toda arranhada e bagunçada, adentrasse na sala.

         "Mabel... minha filha! O que aconteceu com você?" – Assustou-se Marlene ao ver o estado lastimável da mesma.

         "Minha nossa... se eu não soubesse que é impossível, diria que você esteve se atracando com algum demônio por aí e acabaram por rolar pelo chão enquanto lutavam!" – observou Stan espantado. "Já que não há demônios por aqui, só posso pensar que foi com algum tarado, mesmo!"

            "STAN! Não diga bobagens... olha o estado que ela está!" – Censurou-o Ford, temeroso em saber o que realmente havia acontecido.

            "Eu... eu estou bem, mamãe!" – respondeu Mabel, cabisbaixa, sem parar de se coçar. "Eu tropecei e acabei rolando uma ravina abaixo. E estou toda arranhada por causa dos arbustos... não sei que tipo de plantas era, mas está coçando muito!" – Ela se queixou.

          "Parece que você andou encostando-se a algum arbusto de urtiga..." – observou Ford retirando um pedaço de folha preso nos cabelos da garota. "E as folhas de urtiga têm uma substância que produz coceira quando manipuladas sem cuidado. Dependendo da pessoa, pode até provocar feridas graves se não for tratada!"

            "O senhor conhece algum remédio, tio Ford?" – Indagou Marlene preocupada.

            "Eu conheço, sim... É uma loção para urticárias e irritações em geral. Alivia vários tipos de problemas, desde picadas de inseto até alergias leves!" – informou Ford. "E pode ser encontrada em qualquer farmácia..."

            "O senhor poderia ir até a farmácia e trazer, tio Ford?" – Pediu Marlene, pegando no braço de Mabel para levá-la ao banheiro. "Enquanto isso, eu vou tirar as folhas e galhos dos cabelos de Mabel, antes dela tomar um bom banho."

            "Eu já volto... e vou trazer um sabonete medicinal, também!" – disse Ford saindo para pegar seu carro sem ouvir a voz de Marlene agradecendo por sua ajuda.

            Mais tarde, Ford foi até o quarto da garota para ver como estava. Mabel havia se banhado e sua mãe a ajudara a passar a loção pelo corpo. A coceira havia diminuído, mas ela teria que usar a loção por mais alguns dias, só para evitar alguma reação adversa!

           "Eu estou indo embora, Mabel..." – disse ele ao entrar no quarto. "Só vim para ver se você está se sentindo melhor!"

           "Estou sim, tivô Ford... obrigada!" – respondeu a garota deitada recostada em alguns travesseiros.

           "Só precisa passar o remédio por alguns dias, mas a coceira já deve parar!" – Avisou Ford. "E mantenha-se longe das urtigas... Felizmente, não houve nada mais grave!"

            "Eu vou preparar algo leve para você, minha filha!" – Disse Marlene indo para a porta. "Uma sopa de legumes, talvez..."

            "E eu vou voltar para casa. Já me despedi de Stan..." – disse Ford despedindo-se. "Fique quietinha e amanhã estará melhor!" – Porém, antes que saísse Mabel o chamou de volta.

           "Tivô Ford, espere!" – Pediu ela. "Eu queria falar algo para o senhor, mas não queria que a mamãe ouvisse! E nem tivô Stan... Eles não iriam acreditar em mim!"

           "O que foi, Mabel?" – Ford voltou- se para perto da cama antes de indagar preocupado: "o que você quer me contar?"

            "Eu vi algo terrível, tivô... Na floresta!" – sussurrou ela, olhando para a porta. "Foi por isso que sofri esse acidente... eu quis me afastar de lá e acabei tropeçando. O senhor é o único que pode fazer algo para impedir que isso continue a acontecer! Só o senhor pode destruir o Bill e salvar o meu irmão..."

Perdão Para Um InocenteOnde histórias criam vida. Descubra agora