Perdão Para Um Inocente

Um Chá de Chateação...

       Dipper estava na biblioteca, lendo um pouco, quando decidiu ir até a cozinha para ver o que Sebastian estava fazendo. O mordomo estava testando uma nova receita de suflê de couve-flor. O cheiro era apetitoso e Dipper estava ansioso em experimentar.

      "O cheiro está bom, Sebastian..." – elogiou ao entrar na cozinha.

       "Agradecido, jovem mestre... Só preciso cuidar para não perder o ponto. Li que suflês são muito sensíveis às vibrações. Qualquer coisa pode fazer que fique solado, por assim dizer!" – respondeu Sebastian. "Felizmente, eu arranjei um termostato para não perder a hora!"

         "Por falar em hora..." – comentou Dipper servindo-se um pouco de suco. "Já passa das cinco e quinze. Como será que o Bill está se saindo com o chá na casa da Madame Snoby? Espero que ele não mate ninguém, por lá..."

         "Creio que não fará isso..." – respondeu Sebastian sem tirar os olhos do forno. "Se ele tiver alguma dúvida, poderá perguntar a você o que fazer. Eu estou sabendo que vocês uniram suas mentes... Foi uma boa idéia!"

         "Também espero que não..." – Dipper bebeu o suco e deixou o copo na pia. "Se tudo correr bem, daqui a pouco ele estará de volta!"

         Sebastian acenou com a cabeça concordando. O termostato apitara avisando que era hora de tirar o suflê do forno. Com cuidado para não solar, Sebastian o retirou e o deixou sobre um suporte para evitar choque térmico. 

         Dipper voltou para a sala e começou a mexer no celular. Havia diversas mensagens dos colegas e também de Ford. Ele se entreteu respondendo e rindo das respostas recebidas.

         Bill chegou à porta do apartamento pontualmente as quatro e meia. Tocou a campainha e aguardou uma empregada uniformizada abrir a porta e o convidar para entrar. A dona da casa estava sentada numa poltrona acompanhada de duas outras mulheres. Assim que viu Bill, ela deu um gritinho de satisfação e levantou-se para receber o visitante.

         "Senhor Cipher... que honra lhe receber em minha humilde residência!" – arrulhou ela, estendendo a mão com elegância.

        "Boa tarde... Madame!" – Bill se controlou para não falar o termo Snoby, também. Ele apertou a mão dela com firmeza e olhou para as outras mulheres presentes.

         "Estas são a senhora Dorothea Alvarez, esposa de um nobre deputado!" – ela indicou a mulher loira de olhos verdes, claramente devido às lentes de contato. "E senhora Annethe Smithson, empresária do ramo hoteleiro." – apontou para a mulher magra de cabelos tingidos de um vermelho tão berrante que mais parecia uma cereja.

        "Encantado em conhecê-las... senhoras!" – respondeu Bill, inclinando a cabeça levemente.

         Nesse momento, uma garota magra, aparentando ter uns quinze anos, entrou na sala. Ela parecia estar nervosa, pois apertava as mãos com força. Ela caminhou devagar, sempre mantendo a cabeça baixa. Bill percebeu que a garota parecia pouco à vontade... Estava vestida com um vestido branco com pequenos bordados de flores e tinha laços nos cabelos negros encaracolados.

         "Ah, Camille... Que bom que veio se juntar a nós!" – disse a dona da casa com amabilidade. "Venha, eu quero que conheça uma pessoa muito importante!" – ela pegou no braço da garota e praticamente a arrastou para perto de Bill.

         "Esta é minha enteada, Camille Helénne Ruiz..." – disse Madame, enfatizando o sobrenome. "Minha querida, quero lhe apresentar o senhor Bill Cipher! Ele mora na cobertura e é um homem elegante... e rico!"- sussurrou as últimas palavras. Porém, Bill ouviu perfeitamente.