Perdão Para Um Inocente

A Ira de Um Demônio

          Dipper aguardou a dor do soco, porém não sentiu nada! Ele abriu os olhos e percebeu que tudo parecia preto e branco... e também parado, como se o próprio tempo tivesse congelado! Ele não levou mais de dois segundos para entender o que havia acontecido...

        "Bill?" – ele indagou olhando em volta.

       "Você está bem, Pinetree?" – perguntou por sua vez, Bill aparecendo por trás de Big Louis que estava com o punho esticado, parado a poucos centímetros do rosto de Dipper.

         "Obrigado... Bill!" – Dipper sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, ao se desvencilhar. "Você me salvou!"

          Bill puxou Dipper para junto de si, abraçando-o com carinho e lhe beijando também. Dipper retribuiu sem hesitar, agradecido pela intervenção dele. Nesse momento, ele nem se importava mais, pois sabia que Bill havia parado o tempo no último instante...

          "Parece que cheguei a tempo, Pinetree..." – disse Bill ao terminar o beijo. "Mais um segundo, e esse covarde teria machucado você!"

         "Eu sei... você me salvou novamente, meu demônio! Obrigado!"- respondeu Dipper encostando o rosto contra o peito de Bill.

         "Ei, não precisa me agradecer... Eu senti que estava com problemas e vim para lhe ajudar!" – Bill sussurrou. "E só foi possível por causa do nosso elo mental. Lembra-se do ritual que fizemos, ontem à noite? Essa é uma das funções dele. Sempre que você sentir medo, dor ou qualquer coisa ruim lhe acontecer, eu sentirei e virei para lhe ajudar! Nós estamos ligados para sempre, meu amado!"

         "E agora, o que vai fazer?"– Dipper olhou para os outros paralisados. "Não pode deixar eles assim, para sempre!"

           "Bom, a minha vontade era trucidar esses três covardes, bem devagar..." – Bill respondeu. "Mas não o farei, pois prometi que não mataria ninguém e sou um demônio de palavra! Porém, eles precisam ser punidos por essa covardia!"

          "Eles provocaram uma confusão para distrair a equipe de monitoramento, só para poderem atacar a mim e ao Tom! Jogaram uma bomba em uma lixeira para causar confusão, e assim poderem agir à vontade. E o Big Louis disse que se nós os denunciássemos, eles negariam! Ele também disse que tinha gente poderosa a seu lado como o prefeito e o promotor público!" – Dipper revelou.

         "Bem... terei que fazer de modo que vocês dois não sejam envolvidos! Vou manipular algumas coisas e fazer como se eles brigaram entre si..." – Bill meditou como se estivesse planejando algo. "Mas primeiro, você leva o seu amigo daqui. Vou fazê-lo acreditar que não viu ninguém quando entrou no banheiro e que saiu para lhe esperar no pátio, perto da biblioteca. E você estará com ele e confirmará a história... Pegue o seu almoço e vá com ele e fiquem lá o tempo todo! Se puderem conversar com outras pessoas, será melhor! Assim, ninguém acreditará que vocês estão envolvidos nisso, de algum modo!"

         "Você não vai machucá-los muito, Bill? Por favor... não exagere!" – pediu Dipper.

         "Não se preocupe, Pinetree, eu não tocarei neles!" – Bill sorriu misteriosamente. "Já esse valentão aqui, eu não garanto nada..."- completou apontando para Big Louis.

          Dipper pegou Tom pela mão e o conduziu até o local onde costumavam almoçar. Tom parecia um pouco confuso, mas acreditou no que Dipper dissera. Eles dividiram o almoço e até brindaram com suco. Tom havia trazido panquecas recheadas e Dipper trouxera lasanha de frango com couve-flor.

         Eles comeram e, após guardar os vasilhames e jogar os descartáveis na lixeira do reciclável, foram lavar as mãos numas das diversas pias espalhadas pela escola. Eles encontraram alguns colegas e ouviram comentários sobre a confusão no outro corredor.